Dissimulada

Eu podia sentir seus olhos me queimando enquanto continuava minha exegese sobre refração. Por sorte eu sabia aquela aula de cor, porque minha cabeça estava um turbilhão. Eu só conseguia passar e repassar repetidamente suas palavras na hora do intervalo.

O que ela espera de mim afinal? O que faz ela achar que devemos conversar? Quando foi que eu dei essa abertura para ela?

Quando a colocou dentro da casa dos seus pais, uma vozinha respondeu no fundo da minha mente.

Quer saber, cansei.

“Prova surpresa” – avisei. E ao olhar pra ela pude ver um sorriso dissimulado em seus lábios.