A Volta da Raposa

Outro Pressentimento


Assim que deixaram o quartel, Bernardo e Diego seguiram rumo a Hacienda de La Vega. Enquanto conduzia a carroça, Bernardo percebeu que seu patrão estava mais calado do que de costume. Seu olhar estava perdido no horizonte e seus pensamentos pareciam estar há quilômetros de distância. Como o conhecia muito bem, sabia que Diego estava preocupado com as notícias que tinha acabado de receber no povoado. Não era para menos.

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Bernardo também estava preocupado, mas não exatamente com a saúde do governador e sim pelo fato de que Diego talvez precisasse voltar a vestir o traje negro e arriscar sua vida novamente. O criado também já estava se acostumando com a vida tranquila e deixando seu papel de espião de lado, mas se fosse necessário, ele arriscaria sua própria vida para proteger Diego, assim como já tinha feito em tantas ocasiões.

Assim que chegaram à fazenda, o rapaz foi imediatamente contar as notícias ao pai que estava na biblioteca fumando um charuto. Embora ainda fosse cedo, a casa já estava começando a ser enfeitada para a festa.

Don Alejandro recebeu a notícia com bastante pesar e preocupação.

— Não me diga, meu filho! Mas que péssima notícia!

— Verdade, meu pai.

— A notícia é muito ruim, mas também preocupante, porque sabemos que se o Zorro não está por trás deste ataque, quem estará?

— É o que eu também me pergunto. Se isso realmente é algum tipo de conspiração, como está parecendo, acho que o Zorro vai precisar voltar a ação muito em breve.

— Espero que tenhamos a mesma sorte que tivemos com o Capitão Aurellana e que este novo comandante seja tão bom quanto ele, pois isso será uma preocupação a menos. Nós vamos conhecê-lo hoje?

— Sim, pai. Eu pedi ao Sargento Garcia para que o trouxesse a festa para que pudéssemos dar-lhe as boas-vindas. Fiz mal?

— De maneira nenhuma, fez muito bem. Agora só nos resta esperar. Mas Diego, hoje é o seu dia, então deixe estas preocupações de lado, pelo menos por enquanto. Não vamos pensar em conspirações ou crimes, vamos celebrar a sua vida!

— Está certo, meu pai! Agora se o senhor me der licença, eu vou para o meu quarto.

Diego saiu e subiu as escadas em direção ao quarto. Sentou-se na cama, tirou o casaco, desatou o laço ao redor do pescoço e desabotoou alguns botões da camisa. Deitou-se na cama e olhou para o teto. Aquela sensação estranha tinha voltado com mais força do que de manhã cedo. Algo lhe dizia que o novo comandante infelizmente traria problemas.