A Volta da Raposa

Onde Está o Zorro?


Quatro dias haviam se passado desde a tentativa frustrada de resgate e as celas do quartel enchiam cada vez mais com os homens e mulheres incapazes de pagar seus impostos. Todos na cidade estavam apavorados e não entendiam por que Zorro não vinha ajudá-los.

A esperança de que ele ainda estivesse vivo diminuía a cada dia, uma vez que não havia nenhuma notícia de seu paradeiro. Contudo, ao contrário dos moradores do pueblo, uma pessoa tinha certeza absoluta de que o fora da lei estava vivo e se recuperando para atacar novamente e essa pessoa era Monastário.

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Para garantir que Zorro mostrasse sua cara o mais rápido possível, o comandante continuava com seu plano cruel de chicotear os inocentes em praça pública diariamente.

Assim como a população, Garcia já estava preocupado e começava a achar que tinha mesmo conseguido tirar a vida de seu oponente. Embora quisesse muito receber a tão sonhada recompensa, não ficava nenhum pouco feliz em carregar a morte de Zorro em sua consciência. Em seu íntimo, o soldado bonachão torcia para vê-lo a qualquer momento saltando pelo muro do quartel e fazendo a todos de bobos, como sempre. Por pior que fosse, ele já estava até acostumado.

Conforme os dias iam passando, Diego sofria também e não aguentava mais ver a situação dos prisioneiros. Ele decidiu que era hora de voltar a ativa, mesmo não estando completamente recuperado, porém temia não conseguir salvar a todos e com sua falha, causar até a morte dos prisioneiros. Era preciso agir com muita cautela.

— Eu preciso ir, meu pai! – exaltou-se o rapaz.

— Ainda não é a hora, Diego! – proibiu Don Alejandro - Você precisa se recuperar primeiro. Espere pelo menos mais um dia. O remédio do Xamã Takoda dura até hoje e ele ainda está te deixando sonolento. Pode ser perigoso!

— Eu sei disso, pai, mas eu já estou bem e posso parar de usar o unguento do Xamã. Além do mais, o senhor sabe que posso duelar usando minha mão esquerda. – insistiu Diego.

— Eu sei, mas você não é tão bom assim com a canhota. – retrucou o pai, preocupado.

— Mas consigo me defender perfeitamente, se for preciso. – teimou o rapaz.

— Eu sei filho, mas andei pensando...

— Em quê?

— Acho que já é hora dos cidadãos ajudarem o Zorro. – disse Don Alejandro.

— Do que está falando, pai? O povo está apavorado e eu não os culpo! Ninguém ajudaria o Zorro nessas condições.

— Eu entendo, mas eu falo dos outros fazendeiros. Se nos unirmos e formos até o Governador para falarmos o que está acontecendo em Los Angeles, garanto que poderemos tirar Monastário daqui e mandá-lo direto para a prisão!

— O senhor pode até ter razão, mas acho que os outros fazendeiros jamais se arriscariam dessa forma. Se o plano não desse certo, a retaliação contra eles e suas famílias seria cruel, não tenha dúvidas.

— Eu sei Diego, mas não acho certo todos ficarem sentados de braços cruzados dependendo da coragem de somente um homem, ainda mais quando este homem é meu único filho! – disse Don Alejandro já com os olhos marejados. – Eu já perdi a sua mãe e não posso perder você também.

Diego viu que seu pai estava realmente preocupado com sua segurança e confortou-o com uma abraço carinhoso.

— Eu sei que o senhor está preocupado, meu pai, mas eu escolhi esse caminho e vou segui-lo até o final. Eu só peço para que o senhor não faça nada até eu ter um plano concreto, porque eu também não aguentaria vê-lo nas mãos de Monastário. O senhor me promete que não vai agir sem pensar?

— Prometo. – respondeu Don Alejandro a contragosto.

— Agora eu preciso pensar muito bem no que vou fazer para ajudar a todos sem piorar ainda mais a situação deles. Com licença, meu pai. – e saiu em direção ao seu quarto.

Assim que viu Diego fechar a porta, Don Alejandro chamou Bernardo.

— Bernardo, sele meu cavalo. Eu vou sair, mas não conte nada a Diego.

O criado não entendeu muito bem o motivo do segredo, mas foi cumprir as ordens do patrão e logo já trazia o cavalo de Don Alejandro.

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“Perdoe-me, filho, mas não posso deixar que você continue se arriscando sozinho.” — pensou o velho fazendeiro enquanto montava e saía em direção a Fazenda Robles.