A Volta da Raposa

De Volta à Fazenda De La Vega


Assim que chegou ao alto do muro do quartel, Zorro assoviou para Tornado, que saiu de seu esconderijo e parou exatamente embaixo de onde seu dono estava e ficou imóvel, apenas esperando que ele saltasse em sua cela.

O vingador mascarado se preparou para pular, mas antes, apenas para não perder o costume, cumprimentou o atrapalhado Sargento Garcia. Quando saltou sobre seu cavalo, saiu imediatamente em retirada, pois sabia que não levaria muito tempo para que os soldados conseguissem abrir os portões e partissem atrás dele.

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Quando passou em frente ao quartel, pôde ouvir todo o alvoroço que acontecia lá dentro e usou um pouco mais de força com os pés contra a barriga de Tornado para que ele corresse ainda mais. O garanhão negro obedeceu imediatamente aos comandos de Zorro e galopou como o vento, deixando os soldados e um rastro de poeira para trás, enquanto velas e lampiões começavam a se acender pelas casas por onde passava.

Depois de alguns minutos a galope, Zorro percebeu que seus perseguidores já haviam desistido e deu um descanso a Tornado, que agora ia mais calmamente pela estrada tortuosa. A lua cheia iluminava a noite, mas Zorro conhecia todos os caminhos como a palma de sua mão e sabia exatamente por onde seguir, se escondendo de possíveis olhares curiosos até finalmente chegar a seu esconderijo.

Assim que retornou a sua casa, já desfeito dos trajes de Zorro, Diego voltou para o quarto, onde encontrou Bernardo dormindo na cadeira. Ele não tinha a intenção de acordá-lo, mas mesmo tentando manter o silêncio, o criado acordou cheio de perguntas.

— Acalme-se, Bernardo! – disse Diego sem entender muito dos sinais apressados do amigo. – Você quer saber o que aconteceu?

Bernardo balançou a cabeça afirmativamente.

— Bom – começou Diego calmamente, enquanto se sentava na cama – acho que as coisas podem estar piores do que eu imaginei.

Bernardo meio confuso, coçou a careca e sinalizou que não estava entendendo.

— Algo me diz que o Capitão Monastário está envolvido no atentado ao governador.

Ao ouvir isso, Bernardo arregalou os olhos e passou as duas mãos pelo rosto assustado.

— É Bernardo... Monastário disse que o Zorro enviou uma carta ameaçando o governador dias antes do atentado e que dois dos soldados, que faziam a escolta dele, identificaram o Zorro como o agressor e que ele ainda deixou sua marca nas roupas deles. Mas isso não foi tudo: Zorro matou três soldados e agora tem um bando! Acredita? Ora, sabemos que o Zorro não fez nada disso, então quem poderia ser?

Bernardo deu de ombros.

— É muito fácil para alguém se passar pelo Zorro, você mesmo já fez isso tantas e tantas vezes. E quem melhor que o Capitão Monastário para fazer isso também, ou pelo menos passar boas dicas para um farsante? Mas o que mais me preocupa é que Monastário me parece diferente. Parece que agora ele será capaz de tudo para acabar com o Zorro e aparentemente já começou a colocar o seu plano em prática. Infelizmente não há nada que eu possa fazer no momento, a não ser esperar pelo seu próximo movimento.

Bernardo, concordando com o patrão, se levantou e colocou a mão carinhosamente no ombro de Diego, se solidarizado com sua situação.

Diego sorriu e agradeceu ao amigo.

— Obrigado, Bernardo. Agora vá descansar, que eu vou pensar um pouco, antes de fazer o mesmo. Amanhã conversarei com meu pai para pedir seu conselho.

Bernardo, já mais aliviado em ver que estava tudo bem com seu patrão, obedeceu e saiu em seguida, deixando-o deitado em sua cama com seus pensamentos.