A Lack Of Color

A Lack Of Color


{a lack of color}

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Ela nascera em uma noite de lua minguante. Não havia uma única estrela no céu. Apenas a luz tênue e frágil de um luar moribundo, lutando para quebrar a escuridão. Sua infância foi colorida por tons de sépia e marcada por dias nublados. A filha do meio. A garota esquecida. A menina desbotada. A que nunca teria o tom completamente negro de Bellatrix. E que nunca teria o brilho de pura prata de Narcisa. Andrômeda Black sempre fora cinza.

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Não era algo que realmente a importasse, na verdade, a jovem sempre achara que lhe caía bem. Gostava de passar despercebida. Adorava se fundir à paisagem e apenas observar. E sentia um prazer culpado ao saber que os tons dos Black desvaneciam nela, ao mesmo tempo que os tons dos Rosier lhe eram inalcançáveis.

Andrômeda era rebeldia silenciosa, sorrisos de deboche que nunca ganhavam forma, astúcia pura e incompreendida, a própria definição de subestimada. Era cinza. E era assim que seus olhos, por alguma ironia da vida também cinzentos, viam o mundo. Nem preto. Nem branco. Havia uma paleta inteira entre aquelas duas cores e a jovem enxergava cada um de seus tons. Não era uma mulher de certezas inabaláveis e o talvez sempre lhe soava uma opção sensata.

Fora estranho, então, para a menina nublada se apaixonar pelo raio de sol que era Ted Tonks. A luz amarela e brilhante que ele emitia iluminava suas sombras de um modo singular. Ainda assim, nada chegava perto do perfeito milagre que fora Nymphadora. Uma dama tão cinzenta quanto Andrômeda jamais sonhara que poderia dar à luz a um perfeito arco-íris.

A filha brilhava em um caleidoscópio de cores e a mulher se pegava fascinada por cada uma delas. E de repente seu mundo já não era cinza pincelado por amarelo, seu mundo era uma explosão de cores, mil tons caóticos e vívidos, uma sinestesia intensa demais para ser descrita. E de repente a própria Andromeda já não era cinza. Nunca seria um arco-íris tão vívido como Nymphadora, é evidente, mas as cores agora pintavam antiga menina desbotada. E a dama cinzenta era agora uma mulher em tons pasteis. Tons claros, é verdade, mas “tons” no plural.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.