Resonance
Adeus
Você pode me ouvir, mas não pode me ver. Você sonha todo dia comigo, mas eu sou seu pesadelo. Eu sou o braço que te agarra e diz “não deixarei você ir sozinho”, mas isso é mais do que uma simples gentileza. Trocamos olhares apenas brevemente, mas nossos destinos estão interligados. A noite sela nosso último encontro e a lua cheia me faz querer chutar para longe o mundo distorcido onde mentiras e disfarces existem. Nossos laços estão por um fio que une pontas todos os dias. A distância é o coração é a dor é a tesoura. Se algum dia eu te amei,saiba que já não sinto mais isso. Mas estarei mentindo.Eu não me importo com a razão de termos nos encontrado, mas sei que sua presença e seu toque deixaram ferimentos em mim... – Uchiha Itachi
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-~:: Resonance – Último Capítulo – Adeus ::~-
Era quinta-feira, apenas quinta-feira...
Mais um dia de céu nebuloso e rostos tristes. Todos vestiam preto e saiam pelas ruas em uma lenta caminhada até o cemitério da vila da folha. O restante das vilas ninjas veio para o enterro da Godaime e o ar ficava pesado a cada esquina e a cada cumprimento. Quem conseguia sair do hospital levava uma flor branca e quem permanecia ferido rezava pela alma de Tsunade.
Sasuke, que estava em total repouso, sairia do hospital só depois de diversas semanas e fisioterapia. Sakura chorava pelos cantos, não somente pela mestra, mas também ao ver o homem que amava preso naquela cama de hospital. Consigo Shizune, que não sabia onde ficar ou o que fazer. Era consolada por Kakashi e Kurenai que sempre lhes estendiam as mãos e a confortavam num abraço caloroso. Não havia uma pessoa que não chorasse naquele dia, apenas uma quinta-feira, como outra qualquer.
Yuki se trancafiou na casa Uchiha e apenas saiu para ver o estado do tio. Poucos pareciam acreditar no acontecido e o piso manchou-se por toda a calada da noite. Vigiada pela ANBU, a pedido dos conselheiros, não conseguiu dormir. Não quis. E compartilhou lágrimas e mais lágrimas junto de Naruto que empapara o travesseiro. Pela manhã estava horrível, não queria ir ao cemitério, não queria ver aquilo. Mas, era seu dever e compromisso.
Todos se dirigiam bem ao fundo do local e uma nuvem escura ameaçava molhar os convidados. Juntamente de Naruto, Kakashi e Shizune a pequena prodígio via três ninjas soterrar a loira de terra. Shizune não parava de chorar e com o rosto inchado atirava-se nos braços do Hatake que acariciava seus cabelos. A escritura continha o nome em katakana e a mensagem permanecia em branco. Yuki estendeu a mão e Naruto lhe entregou o pote de tinta. Com o indicador escrevia em japonês imperial um poema desconhecido e assinava seu nome como Aioyama Uchiha Yuki.
Um respingo manchou o “yama” e com suas lágrimas vermelhas carimbou a assinatura. A chuva desceu rala. Quem detinha de uma sombrinha cobria quem se esqueceu. Junto de Hinata e Shikamaru, Kurenai ninava o filho e segurava a sombrinha listrada. Ino se agrupou com Sakura e Neji protegeu a Mitashi que ainda estava com a ferida da guerra. Corou, mas ainda sim deixou ser unida junto do Hyuuga. Todos esperaram pela ação da pequena que apenas ficou a fitar a escrita borrada, disse:
- Não tenho nada a dizer... Godaime Hokage. Você, a pessoa que mais queria me ver longe, se sacrificou por mim e retirou minha doença. Nunca poderei retribuir o seu favor... – Yuki se virou para o loiro que segurava uma das rosas vermelhas. Ela desfolhou uma por uma e deixou o aroma doce ser apagado pela garoa. Deu espaço para Naruto e os outros se despedirem.
- Baa-chan... – As lágrimas do Uzumaki se uniam ao da chuva enquanto ele colocava uma foto da mulher sobre o túmulo. Abraçou a pequena e deixou o caminho livre para a peregrinação. Após muitas flores e rezas os conselheiros deram um passo à frente e Kakashi se curvou.
- Hatake Kakashi... – Disseram em uníssono – Você agora é o Nanadaime de Konoha.
A conselheira postou o chapéu sobre os cabelos rebeldes de Kakashi e ele tampou o rosto ordenando que todos rezassem pela última vez para a falecida Godaime Hokage. A chuva deu trégua e todos se dirigiam para a saída enquanto Naruto era guiado pelos companheiros. A pequena que segurava sua mão parou no meio do caminho, fitando as nuvens se mover largamente. Ele fitou a cara apreensiva da garota e perguntou:
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- Eu pretendo voltar para o campo... – Sorriu amarelo – Achar minha família...
- Mas sua família está aqui! O Sasuke e...!
- E?
- E eu. – Respondeu secamente o loiro.
Todos fecharam o semblante e a menina ameaçava a chorar, mas teria de ser forte e soltou a mão do loiro, seguindo em direção ao pôr-do-sol acinzentado.
- Desculpe! – Yuki saiu correndo pelas ruas enquanto suas lágrimas caiam pelo chão. Naruto tentou segui-la, mas Shikamaru o agarrou pela mão.
Em casa Yuki caiu no chão e se contorceu arrancando os cabelos. Suas lágrimas pouco a pouco começavam a perder a coloração e se tornarem humanas, sem cor. Seu pai nem sua mãe estavam do seu lado agora. Matou a mãe, matou a avó, matou o líder de seu clã, matou a Godaime Hokage. Quem faltaria matar nesse mundo? Já estaria condenada a sucumbir junto de seu clã, nunca encostaria nas nuvens, nem abraçaria seus pais novamente. Deixar esse refúgio era demais, mas teria que encarar a realidade, mais cedo ou mais tarde. Desmaiou ao chão. No dia seguinte todos se voltavam para suas casas e Kakashi começava seu trabalho como Hokage. Teria muitos papeis para adiantar e reorganizar a bagunça corriqueira da loira sorridente. Com a ajuda de Shizune, que ainda abatida foi trabalhar, revistou as fichas da academia e dos genins, dando atenção especial ao olhos intensos da Uchiha.
- Shizune...
- Sim senhor.
- Yuki ainda não se graduou?
- Não senhor. – Shizune respondeu fitando a janela – Desde que a notícia da guerra veio, ela se dedicou ao Naruto-kun e não voltou a cursar as aulas.
- Poderia fazer um favor para mim?
- Hai.
...
- Como pode nos pedir uma coisa dessas, Kakashi!
- Ela provou ser digna. – Suspirou o grisalho – Estou pedindo sua permissão para tal fato.
- Mas Kakashi...!
- Deixe-o fazer Homura.
- Mas Koharu, ele não pode!
- Será uma prova de nossa gratidão. – Respondeu o homem limpando os óculos – Akatsuki já não é mais ameaça e teremos um longo período de paz.
- Faça como quiser. – A conselheira fechou a porta e Shizune segurou o porco descontente. Junto do Hokage eles voltaram para a papelada e Kakashi mandou a morena chamar Yuki.
Prontamente ela se dirigiu a sala e aguardou sem alegria as ordens do Hokage.
- Mandou me chamar?
- Sim. – Respondeu ele esticando para a garota uma bandana – Aqui, tome.
- Hitaiate?
- Eu resolvi lhe dar uma promoção. Você pulará a academia e o estágio gennin para que possa se tornar chuunin.
- Desculpe... É sua.
- Não é de seu desejo?
- Vou me mudar para o campo e tentar arrumar minha vida de Aioyama.
- Tem certeza?
- Sim. – Respondeu seca.
- Não posso impedi-la, mas você é uma kunoiche de Konoha, pegue-a.
- Arigatou.
- Quando pretende partir?
- Depois de amanhã.
- Entendo. – O Hatake cruzou os braços – Está dispensada.
A pequena se curvou e fechou a porta. Shizune olhou para Kakashi que apenas suspirou mandando a morena chamar outra pessoa, uma que realmente gostaria de saber da saída de Yuki.
Ao anoitecer a mesma visitou o hospital, uma enfermeira a atendeu.
- Você se esforça demais...
- Posso entrar?
- Vou te levar até o quarto de Sasuke-kun – Sorriu falsamente para Yuki – Mas trate de dormir, ok?
- Hun. – Respondeu abrindo a porta.
Sasuke que começava a abrir os olhos conseguia apenas fitar os lados e a parede. Sentiu uma mão gelada na testa e percebeu o olhar entristecido da sobrinha. Com a mão tocou o rosto da mesma e fracamente disse:
- O que faz aqui há essa hora?
- Tio... – Balbuciou a menina – Eu vou partir.
- P-Partir? – Espantou-se o Uchiha.
- Sim, eu vim me despedir.
Um silêncio passou pelo leito e Yuki não se conteve ao umedecer os dedos de Sasuke. Uma lágrima escorreu pela face do tio que se lembrou do dia em que o irmão o deixou. Apesar de novo ele sabia que não o veria por bastante tempo. Ele conseguiu sentar e foi abraçado pela sobrinha que ensopava os cobertores da cama. Correspondeu, e ainda que fraco, sorriu acalmando a garota.
Despediram-se e Yuki passou o dia seguinte arrumando as malas. E pensar que tudo começou com uma simples mochilinha, com quatro ou cinco roupas. E agora ela levava uma mala cheia de lembranças e fotos de quase dois meses que permaneceu na vila da folha. Convicta saiu de casa cedo, sentindo os primeiros raios de sol banharem sua face pálida. Na saída, Izumo e Kotetsu esboçavam sono, fazendo a pequena sorrir em deboche. Aquilo talvez fosse uma maneira de deixar para trás os laços que fez. Talvez nunca mais os visse, mas quando olhou a sua volta lá estavam todos eles, melhor... Naruto com um enorme sorriso de mãos abertas. Não pode deixar escapar outro correndo para abraçá-lo. Todos se agruparam e deram um único e fraterno abraço, fazendo comover a Yuuhi.
Passado o abraço ele sorriu para a pequena enquanto a arremessava no ar, como uma criança. Ela ria sem pestanejar e depois de tantos anos percebeu que ela já não estava mais sozinha.
- Achou que ia embora sem falar comigo né!
- Eu achei que... – A pequena corou.
- Hey Hey! – Disse o loiro estendendo um dos mindinhos – Vamos fazer uma promessa?
- Promessa?
- Nunca esqueceremos um do outro, tá.
Ela novamente praguejou o “baka” e firmou com seu mindinho a promessa do Uzumaki, prometendo segui-la a risca! Foi se despedindo um por um, deu um grande abraço na Hyuuga que chorava emocionada e beijou a testa do pequeno Asuma. Pegou sua mala e saiu feliz, ouvindo atrás de si diversos tchaus e cuidados. Naruto correu e parou Yuki com a pergunta.
- Você vai voltar não é?!
- Quem sabe um dia...! - Respondeu ao grito erguendo uma das mãos para cima e acenando.
Epílogo
“ Tou-san, Kassan... Finalmente estou seguindo meu caminho. Eu me tornei uma kunoiche e sem falta reunirei nossa família. Agora estou voltando para o campo e claro,não me esquecerei das rosas. Passar por essa família foi a melhor experiência de minha vida, Konoha. Conheci pessoas maravilhosas como Hinata e Kurenai, pessoas apaixonadas como Sakura e Tenten e um baka alaranjado me fez sorrir de novo. Agora eu me lembro de quando vocês me contavam aquela história...
Flash Back -
- E assim o menino voltou pra casa e viveu feliz para sempre.
- Hã? – Perguntou a menina confusa com a gravura do livro – O que é isso tou-san.
- É um sorriso. – Itachi sorriu dócil para a menina – Ele está feliz porque conseguiu voltar para casa.
- Kassan!
- O que foi querida? – Perguntou a mãe enquanto plantava uma muda de rosa.
- Quando fica perdido o menino chora, mas depois ele não para de correr e acha o caminho de casa. Por quê?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Acho que ele não queria desistir... – Respondeu Itoko – Não é mesmo querido?
- Hun.
- Mas Tou-san... Nunca vi ninguém fazer isso.
- Eu conheço uma pessoa assim.
- Sério?! – Empolgou-se a menina com olhos cintilantes – Quem é ele?
- É um loiro imperativo... – O pai não podia deixar de rir toda vez que se lembrava das frases dele – Um shinobi de minha vila, que usa uma extravagante roupa laranja.
- Um ninja usando roupa laranja? – Yuki perguntou com nojo – Que cara estranho!
- Para uma menina da sua idade gostar de vernelho...
- Tou-san isso é crueldade! – Com as mãos pequenas e filha dava soquinhos na barriga do pai sem saber onde enfiar a cabeça, e o mesmo soltava gargalhadas gostosas enquanto sentia cosquinha.
- Vocês parecem estar se divertindo. – Itoko adentrou em casa se dirigindo a cozinha – Vou fazer o jantar!
- Haaai! – Responderam pai e filha.
- Mas sabe... – Itachi continuou – Algum dia ele será um grande homem...
- Por quê?
- Ele nunca desiste...
... talvez eu fosse nova demais, mas o que digo não faz sentido já que só tenho quatro anos. Porém, a ressonância da alma foi mais forte e sei que nenhum deles jamais me abandonará, enquanto estivermos conectados.
Você me deixou. Balbuciou e um encontro marcado se formou. Você é inacessível, e não basta dizer: Eu não sou inútil! Para que você possa ouvir o bater do meu coração. A ressonância da alma tem o odor de uma linda rosa vermelha, e com um sorriso eu tomei minha decisão. A promessa de que um inevitável destino traria saudades era verdadeira. Em um mundo mergulhado em luz e trevas, cair rolar e levantar de novo e mais que um desejo é realidade. A verdade está escondida em baixo da cerejeira, onde os deuses vivem em um caleidoscópio de sangue e morte. Num belo dia ensolarado a profecia ecoou em meus ouvidos e no meio à guerrilha só pude estender a mão, enquanto você pedia ajuda. A barreira que distancia nossos corações ainda resiste ao impacto de uma fenda, mas não daquele que se atreve a remendá-la. Só rezo agora para que você escute meu último pedido e enquanto meus olhos se voltam para a escuridão eu me culpo todos os dias por não ter dito adeus. – Resonance
Arnya
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