Aife Ainsley

Eu não abri meus olhos ao acordar. Tive medo de fazer isso. Tive medo de onde poderia estar. Céu, inferno ou... aqui. Era frio, escuro e estava em movimento. Ouvi as rodas girarem nos trilhos logo debaixo do meu ouvido, estava em um trem de carga. Mas a quanto tempo? A quantos quilômetros de casa?

Nada era claro, tanto nos meus pensamentos como na minha visão. Meus olhos estavam tão inchados que eu não os podia abrir, o cheiro de sangue seco emanava de mim como as águas fluem em um rio, tive medo de me mexer, sabia que vários ossos do meu corpo estavam quebrados. Simplesmente não poderia explicar como ainda estava viva.

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O trem começa a frear, consigo ouvir com a consciência inconstante que tinha. Um caminhão está ligado do lado de fora, e o que parecem ser dezenas de homens, estão abrindo os vagões ao lado. Eu estava com medo que me encontrassem e também que não me encontrassem, se descobrissem quem eu era, independente de quem fossem, eu estaria em perigo. Por outro lado, ser deixada ali era ter certeza da morte, em alguns dias, talvez horas.

E eu estava prestes a desistir quando o vagão foi aberto, e a luz foi atirada em meu rosto. A silhueta de um homem adentra o vagão com destreza, e rapidamente se aproxima com um gemido preocupado. Ele coloca os dedos em meu pescoço, e eu me encolho de dor.

— Ah meu Deus! — Ele diz e outros dois garotos se aproximam. — Rápido, me ajudem a levá-la!

Consegui enxergar os borrões que seus rostos eram agora, e as roupas que eles vestiam. Eram no máximo Seis, estavam assaltando um trem de carga, o que era comum acontecer em apenas um lugar, o Sul.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.