Vira-lata

O dia em que tudo mudou de novo


Calejado por olhares indiferentes, era o céu quando Vira-lata recebia um olhar mais humano. Habituado à dura fome, não aguentava de alegria quando alguém lhe oferecia comida. Nessas horas, o rabo ganhava vida própria tamanha a gratidão.

Mas eram momentos raros, seguidos por períodos de amargor. Ele sentia a esperança e depois ela se dissipava dolorosamente. A vida nunca se cansava de cavilar dele, e Vira-lata foi se cansando dela.

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Com desconfiança, observou a Moça que se aproximou dele naquela manhã fria. Quando ela afagou sua cabeça, no entanto, o mundo inteiro se aqueceu.

— Venha comigo.

Vira-lata abanou o rabo.