Capítulo 7- Aminimigo

— O que? Amigo...de infância...!? - Essa informação acabou lhe deixando um pouco atordoado.

— Isso...Agora, poderia guardar a espada? Por favor... - A azualda pediu e Law apenas o fez, sem dizer mais nada.

Ele não sabia por que, mas começou a se sentir ameaçado, de certo modo. "Tsc, quanta estupidez...", pensou. Não tinha nenhum motivo para se sentir assim. Ou tinha? De qualquer forma, não queria mais gastar neurônios pensando sobre isso.

— Valeu ^^'...Nossa, você tem mesmo reflexos bons haha... - Law apenas olhou para ele com uma cara neutra e talvez não muito simpática. -...Ah, e foi mal pelo susto. A propósito, eu sou o Dazai. (Sim é uma pequena referência ao Dazai de Bungo Stray Dogs )

Ele era um homem relativamente alto, com um corpo bem definido, cabelos médios loiros e espetados e seus olhos eram castanhos.

— Engraçado, não me lembro de ter perguntado.

— Law, não precisa falar desse jeito...! - Em resposta, ele apenas cruzou os braços e desviou o olharm

— Não precisa se desculpar, não foi nada. Mas caramba, nem acredito que encontramos você, estou tão feliz! Faz tempo que não te vejo! - Ela sorriu e o abraçou.

— Ah, claro, também estou feliz em te ver...mas o que estão fazendo? Que eu saiba, não deveriam estar aqui.

— Óbvio que não. Acha que estamos aqui porque queremos? - O moreno disse de forma sarcástica.

— Bem, sobre isso...é uma história um pouco longa e...

— E você não tem tempo pra ouvir. - O tom deveras ríspido dele não estavam agradando Yumi nem um pouco. Assim como o fato de ter sido interrompida também.

— Enfim...-_-), precisamos ir embora, o mais rápido que der. Desculpa pedir isso, acho que é abusar demais, mas...será que poderia nos ajudar...?

— Você sabe que não posso...mas a sua sorte é que eu não consigo dizer "não" pra você.

— Sério? Vai nos ajudar? E se você ficar encrencado?

— Se ninguém souber, qual o problema? - O marinheiro então sorri de maneira gentil. - Eu sei o quanto você quer isso, e agora que finalmente conseguiu a oportunidade de ir embora e viver como sempre quis, é lógico que vou ajudar. Considere como uma forma de retribuir pelas vezes em que você me defendeu de valentões quando eramos crianças rs.

— Oras, não fiz nada demais, era o mínimo que eu podia fazer.

— Bem, mesmo assim, não tira os créditos. Pra mim significou muito. Ah, Nossa! Quase me esqueci! Me mandaram aqui para pegar alguns papéis e documentos. É melhor voltar com eles, acho que assim não levanto tantas suspeitas.

— Tem razão, e onde estão?

— São meio velhos, então me falaram que estariam guardados em pastas dentro de uma caixa. Acho que...é essa ai atrás de você.

— Ah, ok. Eu pego.

— Obrigado, mas não precisa...eu mesmo posso...

— Tá tudo bem, sem problema. Deixa eu te dar uma ajuda também.

Sendo assim, Yumi se virou para a estante atrás dela e viu a caixa que ele se referia. Precisou fazer um pouco de esforço para alcançar, pois a caixa estava localizada numa prateleira um pouco mais alta que ela.

Com as duas mãos tentou pegar a caixa mas ao tentar puxa-la sentiu que estava um pouco pesada e pensou que se continuasse assim provavelmente derrubaria tudo. Notou então que ela não estava lacrada e achou melhor abrir e pegar os tais documentos, sem tirar a caixa do lugar.

E assim fez. Abriu a caixa e colocou a mão direito em seu conteúdo. Mas o que tinha dentro dela não eram as pastas com documentos.

Alguns segundos depois a próxima coisa que os meninos ouviram foi um grito de dor dela.

— O que houve!? - Preocupado, perguntou Law, que estava quieto até aquele momento.

— Argh, que droga...!! - Disse enquanto rapidamente tirou a mão da caixa. - Cortei minha mão em alguma coisa...

— Ai, essa não...! - Falou o loiro.

— O que tinha naquela caixa!? - Perguntou Law.

— E-eu não sei...! Já que ela se cortou, provavelmente alí estava o...arame farpado....

— Como é, seu maldito!?? - Replicou o moreno.

— M-me desculpem...! Eu me confundi! Realmente não sabia, sinto muito mesmo!

O pirata resolveu deixar sua discussão com loiro pra lá. Agora sua atenção tinha voltado para a azulada machucada.

— Você está bem?

— Estou, não foi nada. Só tá dolorido...e sangrando bastante...TuT)

— Precisamos estancar o sangue...

— Acho que não tem nada aqui dentro que podemos usar para fazer um curativo...mas eu tenho um lenço, não é muito...mas talvez ajude.

— Sim, vai servir por enquanto, obrigada. ^^

Dazai ajuda ela a limpar o sangue na mão e então ele dá a ela o lenço para pressionar a ferida e tentar estancar o sangramento.

Enquanto isso, ele acabou achando os papéis e documentos que precisava. Depois disso eles finalmente deixam o depósito e partem para a saída.

A base era grande. No momento estavam passando por um corredor também enorme e com várias celas.

— Essa parte não mudou quase nada né... - Disse a garota.

— Não... - Repondeu o loiro.

— E eu também continuo detestando esse lugar... - Yumi colocou seus braços em volta de seu próprio corpo e havia se encolhido um pouco. Era como se tivesse com medo.

E não tinha como deixar de notar que muitas delas tinham manchas de sangue seco. Também tinham marcas e sinais nítidos de tortura. "Então era disso que ela estava falando...", pensou Law ao ver aquilo. Além disso, todas as celas estavam vazias. Diante desse fato, questionou ao marinheiro:

— Por que todas as celas estão vazias?

— Bom...Na verdade muitos, muitos, criminosos ficam presos aqui. Mas acontece que...nenhum consegue ficar vivo por mais de...sei lá...5 dias, no máximo.

— Ok...obrigado pelo esclarecimento perturbador.

— O que ela faz é tão doentio...!

— Pode ser que sim. Mas isso não importa para quem é ou foi uma vítima. E não quero parecer rude, mas não acho que você pode pedir clemência a quem sofreu daquela maneira, como ela...entende? Não dá. Uma vez que se começa a odiar é praticamente impossível parar. O sentimento aumenta cada vez mais, começamos a confundir e misturar justiça com vingança...e isso gera um ciclo sem fim... - Disse o moreno que depois continuou perguntando sobre uma outra coisa. Uma coisa que estava lhe incomodando e estranhou muito. - Enfim...quero perguntar outra coisa. Por que até agora não demos de cara com nenhum marinheiro sequer?

— Ah sobre isso...é porque estamos com poucos soldados na base. No momento vários marinheiros estão fora, em missões.

Aquela resposta não deixou o cirurgião satisfeito. Pelo jeito que ele falou...parecia que estava mentindo, que tinha inventado essa "desculpa". Também achou aquele acidente com o arame suspeito. Enfim, talvez estivesse sendo cético e paranóico demais... mas de qualquer forma, ficaria atento.

Após isso, ficaram um bom tempo andando de um lado para o outro. Nunca chegavam a lugar nenhum. Mas depois de fazerem isso
que pareceu uma eternidade eles finalmente chegaram.

— É aqui, a saída.

— Tem certeza...? Não me lembro de ter uma saída aqui...

— Ah, faz muito tempo que você não vem aqui. Aconteceram algumas mudanças, então é claro que algumas coisas não são como você se lembra.

Dazai abriu a porta da saída. Os três a atravessaram, mas logo depois Yumi e Law tiveram uma infeliz surpresa.