The Beginning

Capítulo 1


16 de fevereiro de 1968

Dia 27 de Março de 1960, a vida de Euphemia e Fleamont Potter mudou completamente. O nascimento de gémeos a um casal com mais de 40 anos chocou completamente a sociedade bruxa.

Euphemia Potter, outrora Black, quase que não conseguia acreditar na sua sorte. Fora agraciada com a chegada inesperada de gémeos sendo ela uma mulher que todos acreditavam estéril.

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Toda a sociedade bruxa, principalmente as famílias puro-sangue, ficaram deslumbradas com os primeiros herdeiros da família Potter britânicos, já que o único varão Potter (para além de Fleamont) era Charlus Potter que se mudara para a América. A alegria transformou-se rapidamente em obsessão perigosa num tempo em que a Grã-Bretanha atravessava uma grande crise política que começava a despertar extremismos.

Com toda esta perseguição, Fleamont aproveitou uma transferência para o Departamento de Aurores do Ministério Americano e mudou-se para lá com a família para perto do seu primo Charlus Potter.

Cresceram, então, James e Madeleine Potter no mais puro afastamento da sufocante sociedade inglesa. James era um brincalhão, adorava Quidditch e pregar partidas. A irmã alinhava com ele nas brincadeiras mas preferia ler e cantar pelos cantos da mansão.

Euphemia Potter gostava desse ambiente calmo longe dos repórteres do Seminário das Bruxas ou do Profeta Diário. Passavam-se já 7 anos da mudança dos Potter para a América. Euphemia acariciou a sua barriga de 3 meses, enquanto observava os gémeos a brincar no jardim de sua casa. Tendo 50 anos e grávida inesperadamente tinha logo recebido dispensa do seu trabalho de curandeira para descansar em casa.

A casa que eles tinham não era muito grande nem muito pequena sendo que eles a partilhavam com Dorea (a irmã gémea de Euphemia) e Charlus Potter. O primo de Fleamont tinha sido muito gentil e quando eles se mudaram para a América oferecera-se para partilhar a casa e dividir as despesas.

Os Potter americanos (como lhes chamavam) tinham 4 filhas: Victoria Potter, Amelia Potter, Scarlet Potter (da idade dos gémeos) e Ambrose Potter. O único herdeiro da família Potter era por enquanto James Potter.

Fleamont Potter era, então, exigente e cuidadoso com James para que ele não caísse na ideologia dos puro-sangue perpetuada longamente na América e que se expandia também na Grã-Bretanha nos perigosos dias que corriam. Fleamont era um auror bem-sucedido e prestigiado tanto na América quanto na Grã-Bretanha e foi por isso que naquela tarde tudo mudou.

Quando começou a escurecer, embora ainda fossem 7 da tarde (era Fevereiro), Euphemia obrigou os meninos a entrarem em casa.

— Mas mãe……

— Nada de mas, James Potter. Está a ficar escuro e frio e é perigoso ficar lá fora. Ou queres ficar doente como no mês passado?- James torceu o nariz ao ouvir a mãe. Madeleine aproveitara e mal entrar em casa pegara num livro e fora fazer os trabalhos de casa.

— Trabalhos de casa, Mady? És uma seca.- riu-se James. A mãe olhou-o com reprovação e o menino retraiu-se e foi logo juntar-se à irmã. Euphemia ficou a observar os seus dois pequenos a trabalharem.

Eles estavam numa escola preparatória de magia, algo que só existia na América e que os deixava preparados para quando fossem para a escola a sério.

De repente, ouviu-se um estrondo na porta. Poucos segundos depois, uma menina de cabelos pretos encaracolados apareceu na porta com um sorriso de orelha a orelha:

— Cheguei!- anunciou Scarlet Potter. Os gémeos levantaram-se logo:

— Como foi a reunião com a directora?

— A tua mãe zangou-se muito contigo?

— Ela tentou mas depois começou-se a rir porque se lembrou das partidas que ela pregava em pequena às professoras delas.- sorriu Scarlet matreira. Madeleine abraçou a prima.

— Ao menos a tia Dorea não leva a sério. Já a nossa mãe…- sussurrou James a Madeleine que se riu.

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— Concordo, Jamie.- disse Scarlet rindo-se. James torceu o nariz ao ouvir o apelido que a prima insistia-lhe dar. Mais uma vez ouviu-se a porta a abrir.

— Deve ser o pai e o tio.- disse Madeleine a James logo correndo para a entrada para abraçar o pai.

— Pai!!!!!!- um moreno alto de cabelos castanhos claros bagunçados sorriu com o entusiasmo da filha pegando-a ao colo.

Euphemia olhou com divertimento Scarlet a fazer o mesmo com Charlus. Aquelas duas tinham nascido para ser melhores amigas.

— Oi Mady!- disse-lhe o pai dando-lhe um beijo na testa e pousando-a no chão. Logo de seguida cumprimentou James com uma festa nos cabelos e a esposa com um beijo.

— Duas semanas fora, Fleamont. O que aconteceu desta vez?- perguntou-lhe a esposa preocupada. Fleamont trocou um olhar apreensivo com o primo e fez sinal para a esposa transmitindo-lhe por olhares que falariam mais tarde quando as crianças já tivessem a dormir.

— A Ambrose?- perguntou Charlus procurando pela sua filha mais nova.

— A Dorea levou-a com ela quando foi à reunião com a directora por causa da Scarlet que fez das suas novamente. Depois deixou a Scarlet cá em casa e foi comprar ingredientes para o jantar.- explicou a cunhada.

— Com que então fizeste das tuas novamente.- sorriu Charlus para Scarlet- Este ano que as tuas irmãs estão sossegadas em Ilvermony, tu começas a fazer das tuas.

— Podes ficar orgulhoso, paizinho.- respondeu Scarlet, indo se embora com Madeleine para o seu quarto.

— Esta menina vai ser a causa de todos os cabelos brancos que eu ganhar nos próximos 10 anos.- disse Charlus. Fleamont suspirou:

— Ao menos, tu tens uma só. Eu tenho dois que aprontam dia sim, dia não.- Na cozinha ouviu-se um prato a partir.

— JAMES!!!- gritou Euphemia. James passou pelo pai a correr e subiu as escadas para se esconder no quarto da irmã. Charlus e Fleamont desataram-se a rir. Euphemia suspirou. Precisava de paciência para lidar com os seus dois gémeos mas não podia se irritar por causa da gravidez.

— Preparei um chá para tomarmos enquanto eles estão lá em cima. Assim explicam-me já o que aconteceu.- Fleamont e Charlus seguiram Euphemia para sala e sentaram-se.

— O que aconteceu foi que o Ministro da Magia quis nos pôr à prova e verificar qual era o mais hábil do departamento dos aurores.- disse Fleamont.

— Inventou uma missão e transmitiu-no-la sem sabermos que era apenas um teste. Essa missão durou as duas semanas que tivemos fora.

— Mas para que é que o ministro faria um teste para vocês? Qual era o objectivo?- a cara de Fleamont cerrou-se num semblante carregado quando ouviu a pergunta da esposa.

— Para….- um grito interrompeu-o.

—Meninos, cheguei!- gritou Dorea com Ambrose ao colo. Charlus e os outros adultos levantaram-se para cumprimentar a recém-chegada e ajudá-la a carregar as compras para o jantar. Madeleine, Scarlet e James irromperam pela sala a dentro.

—Eu ajudo a cozinhar.- gritou Madeleine.

—És sempre tu, deixa-me ser eu.- interrompeu James empurrando-a e afastando-a.

—James não empurres a tua irmã.- disse Fleamont. Scarlet interrompeu-o:

—Esqueçam lá! É a minha vez de ajudar na cozinha. – os primos continuaram a discutir sem parar sob o olhar divertido dos pais até que Euphemia se intrometeu.

— Nenhum de vocês vai ajudar a cozinhar? Sabem porquê? Porque nós sabemos muito bem que vocês só querem cozinhar para não terem de pôr a mesa.- as crianças entreolharam-se envergonhadas.- E por isso…. Vão pôr os 3 a mesa.

— O quê?

— Não mãe.

— Nem pensar.

— Meninos obedeçam à vossa mãe.- disse Fleamont.

— Scarlet podes juntar-te aos teus primos.

— Mas mãe…

— Vamos ter que voltar à conversa que tivemos depois da reunião com a directora?- perguntou Dorea Potter severamente. Os meninos prontamente obedeceram e despacharam-se correndo logo de volta aos quartos.

— Esses meninos..

— Nem te queixes, Charlus. Davas muito mais trabalho com a idade deles.- riu-se Fleamont.

Euphemia suspirou voltando a dedicar-se juntamente com a irmã ao jantar deixando o marido e o cunhado a beberem o chá enquanto conversavam. A vida na América era agradável, sossegada embora tanto os seus filhos quanto as suas sobrinhas dessem bastante trabalho.

Victoria Potter era a mais velha dos primos e estava a terminar os estudos em Ilvermony. Ela queria ser uma trabalhadora no departamento de execução da lei mágica no Ministério dos Estados Unidos. Era muita chegada a Amelia que nascera apenas dois anos depois dela. Ambas formavam um duo de traquinices com o qual Charlus e Dorea sofreram muito nos primeiros anos delas de escola com a abundância de cartas vindas da directoria.

Dorea Potter só voltara a engravidar quando a irmã engravidara de gémeos. Tinham engravidado praticamente ao mesmo tempo tanto que os gémeos nasceram a 27 (James) e a 28 (Mady) de Março e Scarlet a 1 de Abril. Desde que nasceram que os gémeos e a prima eram quase trigémeos. Iam juntos para todo o lado. Madeleine e Scarlet eram tão parecidas que às vezes até as próprias mães as confundiam.

A mais nova dos primos era Ambrose. Tinha apenas 3 anos e aparentava ser muito tranquila para felicidade da mãe. A verdade é que com quase 50 anos, Dorea já não tinha a mesma paciência que tinha aos 32 anos quando deu à luz Victoria.

Dorea e Euphemia rapidamente acabaram de preparar o jantar que agora cozinhava-se sozinho com ajuda das varinhas e sentaram-se ao pé dos maridos.

— Tinhas dito que ele inventou uma missão? Para quê?- perguntou Euphemia pressentindo algo errado.

— A Europa está a passar uma situação muito mais difícil do que nós pensámos. Está a haver um crescimento dos puro-sangue extremistas muito acentuado e agora organizado por um louco que se autodenomina de Lord Voldemort. Têm morrido muitas famílias muggles e nascidos muggle também, principalmente na Grã-Bretanha, na França e na Alemanha.- contou Charlus.

— O ministro da magia britânico, que era nascido muggle demitiu-se por ter uma doença misteriosa e desapareceu.

— O Nobby Leach?- perguntou Euphemia assustada.- Ele era um Gryffindor, não se afastaria por causa de uma doença.

— A subida dele ao poder enfureceu todos os puro-sangue e, por isso, é provável que Voldemort esteja por trás disto.- disse Fleamont suspirando.- Alastor Moody, chefe dos aurores pediu ao ministério americano para enviar o melhor auror que tivessem para chefiar o caso de Voldemort, tanto do desaparecimento do ministro quanto das mortes.

— Daí a missão que ele inventou, para vos testar.- entendeu Dorea.

— Sim e…- continuou Charlus nervoso.

— Eu ganhei. Tive o melhor desempenho e o ministro pediu-me para voltar à Grã-Bretanha.- disse Fleamont deixando a esposa chocada.

O jantar decorrera sem percalços e os primos tinham adormecido quase mal se deitaram. Ambos os dois casais logo se retiraram pois sabiam que tinham muito para falar a sós. Euphemia estava agora deitada na cama do seu quarto encostada no ombro do marido.

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— Voltar à Inglaterra, querido?- perguntou Euphemia infeliz acariciando a pequena barriga.

— Que escolha temos, Mia? O Albus mandou-me uma coruja mal soube que tinha sido eu a vencer a implorar-me, quase, para voltar.- sussurrou tristemente Fleamont.

— É só que isso implica que o Jay e a Mady tenham contacto com a família Black toda. A Walburga vai me tentar continuar a convencer a casar o filho dela com a Mady, como se tivéssemos nos anos 20. O Jay adaptar-se-ia bem, mas a Mady é muito influenciável. Com os Black em cima dela tenho medo que ela fique extremista.

— Mantemos um olho neles. De qualquer maneira já estava na hora de voltar. Faltam 3 anos para eles irem para Hogwarts. Começarem-se a habituar à Inglaterra não faz mal nenhum.

— O teu pai vai ficar feliz de voltarmos.

— Ele e a Catherine. Mal souber da nossa ida pega nas malas e deixa a França. Pode ser que ela como madrinha da Mady a ajude a instalar-se.- disse Fleamont.

— Quando vamos?- perguntou Euphemia.

— Tenho as passagens de barco para 24 de março num navio bruxo. Chegamos lá em 2 dias.

— Para o Albus te implorar a voltar aquilo deve estar muito grave, não é?

— Sim, Mia, as coisas lá não estão nada fáceis. Estão mesmo complicadas.- disse Fleamont abraçando a esposa, desligando as luzes e de seguida adormecendo.

24 de março de 1960

O mês passara num abrir e fechar de olhos. Como os pais esperavam, Madeleine recebeu mal a notícia. Chorou, berrou, zangou-se. Não queria deixar os amigos da escola para ir para uma casa desconhecida. Não queria deixar o padrinho Charlus nem a sua gémea emprestada Scarlet que chorara tanto como ela. Não queria deixar os amigos nem a casa para um lugar onde não conhecia ninguém.

James aceitara a notícia com mais tranquilidade que a irmã. Onde Madeleine fosse, James iria também e como a irmã era obrigada a ir, James estava calmo com a decisão dos pais. Ele era o maior conforto da gémea, o ombro para ela chorar e aquele que a conseguia acalmar quando ela estava irritada.

Chegara a manhã da partida. A casa parecia estranhamente vazia. As roupas, brinquedos e livres tinham sido todos arrumados em caixotes que tinham sido diminuídos e guardados na mala de Euphemia. O quarto que Scarlet dividia com Mady estava quase vazio. Metade dos livros tinham desaparecido da estante, a cama de Madeleine também saíra do quarto, as roupas, os brinquedos, a secretária e tudo o resto.

Eram 6 da manhã. Madeleine já estava vestida e tentava não acordar a prima ao sair.

— Ias mesmo te embora sem te despedires?- perguntou Scarlet sentando-se na cama. Madeleine voltou-se para trás e foi abraçá-la com lágrimas nos olhos.

— Eu não quero ir. Eu queria ficar aqui contigo.- chorou Madeleine.

— Eu sei, Mads. Olha, eu prometo que vou convencer os meus pais a ir para Hogwarts contigo.

— A sério? Isso era muito fixe, Scar.

— Eu prometo. Se tivéssemos varinha, eu faria um juramento inquebrável mas como não contentamo-nos a fazer jura do mindinho.- disse Scarlet fazendo a prima rir-se.

— Lyn?- chamou James da porta do quarto.- Temos que ir.

— E não te despedes de mim, Jamie?- perguntou Scarlet com uma lágrima ou duas nos olhos.

— Não me chames, Jamie, pelas barbas de Merlin.- disse James abraçando a prima.

— Boa viagem. Avisem quando chegarem.

— Nós, depois, pedimos à mãe para mandar uma carta.- prometeu James.- Lyn vamos.

Madeleine abraçou a prima, uma última vez e sem olhar para trás seguiu para a porta de entrada com James.

— Boa viagem, queridos.- disse a tia Dorea beijando-lhes as testas.

— Mady! Vai correr tudo bem.- prometeu-lhe o padrinho Charlus.- Visitamo-vos no verão.

Madeleine assentiu dando um abraço grande ao tio/padrinho.

— Prontos?- perguntou Fleamont. Madeleine agarrou a mão do pai e James a mão da mãe e no segundo a seguir desapareceram.

Apareceram no porto de New York. O pai guiou-os até uma parede que atravessaram provando ser um passagem mágica para o navio que iam apanhar. Deram os seus bilhetes ao revisor e logo entraram acomodando-se no quarto. Madeleine subiu com James ao convés sendo abraçada pelo irmão e dando um último olhar à terra onde vivera toda a sua infância, afastando-se em direcção às terras de sua majestade.

Que desafios a esperavam? O que lá ia encontrar? Ela não sabia, nem sonhava tudo o que iria acontecer. Naquele momento eram apenas dois gémeos, Madeleine e James Potter, de quase 8 anos e que prometiam um ao outro nunca se separar. Nesse segundo, era tudo o que importava.

26 de março, 18h

Madeleine sentiu o barco, de repente, a parar. Levantou-se da cama onde lia Hogwarts, uma História e correu para o convés onde já estavam os pais prontos a sair. Um vento frio percorreu o seu corpo deixando-a cheia de frio.

— Toma, não queremos que te constipes.- disse-lhe a mãe dando-lhe um casaco.

O dia era cinzento e gelado. A cidade à sua frente parecia solitária. Não se via muitas pessoas na rua. Madeleine não gostava do que via. Onde estava o sol radiante americano? Ali as pessoas pareciam todas pálidas e ela destoava com a sua pele queimada pelo sol que tanto amava. Era isto? Era para aqui que vinham viver?

— Chegámos.- disse Fleamont descendo do barco e olhando a terra onde crescera, estudara magia, conhecera o amor da sua vida e tivera os dois primeiros filhos. Madeleine olhou para trás, queria voltar para a sua casa mas que estava a quilómetros de distância. Deu a mão ao pai.

— Prontos?- perguntou Euphemia dando a mão a James. Fleamont estendeu a mão à filha que a muito custo agarrou.- Vamos.

E desapareceram para a sua nova casa. Deixando para trás o porto e todos os sonhos alegres de uma menina de quase 8 anos.