Ladybug saltava pelos prédios, tendo todo cuidado para não cair de cara no chão, devido à chuva – fina porém constante.

O motorista de Adrien havia deixado Marinette em casa, no entanto ela tinha planos de ir à casa de Mestre Fu e não queria que seu amado soubesse. Não que fosse um super segredo, apenas não queria incomodá-lo com seu desespero e precisava conversar com o Mestre sobre o que estava sentindo.

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— Hey, Ladybug! – ouviu Chloé Bourgeois a chamando da janela do seu quarto no grande hotel da cidade.

— Droga! – murmurou baixo, se repreendendo por não ter sido mais discreta e ter se deixado ser vista. Apesar disso, Ladybug se balançou em seu ioiô até chegar no quarto dela. – Desculpe por isso. – apontou para o carpete molhado, aonde havia pousado dentro do cômodo.

— Não se preocupe, meus empregados limparão depois. – a loira balançou as mãos – Vou pedir um chocolate quente, deve estar com frio.

— Mas eu não... – Chloé jogou uma toalha para Ladybug, sem dar tempo para que a joaninha dissesse que não poderia ficar, e apontou para sua poltrona.

— Preciso te contar uma coisa. É importante. – disse séria.

— Tá bem. – Ladybug se secou rapidamente e sentou na poltrona. A heroína deu uma rápida analisada no quarto de Chloé, não havia mudado muito desde a última vez que esteve nele. No entanto pode perceber que a garota tinha algumas figuras de ação dos heróis. Principalmente da Queen Bee.

Não demorou muito e o mordomo de Chloé bateu na porta com os chocolates. A loira correu e pegou as xícaras na porta, não deixando ele entrar, pois a heroína estava lá.

— Aqui.

— Obrigada. – Marinette segurou a xícara com as duas mãos e tomou um gole achando a bebida incrível, diga-se de passagem. – O que você tinha para me dizer?

— Tem uma garota na minha escola, você deve a conhecer, a Lila... Ou Volpina.

— Sim, conheço. – Marinette apertou as mãos ao redor da xícara.

— Bem, fui me esconder para me transformar e ajudar vocês com a Climatika. Então vi ela escondida também, conversando com alguém pelo telefone dizendo que também conseguiu que a Aurore se irritasse e que merecia uma recompensa. Não ouvi muito, mas eu desconfio que ela esteja trabalhando com Hawk Moth. – Marinette ouviu tudo com o maxilar trincado automaticamente por se tratar de Lila.

— Isso explica a volta do Darkblade e do Coruja Negra, ambos da sua escola. No mínimo deve ter sido coisa da Lila também.

— Vou ser sincera, não vou nenhum pouco com a cara dela e daquele papinho de viagens internacionais e blá blá blá! – Marinette nunca pensou que concordaria tanto com Chloé. – Pra mim ela nunca deixou de ser a Volpina.

— Tem razão. – também nunca pensou que diria isso para a Bourgeois. – Mas infelizmente poucas são as pessoas que sabem que ela é uma mentirosa de carteirinha. Talvez só nós, os portadores. E ainda porque eu alertei.

— Então devo alertar o pessoal da minha escola sobre ela? Porque se ela já fez uma vez, com certeza vai fazer outra pessoa de lá ser akumatizada de novo.

— Não, não é uma boa avisar. – sabia por experiência própria. Lila podia ser muito persuasiva quando queria e acabar virando a situação a seu favor – Se você ver ela fazendo alguma coisa, só impeça. Mas avisar com antecedência pode piorar as coisas.

— Tudo bem. Obrigada por me escutar. – a azulada sorriu de canto.

— Não precisa agradecer. Você ajudou muito, Queen Bee.

***

Depois da conversa com Chloé, Marinette apenas voltou para casa e anotou as novas informações no seu banner. Não quis falar com Mestre Fu enquanto estivesse de cabeça quente – efeito que Lila conseguia causar nela apenas com a menção ao nome da italiana.

— Se eu conseguir acessar o celular dela e a chamada estiver lá, eu posso ter uma pista sobre a identidade do Hawk Moth.

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— Acha mesmo uma boa ideia? – Tikki indagou, não se mostrando muito a favor.

— Não. Mas eu já estou cansada de nunca ter uma solução. – admitiu – O meu plano, arriscado demais. Viajar para o futuro, arriscado demais. Acessar o celular da Lila é o que temos no momento. – disse enquanto anotava. – Não é o melhor jeito, mas... Precisamos vencer.

***

As nuvens ainda dificultavam que o sol conseguisse iluminar Paris. No entanto já havia parado de chover e por mais que gostasse da chuva, Adrien odiava não poder ficar deitado na cama apenas escutando o barulho relaxante – embora não precisasse ir à escola hoje, já que era sábado, mas ainda sim tinha seus compromissos como modelo.

— Adrien? – Gabriel apareceu na sala de jantar, enquanto seu filho tomava o café da manhã.

— Sim? – questionou surpreso com a chegada repentina.

— Nathalie voltará hoje à tarde. Todavia, peço que não exija muito dela, pois ela ainda está se recuperando.

— É claro, mas... O que exatamente aconteceu com ela?

— Ela... Caiu da escada e machucou o abdômen.

— Nossa, coitada! – exclamou surpreso – Mas por que o senhor não deixa ela descansar mais? Posso me virar sem ela por enquanto. – sugeriu. Nathalie sempre cuidava dele, não teria problema nenhum que ela tirasse mais alguns dias para se recuperar.

— Eu deixei. Entretanto ela quis voltar.

***

— Mestre, eu simplesmente não aguento... Eu sinto como se eu estivesse perseguindo algo que eu nem mesmo consigo ver. – Marinette admitiu, com os olhos marejados.

— Você não precisa ver para crer, Marinette. – o Guardião explicou – Seu objetivo não é tangível e mesmo que você soubesse exatamente o que acontece no dia decisivo, você não sabe o que se passa na cabeça das pessoas.

— O que o senhor que dizer?

— Que as pessoas são imprevisíveis e um único pensamento ou ato diferente, pode fazer uma grande alteração ou até nenhuma. Por exemplo, você e o Adrien do futuro, já alteraram a linha do tempo quando fizeram essa viagem.

— É, eu sei. – baixou a cabeça e tomou um gole do chá – Mas mudaram no bom ou no mau sentido? Será que nossas chances aumentaram ou diminuíram? São muitas perguntas e eu não faço ideia de como respondê-las.

— Marinette... – Fu disse com a voz suave, fazendo com que ela olhasse para ele – Você não precisa saber o que acontecerá no dia da grande batalha. Você precisa acreditar em si, nos seus companheiros e achar uma solução para o que quer que aconteça, na hora que acontecer.

— Não sei se consigo dessa vez. – falou com a voz baixa.

— Você é a Ladybug, portadora do Miraculous da criação. Acha mesmo que eu confiaria um poder tão grande à você se não achasse que é capaz? – a garota sorriu de leve.

— Obrigada, Mestre.

— Não precisa me agradecer, Ladybug.

***

— Eu posso fazer isso, mas não vai ser fácil. – disse Max, ajeitando os óculos. O garoto estava nervoso por conta da presença da maior heroína de Paris em seu quarto.

— Eu entendo e desde já agradeço sua ajuda. – não queria ter envolvido seu colega nisso, mas Max era a única pessoa confiável que Marinette conhecia e que podia a ajudar nisso.

— Se não for muita intromissão, posso saber porque você quer ter o acesso ao celular da Lila? Não que seja da minha conta. – a heroína se aproximou dele e segurou o seu ombro.

— Acredito que ela esteja envolvida com o Hawk Moth. – sussurrou e o garoto abriu a boca surpreso – Estou te contando isso, pois confio em você e sei que vai manter isso entre nós, certo? – Max assentiu rapidamente – Se eu estiver certa, você estará contribuindo e muito para o bem da cidade.

— Fico grato de ter sido escolhido, Ladybug. – agradeceu e Marinette sorriu.

— Não poderia ter pensado em alguém melhor. – Max deu um sorriso tímido e rapidamente virou na direção do seu computador.

— Bem, como eu disse, vai demorar. A única coisa que eu preciso fazer é chegar o meu notebook perto do celular dela o suficiente para conseguir conectar e depois disso posso iniciar o processo. – disse, enquanto digitava.

— Precisa de ajuda nisso?

— Não, pode deixar comigo. – sorriu de lado – Mas como eu posso te contatar depois que eu conseguir? – Marinette parou para pensar. Não podia simplesmente dar o seu número para Max, assim ele facilmente descobriria a identidade dela.

— A garota do Ladyblog... Alya. Ela é sua colega, não? – assentiu – Quando estiver pronto, diga à ela que precisa falar comigo. Irei avisá-la do que se trata, ela também é confiável e sabe como me contatar depois.

— Tudo bem. – Ladybug pegou seu ioiô e andou na direção da janela.

— Agora eu preciso ir. Obrigada novamente, Max.

— De nada.

Dito isso, Ladybug saiu se pendurando pelos prédios até um destino específico. Mais tarde ligaria para Adrien e contaria sobre as novidades, no entanto, agora precisava falar com sua melhor amiga.

Marinette tinha um sorriso discreto no rosto. Sentia que as coisas estavam finalmente progredindo.

— Alya? – chamou pela garota na janela do quarto dela.

— Ladybug? Aconteceu alguma coisa? – disse levantando da cadeira em um sobressalto.

— Na verdade sim, mas não é nada urgente. Posso entrar?

— Claro. – a joaninha entrou no quarto dela, que apontou para sua cama – Pode ficar à vontade. – Marinette sorriu.

— Eu fiquei sabendo de uma informação que pode contribuir para a descoberta da identidade do Hawk Moth. – disse calma e começou a contar toda a história para Alya. – Então depois você só precisa me avisar se ele conseguiu. Pode fazer isso?

— Sim, posso, é claro. Mas eu só posso ligar para você se você estiver transformada, tudo bem? – Marinette suspirou.

— É, eu sei. Por isso... Eu... – respirou fundo – Por isso eu decidi que vou contar a minha identidade para você. – Alya arregalou os olhos surpresa. – Sei que pode ser perigoso, mas eu não tenho tempo à perder e você sabe disso. Além do mais, eu confio muito em você e acho que isso pode facilitar as coisas.

— Isso... É... Isso é... Fantástico! – Ladybug sorriu, ficou de pé e fechou os olhos.

Marinette tinha refletido sobre a sua decisão no caminho à casa de Alya. A morena era sua melhor amiga e mesmo com desculpas esfarrapadas para precisar sair, mesmo faltando aos compromissos e etc, Alya sempre esteve ao seu lado e nunca a julgou por isso. Tanto que a primeira pessoa que Marinette pensou em confiar um Miraculous quando foi lhe pedido para fazer, foi ninguém menos que a Césaire.

— Tikki, spots off!