Cidade de Suzuka | Época atual

Situada ao norte do Japão, Suzuka era uma cidade acolhedora. Com seus vastos parques e jardins ornamentais que eram encontrados por toda a cidade, o turismo era bastante aquecido, com muitas pessoas transitando pelas pequenas ruas da região. Mostrando ser um lugar de vida simples, era convidativo caminhar para admirar a paisagem e aproveitar o comércio local, que continham padarias com guloseimas sortidas e muitos restaurantes, que serviam de tudo que a culinária japonesa oferecia. E dentre os vários destaques, não poderíamos esquecer do circuito de Fórmula 1 de Suzuka, famoso no mundo automobilismo.

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Entretanto, nossa história se passa em uma localidade mais interiorana da cidade, mais precisamente em uma província bastante peculiar.

Província de Mie - Cidade Central | 18:00 PM

Era noite quando Ethan, um jovem de 16 anos com cabelos de cor preta curtos, com olhos da cor castanha e vestia um uniforme escolar tradicional, voltava de sua escola tranquilamente com Ryoga, seu amigo de mesma idade, que tinha cabelos longos de cor preta e olhos castanhos e que também vestia um uniforme, e Kaede, uma jovem estudante que, a exemplo deles, também era da faixa etária. Ela cabelos loiros e olhos azuis e que usava um uniforme feminino, usando saia azul e camisa branca. Os três, andando por ruas estreitas, comuns neste tipo de cidade, Ethan dizia:

— ... e eu avisei sobre aquele chute que o Ryo deu... Falei que era pra mandar no canto, eu estava desmarcado.

Ryoga, sorrindo, respondeu:

— Ih cara... acho que nem se ele te passasse a bola ia dar em algo...

— Porque?

Ryoga, caricato e debochado como era de sua personalidade, continuou com sua descontração:

— Porque tu é "peor" que o mané do Ryo, vagabundo! – Ele riu amistosamente em seguida.

— Cala a boca! Você nem sabe o que é futebol.

— Sei sim. É um bando de 22 cabeças de vento atrás de uma bola por 90 minutos...

— Cabeça de vento? Você perdeu a noção do perigo, Ryoga?

— Eu não... e você?

Kaede, calada até então, diz:

— Rapazes e futebol... coisas que se completam...

Ryoga e Ethan, ao ouvi-la, dizem:

— O QUE FOI, KAEDE?

— Eu? nada, imagina...

Logo Ethan se despede e segue para sua casa, a exemplo de Ryoga, que continuou a brincar:

— Vai lá, Zico... Treina, hein!

— Valeu... e você fica mais de boca fechada, tudo bem?

E, vendo o rapaz adentrar no quintal de sua casa, Kaede o chama.

— Ethan?

— Sim... O que foi, Kaede?

— Eh... boa noite. Cuide-se... – Disse, acanhada.

— Ah, obrigado. Você também...

O jovem caminhou um pouco mais, cerca de três minutos, até que enfim chutou até sua residência.

Entrando em sua casa, logo Ethan se depara com sua mãe que, nervosa, ia e vinha como se estivesse preocupada com algo. Ele, preocupado, logo perguntou:

— Mãe, o que houve?

— Seu pai... Ele atropelou um animal na rua. Estou aqui preocupara à beça.

— Onde? Ele está bem?

— Sim, Ethan... Mas o seu pai se machucou um pouco... foi o que ele diz, aquele irresponsável...

— Mas é algo grave?

— Diz ele que não, mas você conhece seu pai...

— E o animal? Era um cachorro?

— Diz ele que era uma espécie de gato que não conhecia...

— Mas ele está vivo?

— Sim! E seu pai vai trazê-lo...

— Eu cuido dele, tudo bem? pode deixar.

— Deixar que cuide dele? Hm... Você também não é lá um "grande" adorador de animais, rapazinho...

— Ah, mãe...

Logo o tempo passa e o pai de Ethan chega, com um curativo na testa.

— Meu amor... Você está bem? E esta ferida?

E mostrando uma calma que não coincidia com a situação, ele se senta tranquilamente, a dizer:

— Nada não, mulher... Eu estou bem, muito bem, diga-se de passagem. Já meu mascote aqui...

Ethan, observando seu pai, logo o retruca.

— Você está bem! Sempre assim, nos dando sustos! E o animal? Está bem?

— Ele sofreu um ferimento nas patas traseiras, mas está bem, a meu ver...

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— E vamos ficar com ele?

— Não sei Ethan... Não me parece um animal manso, apesar de seu estado. E mesmo assim, acho que ele tem dono, sei lá...

— Posso vê-lo?

— Pode, mas cuidado que ele é brabo. E garras de gato sempre são afiadas, ainda mais esses bem raros...

— Raro? como assim? E onde ele está, pai?

— Não sei... Só sei que nunca vi esse tipo de raça de gato. Parece maior que os que costumamos ver... Espere que irei buscar.

O Pai de Ethan vai até seu carro e o pega, envolvido em um cobertor. Mas o animal começa a querer se soltar e o pai de Ethan o segura com força.

— Calma... Droga, sabia que ia fazer isso...

Ethan, olhando o felino ferido, diz:

— Ele é bem diferente mesmo...

A mãe de Ethan, surpresa com o felino, preocupa-se com o ocorrido.

— Vocês toma cuidado com este bicho aqui, pois parece perigoso. Seu pai tem razão em dizer que ele é bem diferente...

— Que nada, mãe. Ele é até simpático.

— Bem, Ethan, eu vou colocá-lo no seu quarto, dentro daquele abrigo importado do seu avô. Lá pelo menos tenho certeza que não vai ser uma ameaça a ninguém aqui, por ser bem reforçado e próprio pra isso mesmo. Graças a seu avô...

— Aquele de aço, que parece um pequeno cercado?

— Esse mesmo. E outra coisa: você vai ser responsável pela alimentação dele.

— Eu?

— Claro. Acho que deve ter uma segunda chance...

Ethan parecia ter entendido o sentido daquela confiança de seu pai, e diz:

— Obrigado.

— Hã? Que foi?

— Por essa segunda chance.

— Garoto... vai lá e cuida do bichano, está bem?

— Tá beleza.

Ethan estava realmente empolgado com o ocorrido. Enquanto ai para seu quarto pegar a gaiola para o gato, sua mãe retrucou:

— Amor... acha mesmo que ele está pronto para ter outro animal?

— Viu o brilho dos olhos dele depois que o confiei a cuidar do gato?

— Sim... mas será que ele conseguiu superar aquilo?

— Sim... acho que sim. Mas pense comigo... faz tempo que não o vejo tão empolgado com algo, ainda mais algo dessa forma... Dei um voto de confiança pra ele, porém acho que foi ele quem deu pra si mesmo...

— Sim, concordo. Mas fique de olho nele, está bem?

— Pode deixar.

Logo depois de aprontarem as acomodações do felino, todos vão dormir, menos Ethan.

Horas depois...

Eram em torno de 22:00

Ethan se preocupava com o alimento ao seu novo "amigo". Enchendo a vasilha com comida para gato, ele prontamente se dispôs a alimentar o felino:

— Toma aí, rapaz! Vê se come tudo pra ficar bom logo.

Ele fica perto do cercado observando o felino, admirando sua pelugem, que tinha uma pelagem de cor branca e levemente esverdeada nas pontas, ficando mais escuro na que tinha em sua cabeça e não era muito peluda. Seus olhos eram azuis e pareciam que mudavam de textura quando estava em movimento! Suas patas eram largas para um gato comum e suas garras pareciam afiadas...

Ethan, curioso, andava devagar para perto do cercado. Quer ver como estava o curativo. Estranhava pois parecia que alguém tivesse tentando retirar. E de um modo estranho, o felino passou ase ouriçar e aplica um leve tranco para trás do cercado, com sua cabeça virada para o chão e sua pelagem encobrindo sua face. Logo, levantava sua cabeça lentamente e olhava para Ethan. Seus olhos já diziam por si só: não era um olhar comum. Longe de ser intimidador, como qualquer animal com medo faria.

Seu olhar mostrava ira e não medo, certeza e não dúvida... Em poucas palavras, demostrava um olhar assassino, que fez com que Ethan ficasse paralisado. O jovem estava atônito. Não se mexia enquanto o felino o olhava. Começava a suar frio, tamanho era seu susto. E, não conseguindo aguentar sua temeridade naquele momento, disse:

— O que houve? Por que me olha assim? Você está com medo de mim? Não precisa se preoc...

E o felino, com uma voz feminina e intimidadora, indagou:

— Eu vou matá-lo... humano!

Continua.