Força da Atracção
Capítulo 28 - Surpresa
POV BELLA
Fiquei a olhar boquiaberta para a figura parada à porta da entrada.
Por mais que pensasse “Não sejas parva Bella, fecha a boca” eu não conseguia deixar de olhar para ele.
O meu coração batia a um ritmo acelerado, a minha respiração falhou e as pernas ficaram bambas, o que me fez apoiar na porta para não cair redonda no chão.
- Bella – aquela voz rouca despertou-me dos meus devaneios e forcei-me a deixar de ser idiota.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Edward. – o seu nome não foi mais que um sussurro.
- Posso entrar? – perguntou com um sorriso torto que me fez tremer.
- Claro, entra – afastei-me da porta e quando ele passou por mim, senti o seu maravilhoso cheiro.
Dois meses foi tempo demais para estar longe.
Tentei normalizar a minha voz para que não mostrasse o quanto estava nervosa.
- A casa parece ser óptima.
- Sim, a tua irmã soube escolhe-la muito bem
Levei-o para o terraço, onde nos sentámos no sofá de frente para o mar.
Quando estávamos por fim sentados, forcei o meu cérebro a trabalhar, para conseguir pensar em algo para acabar com o silêncio.
- Não sabia que vinhas.
- Para falar a verdade eu também não. Quando dei por mim, estava sentado num avião a caminho.
Sorrimos um para o outro e quando eu ia abrir a boca ouvimos a porta a abrir.
- Bella.
- Bellinha, onde estás?
Revirei os olhos internamente.
- No terraço meninas. Temos aqui uma surpresa.
Ouvi os seus passos apressados pela casa e as duas irromperam pela porta, estacando de imediato ao ver Edward sentado ao meu lado.
-AHHHHH, maninho.
Alice voou em direcção ao irmão que mais do que depressa abriu os braços para recebê-la.
- Que saudades.
- Posso dizer o mesmo fadinha. Vocês ficaram demasiado tempo.
Quando eles se afastaram, Rosalie também o abraçou e foi buscar uns sumos enquanto nós nos sentávamos, juntando-se a nós em seguida.
- Bellinha porque não nos contaste?
- O teu irmão acabou de chegar Allie. Eu não fazia ideia de que ele vinha.
- Hum
Ela olhou desconfiada e com os lábios apertados.
Entretanto Rosalie já bombardeava Edward com perguntas.
- Vens cá passar uns das? Como é que está o meu ursão? Está tudo bem por lá certo?
Edward riu antes de responder, fazendo-me babar
- Sim, está tudo bem por lá. O teu ursão está óptimo, cheio de saudades. E qual era a outra – Rosalie abriu a boca para falar mas ele não deixou – Ah sim... se vocês não se importarem gostaria de ficar por uns dias.
Alice claro começou a mostrar a animação que eu também gostaria de exteriorizar, mas não podia. Limitei-me portanto a concordar com um movimento de cabeça quando me perguntaram a minha opinião em relação ao assunto.
Claro que a minha vontade era gritar bem alto, para que todo o mundo ouvisse, que por mim ele não se afastaria mais, que ficaria para sempre bem perto de mim, mas que para já, contentar-me-ia se ele fosse arrumar as suas coisas no meu quarto.
Começamos então a contar as nossas novidades e a relatar os maravilhosos dias que passamos até agora.
Alice e Rosalie falavam com a maior das animações, e aos poucos fui começando a ser contagiada pela sua falta de timidez, começando a soltar-me e a participar das discussões sobre os melhores sítios para ir, a melhor praia para se estar ou o melhor bar para aproveitar a noite.
Quando comecei a contar sobre o dia em que decidimos prolongar a estadia, Edward lançou-me um olhar tão penetrante que comecei a gaguejar, deixando a frase a meio, uma vez que me esqueci completamente do que estava a dizer.
Foi Alice que terminou a história, fazendo Edward rir com gosto, dos exageros da irmã.
Ah Deus. Edward é atraente demais, deixando-me louca. Enfeitiçando com os seus maravilhosos olhos verdes que me fariam escalar uma montanha se ele me pedisse.
A sua expressão era indecifrável sempre que me olhava, por isso eu não conseguia perceber o que ele pensava, o que ele sentia, o que se passava.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Eu não conseguia perceber o que ele queria, se ainda me queria ou não, já que até ao momento ele ainda não fizera nada que me desse a mínima pista.
Não me deu um guião para que eu seguisse, não me ajudava a enfrentar os factos.
Limitava-se a estar ali, maravilhoso a ouvir as raparigas a falar e a rir das suas histórias.
Tudo o que sabia é que cada vez que ele me olhava, eu sentia um calafrio e ficava tão perturbada que me atrapalhava toda.
Por culpa dos seus olhares e do estado de nervos em que me encontrava, quase que derrubei o meu copo por duas vezes o que contribuía para que eu ficasse ainda mais tensa.
E a cada momento ele olhava-me e aquele olhar era como uma carícia no meu rosto, no meu corpo… que me deixava arrepiada.
No entanto, Edward estava contido e conversava naturalmente como se nada se passasse.
Como se não soubesse ou não se importasse com a conversa que ambos sabíamos que iríamos ter a qualquer momento.
O que é que ele queria dizer com esta atitude?
…
Em certa altura o meu corpo doía absurdamente e pedi licença, com a desculpa de ir preparar alguma coisa para comer.
Sai rapidamente do terraço em direcção à cozinha, enquanto pensava no que iria fazer para o almoço.
Como já estávamos em cima da hora de almoço decidi fazer carne picada com massa.
Estava a meio quando Alice entrou na cozinha.
Ficou parada, encostada à porta e estranhamente calada até que, não aguentando mais o seu silencio me virei para ela.
- O que foi Allie?
- O meu irmão foi tomar um banho.
Virei-me rapidamente para que ela não visse as minhas bochechas vermelhas. Deus, ele ia mesmo ficar aqui. A ideia de partilharmos o mesmo tecto durante um tempo indeterminado era perturbadora demais.
- Bella?
- Sim?
- Tu não o amas?
A pergunta apanhou-me desprevenida e voltei-me rapidamente para ela.
- É claro que o amo.
- Então não o deixes escapar por favor.
- Eu… - vi os seus olhos a brilharem com as lágrimas e calei-me.
- Bella. O meu irmão é um homem que acredita na felicidade. Ele acredita em almas gémeas. Ele credita em dar e receber. Se não lhe deres pelos menos uma oportunidade, se não o ouvires, vais mudá-lo.
- Allie … - engoli o bolo que se formava na minha garganta.
- Ele tem os seus defeitos, claro. Quem não tem? Mas as suas qualidades ultrapassavam os defeitos. Eu sou irmã e por isso sou suspeita. Mas sei que qualquer pessoa é capaz de reconhecer as suas qualidades.
- Alice eu…
- Por favor não digas nada. Eu só queria… Eu amo-te Bella. Sabes isso, és a minha melhor amiga e doeu-me ver-te a sofrer este tempo todo. Mesmo quando tu te esforçavas para estar bem. Eu e a Rose sempre percebemos o que se passava. Mas ele é meu irmão e… quando o ouvires… Por favor Bella. Eu só quero que tu não te recuses a ouvi-lo pelo menos.
-Alice eu nunca poderia recusar-me a ouvi-lo. Como fazê-lo se eu o amo? Não poderia virar-lhe as costas, isso magoar-me-ia muito mais.
Ela sorriu e abraçou-me.
Quando nos separamos Alice já sorria e Rose entrou na cozinha.
- Bella, eu agora acabo, vai tomar um banho.
- Certo.
Praticamente corri até ao andar de cima.
…
Tentei não me ir abaixo ao ouvir Alice
“Bella desculpa mas o meu irmão adormeceu.”
Sério eu não tinha qualquer sorte.
- Viste as olheiras que ele tinha?
- Olheiras? Não.
- Sim, ele contou-nos que esteve em Londres, de lá foi para casa e logo a seguir apanhou o voo para cá. Praticamente não dorme há dois dias.
O meu coração amoleceu.
Para quem já tinha esperado estes meses, o que custava mais umas horas?
…
As horas que eu esperava que fossem poucas, arrastavam-se e quando decidi ir deitar-me às noite horas Edward ainda não tinha descido.
Despedi-me das meninas e fui para o quarto, onde vesti o meu pijama e me deitei, adormecendo logo em seguida.
…
Acordei, no que me pareceu logo a seguir a ter adormecido.
Olhei pela porta envidraçada e vi que ainda era de noite, mas o meu sono tinha evaporado como que por magia.
Levantei-me, e sai do quarto, tentando não fazer barulho, já que a casa estava em completo silencio, e por isso já todos deveriam de estar a dormir.
Fui até ao terraço, e quando estava a abrir a porta, vi um vulto a levantar-se de um dos sofás.
- Bella?
Edward parecia ainda mais alto, mais poderoso recortado contra a lua cheia.
Fiquei sem fala, não conseguindo responder.
Agora que finalmente estava a sós com ele sentia-me insegura, sem confiança nenhuma em mim mesma.
O medo que sempre me consumia quando estava ao pé dele, o medo do momento em que ele se despedia para voltar para Tanya, voltou a consumir-me.
Não suportaria voltar a vê-lo a afastar-se de novo.
Olhava para ele, e tinha a certeza que os meus olhos expressavam o desamparo e insegurança que eu sentia neste momento.
Deus do céu.
Amava-o com todas as minhas forças, mais do que qualquer coisa no mundo.
– É quase meia noite. Não estás cansada?
Engoli o bolo nervoso e pigarreei.
- Hum… Não, não conseguia dormir.
- Bella? – ele disse com uma voz suave, rouca, com um tom de interrogação.
Percebi a pergunta contida no simples pronunciar do meu nome.
Era como se as nossas mentes estivessem em sintonia, como se captássemos os pensamentos um do outro, e percebi que a sua ansiedade era semelhante à minha.
Respirei fundo antes de responder, e olhei-o bem de frente.
- Eu não mudei nada! – respondi quase sem fala – É melhor eu dizê-lo de uma vez para que assim possas agir da forma que quiseres. Não suporto mais esta tensão! – A minha voz antes tremida tornou-se de repente clara e forte – Eu amo-te Edward e nada vai mudar isso.
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