about love and stuff.

Tudo isso parece estranho e irreal


Capítulo 44 – Tudo isso parece estranho e irreal

|EMMETT|

Acordei puxando o ar para o pulmão e o soltando, toda a calma que eu conseguia sentir estava comigo. Abri os olhos com calma, o lado de fora do hospital parecia estar claro de uma forma errada.

—Boa tarde, herói – escutei e virei vendo meu pai na poltrona de couro.

Reparei na cama vazia de um segundo leito ao lado do meu, completamente vazia.

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Sorri para o meu velho e respirei antes de testar minha voz.

—Que horas? – perguntei percebendo ela rouca, mais que o habitual.

—Ahm – ele disse olhando o celular – São três e meia da tarde agora, que bom que conseguiu descansar. Como se sente? – perguntou sério.

—Bem, mesmo – falei sincero – E Rosalie? – perguntei assim que ela voltou a tomar meus pensamentos.

—Ela está bem. Acordou lá para a hora do almoço, mas ainda ficará no UTI por um tempinho – ele contou – Está tudo bem – prometeu quando fiz careta.

—Por que ela tem que ficar na UTI se está bem? – perguntei aflito.

—E eu lá sei, Emmett. Sou policial e não médico – ele falou e eu ri.

Policial. Royce.

Todo o humor saiu da minha mente.

—E Royce? – perguntei sério.

—Que história a desse rapaz – meu pai falou – Contarei tudo, mas você é testemunha ainda, então não posso dividir por enquanto, vou chamar Riley para vir colher seu depoimento, o caso é dele – disse digitando em seu celular.

—Quem é Riley?

—Policial Biers, ele trabalha em Port Angeles, está a frente do caso, quer virar investigador do condado... – contou enquanto esperava o homem atender – Foi ele quem atirou em Royce.

Lembrei do cara com a idade próxima a minha, cabelos claros, não muito mais que isso. Quando ele atendeu o telefone, meu pai avisou que eu estava acordado e Rosalie também e então, depois de combinar algumas coisas, desligou o telefone.

Apertou um botão perto de mim.

—E onde estão todos? – perguntei estranhando o quarto vazio.

—Carlisle e o doutor Gerard enxotaram todos daqui no momento que Rosalie acordou, estávamos todos acordados havia muito tempo, mas sou seu acompanhante então pude ficar. John está arrasado – ele contou e eu suspirei.

—O senhor dormiu? – perguntei preocupado com ele que parecia cansado.

—Emmett, viro dias trabalhando em casos na delegacia, tenho duas horas de sono e continuo. Eu não sairia daqui até ver você de olhos abertos – garantiu e eu sorri para o meu bom e velho Charlie.

—Mamãe já sabe?

—Não. John pediu que não contássemos por conta de Anne. Elas chegam no dia quatro e ele achou melhor deixar para conversarmos pessoalmente – ele disse – Como a maior parcela é sobre Rosalie e, consequentemente, afeta a Anne, achamos que tudo bem John escolher quando a notícia será entregue a elas – assenti, concordando.

Poderia ser considerado uma coisa ruim, mas elas não tinham que se preocupar com aquilo, pelo menos não agora que estava tudo bem.

O doutor Gerard chegou no quarto e deu uma olhada em meu ombro direito tendo certeza que estava tudo bem, viu como os remédios estavam ministrados e fez alguns testes antes de dizer que estava tudo bem. Meu pai falou que Riley viria para colher meu depoimento e o doutor Gerard liberou dizendo que tudo estava nos conformes com a minha recuperação.

—Qualquer dor que sentir, me chame Emmett – o doutor disse sério e eu assenti concordando – E o senhor, sargento. Quero o senhor fora do hospital assim que esse depoimento acabar – falou sério e meu pai concordou.

—Obrigada doutor G – falei antes dele fechar a porta.

Fiquei conversando com meu pai sobre diversas coisas. Ele contou o que estava fazendo quando Jasper ligou e foi a forma que o policial nos encontrou, já na porta de meu quarto. Sorri reconhecendo o rosto bondoso de quem poderia ser considerado o herói da noite.

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—Sargento Swan – cumprimentou formalmente.

—Pode entrar, garoto. Esse é Emmett Swan, meu filho.

—É um prazer vê-lo bem, Emmett – Riley disse no mesmo tom, estendendo a mão direita para mim.

Estiquei o braço esquerdo, e ele pediu desculpas me cumprimentando com a outra mão.

—Não tem problema algum, pareço bem mas é a quantidade de medicamentos correndo na minha veia – brinquei e ele riu – Esse aqui ainda tem que ficar parado – falei apontando para o ombro imobilizado.

Ele explicou que gostaria de gravar nossa conversa e eu autorizei, depois de trocar um rápido olhar com o meu pai, então tirou o gravador de voz da mochila colocando ao meu lado.

—Vamos começar? – ele pediu e eu assenti – Diga o seu nome e idade, por gentileza.

—Emmett Swan, vinte e um anos – falei claramente.

—Certo. Emmett, pode me contar o que aconteceu ontem?

—Era véspera de ano novo e saímos juntos para comemorar – comecei.

—Desculpa, mas precisarei que seja mais claro. “Saímos” quem? – perguntou.

—Eu, minha irmã Isabella Swan, Edward e Alice Cullen e os gêmeos Rosalie e Jasper Hale.

Riley assentiu, então continuei.

—Já tinha passado da virada do ano e Rosalie foi ao banheiro, mas começou a demorar demais. Alice veio avisar que ela já não estava no banheiro, então nos separamos e começamos a procurar ela pelo recinto – eu não citaria que estávamos em um bar e aquilo já era irrelevante para meu pai e Riley – Achei uma porta nos fundos e passei por ela para ir para o estacionamento, fui até o carro de Jasper e Rosalie para ver se ela estava lá dentro e não encontrei nada, foi quando escutei um grito alto – falei com uma careta, odiando que aquela fosse a última lembrança de Rosalie consciente que eu tinha.

Respirei fundo, meu pai se aproximou de mim.

—Tudo bem se precisar parar, quer uma água? – Riley perguntou e eu assenti.

Meu pai pegou água para mim e eu respirei fundo. Era muito ruim lembrar de tudo, pensar em tudo o que poderia ter acontecido.

—Escutei também um barulho alto de tapa – lembrei – Então corri para o local encontrando Royce debruçado sob uma mulher desacordada, reconheci os sapatos e o retirei com mais rapidez de cima dela. Era Rosalie, ela estava sem seu casaco e a camisa estava completamente rasgada, a calça aberta, então me virei para perguntar a ele o que ele tinha feito e reparei que estava sem cinto e a calça também aberta...

Parei de novo e nenhum dos dois falou nada, tomei o resto da água que meu pai tinha deixado perto, então quis acabar logo com aquilo. Ela estava bem.

—Eu perdi a cabeça e comecei a bater em Royce, mas distraí-me ao reparar que Rosalie estava muito pálida. Corri para o lado dela e a vesti com o meu casaco porque estava muito frio. Escutei o vidro quebrando e o carro com o alarme disparado, peguei Rosalie no colo e encaminhei-me para longe dele, tentando achar alguém para nos levar para o hospital, foi quando a arma foi disparada contra mim – contei e minha voz falhou – Senti a queimação no ombro e joguei-me para frente com Rose. Outro tiro foi disparado logo depois, pegou numa parede.

Ouvimos batidas na porta e virei-me para ver tio John entrando. Seus trajes clássicos mesmo que fossem casuais.

—Posso ficar? – perguntou.

—John... – meu pai começou a dizer.

—Vou escutar o de Rosalie também, só gostaria de estar preparado e sou o advogado de Emmett nesse caso – ele disse e eu dei de ombros, não me importava.

John sentou no pequeno sofá do quarto.

—Certo, o segundo tiro foi para a parede – Riley repetiu.

—Isso, e Royce ameaçou de atirar novamente, dizendo que se “ela” não fosse dele não seria de mais ninguém – lembrei – Foi quando Jasper apareceu, percebi que muita gente tinha escutado o tiro e vi a grande comoção, todos assustados, falando alto. Royce pareceu perturbado com aquilo. Mandei Jasper ficar onde estava e ligar para meu pai – vi meu pai assentir pela minha visão periférica, aprovando minha atitude – Então tentei acordar Rose, se ela conseguisse andar poucos metros até nossos amigos já seria o bastante – expliquei – Foi quando Royce pareceu perder ainda mais a sanidade, começou a chama-la por outro nome... Era um diferente.

Reparei em Riley e meu pai trocando um olhar, mas fiquei obcecado em lembrar um nome. Eu lembrava que era curto e muito incomum...

—Vera – falei me lembrando do rosto dele dizendo aquele nome, como pareceu ainda mais obscuro – Ele voltou a apontar a arma para mim e eu fiquei preocupado porque Rosalie ainda estava deitada em meu colo, então com calma eu a deitei em meus sapatos e levantei só de meia, entrando na frente dela, comecei a dizer que o nome dela era Rosalie e eu era Jasper, o irmão dela, que só queria leva-la ao hospital. Ele ficou bravo, disse que ela não tinha irmãos e quando ele voltou a segurar a arma com força, escutei o tiro do oficial Biers contra ele e depois a arma dele disparando contra o muro de trás do estacionamento – contei – Eu preciso continuar?

—Não, depois daí sei como as coisas aconteceram – Riley disse sério – Você foi o primeiro a acha-la e, mesmo que soubesse que a senhorita Hale teve um relacionamento com o senhor King, não pensou que o ato poderia ser consensual? – ele perguntou me olhando.

—Ela estava bem, feliz. Não falava dele haviam meses e nunca sai de nenhum lugar sem nos avisar antes. Somos amigos a muito tempo – falei – Eu sabia que ela não estava bem quando percebi que demorava a voltar do banheiro.

Ele assentiu e alcançou o gravador desligando.

—De você é isso o que precisava, Emmett. Obrigado pela colaboração, seu depoimento será muito importante no julgamento – Riley disse profissionalmente e eu assenti.

—Carlisle está vindo para cá para leva-lo até Rosalie, Riley – meu pai avisou voltando para o quarto.

Juntos, meu pai, Riley e tio John contaram sobre Royce. A história dele, que estava atrás da ex-mulher, que ela tinha denunciado ele por agressão e estupro, mas depois retirou as queixas antes de sumir.

—O que isso significa? – perguntei confuso.

—Ela pode ter sido morta, ou subornada, ou apenas queria sumir mesmo pelo mundo para não ter que lidar com ele... Não sabemos, mas temos uma equipe atrás dela – papai contou.

Tio John parecia bem profissional, diferente do pai choroso que encontramos na madrugada passada.

—Ops – papai reclamou antes de atender o celular – Oi filha – disse indo para a janela – Ele acordou, já cuidou da polícia e dos médicos, vocês podem vir para ficar com ele agora. Não, meu bem, só queria ter certeza que ele estava bem antes de ligar para vocês – disse, mas era mentira, ele tinha esquecido – Ela ainda está na UTI, mas parece estar melhor. John vai com o oficial do caso escutar o depoimento dela. Estarei esperando – prometeu antes de desligar.

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—Bella está vindo para cá com Alice, Edward e Jasper – ele avisou e eu assenti.

—Quando ela chegar, quero você fora daqui, sargento – tio Carlisle disse na porta – Oficial Biers, sou o doutor Cullen – falou formal.

Era estranho ver meus tios e pai com tanta formalidade e profissionalismo, mas eu sabia que era o que a ocasião pedia.

—Doutor Cullen, acha que consigo escutar Rosalie hoje? – o oficial perguntou educadamente.

—Sim, ela aceitou falar com o senhor – tio Carlisle disse sério.

—Vou entrar com ele, Rosalie é minha cliente – tio John falou.

Tio Carlisle não se opôs, antes deles saírem, pedi para tio Carlisle me avisar quando acabassem porque eu precisava vê-la, ele disse que ela estava cansada, mas conversaria com ela.

—Eu não sei nem o que te falar, Emmett – começou meu pai depois que fomos deixados sozinhos.

—O que quer dizer? – perguntei confuso.

—Se arriscar daquela forma. Se colocar na mira de um psicopata para proteger alguém, é algo muito corajoso – ele disse -, mas também muito burro, você deveria ter me ligado...

—Pai, quando pude, você foi a primeira pessoa que pensei, mas Rosalie estava desacordada e eu não esperei que ele tivesse uma arma, como poderia imaginar?

—Não poderia, realmente.

—Fiz o que meu ímpeto pediu, eu só fiz o que eu tinha que fazer – falei e ele assentiu, compreensivo.

—Não consigo expor como me senti quando Jasper ligou – falou parecendo emocionado.

—Como Riley chegou tão rápido? – perguntei curioso, querendo sair daquele assunto.

—Ele estava fazendo ronda, recebeu um chamado... Muitas pessoas escutaram o tiro.

—Eu não vi ninguém – confessei e ele sorriu.

—Você, na verdade, viu a única pessoa que tinha que ter visto – falou e eu franzi o cenho, mas ele sorriu – Rosalie – explicou e eu entendi.

Realmente.

Não importava a quantidade de gente amedrontada, que correu para longe ou que ficou por perto. Não ligo quem tinha falado com Riley, ou com meu pai, ou qualquer pessoa. Rosalie era a pessoa em meus braços e foi por quem eu aceitei morrer na noite anterior, porque o sentimento ultrapassava. Tudo.

Barreiras, pensamentos, sentimentos, passado, presente e futuro.

Eu precisava vê-la.

.

O timing foi perfeito. Bella, Ed, Lice e Jazz chegaram, meu pai foi descansar e, cerca de vinte minutos depois, tio Carlisle e tio John entraram no quarto, tio Carlisle empurrava uma cadeira de rodas vazia.

—Cadê a Rosalie? – perguntei assim que eles chegaram.

—Olá para você também, Emmett Swan – tio Carlisle disse muito mais bem humorado do que quando esteve aqui mais cedo – Vou transferi-la para o quarto, mas antes ela quer falar com você em particular.

O pessoal achou estranho e eu mais ainda, mas eu queria vê-la então não importei-me em tentar entender o que ela queria.

Sentei na cadeira e tio Carlisle me levou para a UTI.

Pareceu que os corredores se alongavam quanto mais nós avançávamos mas, por fim, chegamos no local. Rose estava recostada de olhos fechados, cuidando da respiração. O rosto estava sério de mais, eu sabia que estava acordada.

Tio Carlisle parou a cadeira perto da cama e ela abriu os olhos devagar, franzindo o cenho ao me ver.

—O que aconteceu com você? – ela perguntou preocupada.

Fiquei surpreso por ela não saber, encarei tio Carl por sobre o ombro. Ele sorriu saindo de trás de mim.

—Deixarei vocês à vontade. Estarei aqui – prometeu de uma forma quase conspiratória, como se aquela promessa fosse mais ampla do que o que pareceu.

O vi fechar a cortina, ainda confuso. Porque ela não sabia que eu estava ferido e, se não sabia, por que queria falar comigo?

—Emm, o que aconteceu?

Contei para ela sobre o tiro, mas prometi estar bem. Falei sobre a cirurgia e tudo o mais. Ela respirou devagar de uma forma que pareceu que ela tentou prender o choro, mas as lágrimas saíram de seus olhos no momento seguinte.

—Ei, para com isso – mandei levantando com cuidado.

—Você levou um tiro por minha culpa – ela disse chorando.

—Não, boba, eu tomei um tiro por você, não por sua culpa. A culpa foi de Royce e ninguém mais, mas não vamos falar disso, por favor – pedi.

Eu estava tão feliz que ela estivesse bem, apesar do olho roxo, lábio machucado, apesar de qualquer marca que contava o que Royce tinha feito com ela, ela estava ali. Respirando e viva e eu sentia-me tão grato.

—Estou muito satisfeito que você está bem – contei.

Ela sorriu.

—Pode se sentar? – pediu delicadamente.

Franzi o cenho, sentar?

Chequei a cama dela, era igual a minha. Abaixei a grade protetora e sentei perto dela, não aguentando mais a distância. Sorri quando ela me encarou se ajeitando.

—Por que está tão nervosa, bobinha? – perguntei bem humorado.

Será?

Meu coração começou a bater devagar. Eu estava nervoso também, mas porque eu estava guardando o sentimento que sentia. Ela sentia o mesmo? Eu poderia ser abençoado a ponto de que, finalmente, teria uma segunda chance? Era aquilo?

Fui tirado de todos os meus pensamentos quando Rosalie disse, com a voz cortante como uma navalha.

—Emmett, eu estou grávida – ela disse.

Minha mente ficou branca. Nenhum pensamento ou sentimento. Fiquei encarando os olhos castanhos esverdeados, sem reação.

—Estou te contando isso porque considerei todas as minhas opções sobre o que fazer com essa notícia e, com o conhecimento de que posso interrompê-la, resolvi te deixar saber que...

QUE?

—Em meados de setembro você será pai – ela disse simplesmente, a mão repousando na barriga plana.

Aquela frase começou a girar em uma espiral alucinante na minha mente e, com carinho, lembrei-me da noite em que ficamos juntos em Nova Iorque. Eu tinha usado camisinha? Eu não conseguia nem me lembrar daquilo, mas mesmo que eu tivesse usado, nunca é cem por cento de certeza que irá prevenir uma gravidez e eu tinha aquela consciência. Voltei a escutar sua afirmação em eco na minha mente.

Você será pai. Em setembro.

Senti as lágrimas me impedirem de enxergar o rosto apreensivo de Rosalie. Passei as mãos para limpar a visão. Eu ia ser pai, ela seria mãe.

—Eu sei que é muito e, da mesma forma que eu escolhi ter o bebê, você pode escolher. Quero que seja quão presente quiser na vida dele, eu só quis contar para você antes de todos para decidirmos como daremos a notícia e...

Coloquei minha mão, delicadamente, na boca dela. O fluxo de palavras que escorriam de seus lábios estavam entrando no meu cérebro sem fazer força, mas nada era assimilado. Eu precisava só de um pouco de silêncio, só um minuto.

Ela ficou quieta, então tirei minha mão de sua boca e, depois de um tempo de silêncio, a reposicionei na barriga plana da minha melhor amiga.

—É verdade? – perguntei maravilhado.

—Sim, tio Carlisle confirmou...

—E está tudo bem? Como vocês estão? Com tudo o que aconteceu – indaguei preocupado.

—Está tudo bem, com nós dois. Pelas minhas contas, completaremos quatro semanas na sexta-feira – ela contou.

Dentro de dois dias.

—Já faz tudo isso? – perguntei surpreso e ela sorriu assentindo – Não acredito – falei ainda surpreso.

—Sei que não conversamos sobre, mas eu tive poucas relações em Nova Iorque, nenhuma foi sem camisinha. E, prometo, todas foram antes de você, bem no começo, lá para agosto e... – falava rápido e parecia tão ansiosa.

—Rosalie – impedi-a de continuar, ela ia ter um aneurisma se continuasse desesperada daquela forma – Se está me contando que serei pai, não tenho questionamento algum. Eu serei pai em setembro desse ano – falar em voz alta era estranho – Eu vou ser pai em setembro desse ano – repeti e voltei a sentir a emoção me tomar – Obrigado. Por aceitar a gente – falei referindo-me sobre eu e o bebê.

Ela escolheu deixar-me a par de tudo e também escolheu ficar com o bebê e, ainda bem que o tinha feito. Eu estava tão feliz.

—Sei tudo o que implicará isso, mas, Rose, estou tão feliz – prometi.

Ela sorriu e deitou a cabeça em meu ombro que não estava machucado.

—Eu também estou, Emm, acho que podemos fazer isso funcionar – ela disse simplesmente.

“Isso”? Ela estava falando sobre nós? Ou apenas nosso filho? Eu não tive coragem de perguntar naquele momento, era um momento muito puro para ser manchado com inseguranças e questionamentos menos importantes.

—Já podemos contar para todo mundo? – perguntei animado, mas ela fez careta.

—Minha mãe está aí?

PUTA QUE PARIU, ninguém tinha contado nada para ela?

—Ela chega dia quatro né, seu pai não quis preocupa-la.

—Vish, ela vai ficar ensandecida – Rose murmurou – Bem, acho que podemos esperar para contar de uma vez então... Você se importa? – perguntou e eu neguei rapidamente.

—Será da forma que você quiser – prometi.

Sobre nós dois, sobre como contar, sobre o jeito que faríamos para cuidar e criar uma nova pessoa.

Eu, Emmett Swan, estava responsável por outro ser humano.

—Vou ligar para o tio Carlisle para eu ser transferida para o quarto. Consegue mesmo guardar um segredo? – ela perguntou e eu ri.

—Eu sou um túmulo – garanti e ela bufou, se esticando para ligar pelo interfone.

Fiquei acariciando a barriga dela enquanto ela falava com tio Carlisle e, logo ele apareceu, sorrindo ao nos ver.

—Como estamos? – perguntou e eu sorri.

—Eu estou responsável. Sabia que sou responsável uma vida nova? – perguntei e ele riu.

—Ouvi alguém comentar sobre isso – ele sorriu – Como farão? Vocês vão contar logo ou...

—Vamos esperar nossas mães chegarem – Rosalie disse logo.

—Acho uma boa coisa – ele disse.

—Tio, já fez todos os exames? – perguntei curioso.

Rosalie fez uma cara de curiosa e percebi que ela ainda não tinha se atentado àquilo.

Tio Carlisle explicou que era a razão dela ainda estar na UTI, ele tinha começado o pré-natal. Confirmou que ela estava entrando no primeiro mês de gestação e nos explicou algumas coisas enquanto tirávamos nossas dúvidas.

—Eu bebi bastante nessa festa – Rose confessou sem graça – Como isso afeta o bebê? É péssimo, não é? – Rosalie perguntou preocupada.

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—Você não sabia, Rose. Então tudo bem, não vamos nos preocupar com o passado, mas agora quero que não beba mais, tudo bem?

Ela assentiu de pronto. Perguntei sobre a droga que Royce aplicou nela e ele nos disse o que poderia acontecer, mas nos tranquilizou dizendo que, por ser uma gravidez nova, deveríamos apenas cuidar do agora, e começou a passar os cronogramas dos ultrassons e exames que faríamos.

—Ele tem o tamanho de uma uva? Quando descobrimos o sexo? – perguntei ansioso.

Tio Carlisle riu de mim.

—O sexo só lá para a décima segunda semana, se tiverem sorte – dividido por quatro, seria com três meses – E não, Emm, seu bebê deve ter uns dois milímetros ainda – ele disse pensativo.

Fiquei surpreso.

—Se você quiser nascer agora pelo umbigo da mamãe, tem como, bebê – falei perto da barriga de Rosalie.

Ela ficou séria, depois sorriu de canto e tio Carlisle riu.

—Mais alguma dúvida? – ele perguntou.

Neguei e olhei para Rosalie.

—Acho que é isso por enquanto – ela disse calma.

—Tudo bem, por enquanto estamos bem. Vamos ir com calma e ver como cada coisa vai se resolver, agora só se preocupem em como dar a notícia para os avós e titios babões. Rose e o bebê estão bem, só vamos continuar a administrar as vitaminas e ferro, certo?

Assentimos e ele sorriu, foi para a mesa da frente liberar Rosalie e, então, foi empurrando-me para o quarto, com Rosalie logo atrás sendo empurrada pela enfermeira.

Entrei naquele quarto cheio com as pessoas mais importantes da minha vida, que seriam tão importantes para o meu bebê agora. E a mais importante entrou logo depois, a mãe do meu filho e mulher da minha vida.

Reparei que teria que segurar-me para não gritar para todo mundo o que meu coração transbordava. Amor.