about love and stuff.

Pare e espere um segundo


Capítulo 31 - Pare e espere um segundo

|BELLA|

Estava deitada na cadeira, confortavelmente, enquanto deixava Tina fazer sua obra-prima, como ela estava dizendo.

—Eu não esperava que fosse tão feia assim – murmurei e ela riu.

—Cala a boca, doida, você não é. Obra-prima porque Marco pediu uma coisa bem rock star e você tem essa cara de nenê – ela explicou rindo.

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Íamos nos apresentar hoje na escola em que Tina estudou em Milão, era o baile de formatura e a diretora ficou animada sobre levar a banda que o conselho estudantil pediu. Então Marco, do nada, disse que queria criar um site para a banda e começar a organizar os shows e tudo o mais.

Achei engraçado porque ele é super tímido, mas estava conversando com Tato sobre aquilo, aparentemente, a bastante tempo. Ele ia nos fotografar hoje. Que ele amava fotografia eu sabia, caso contrário ia pensar que Marco vive uma vida dupla.

—Ei, acho que acabei? – ela anunciou ainda incerta.

Levantei olhando para o espelho grande que tinha ali no pseudo camarim, que nada mais era o quarto de Camila na faculdade. Tina tinha feito uma maquiagem escura e borrada nos olhos e o cabelo estava com aqueles apliques de presilha que não estavam cem por cento de acordo com a cor do meu cabelo, mas estavam bons, ela tinha deixado num bagunçado bonito.

—Sou eu? – perguntei brincando.

—Não seja escrota – ela riu – Vamos que Mimi está cheia das roupas para você escolher.

Olhei ao redor e alcancei meu celular e a jaqueta de couro vermelha que Alice me deu de natal.

Lucca estava lá com Marco, eles conversavam enquanto Marco mostrava as lentes e tudo o que tinha ali.

—Uau, rock star— Marco elogiou e bateu um high-five com Tina.

Ela foi para algum lugar do mundo e eu fiquei lá com os dois, coloquei o óculos de sol porque ainda eram dez horas da manhã e eu estava sonolenta.

—Onde está o resto do pessoal? – perguntei perto deles.

—Camila está mostrando as possibilidades de roupa – Lucca contou entediado.

—Nem adianta eu tentar dar uma opinião né? – constatei e ele riu negando.

Marco pediu para juntarmos e o fizemos, então ele bateu uma foto com o celular mesmo e sorriu.

—Apenas testando a luz – Marco disse dando de ombros.

—Aí estão os três – Camila disse rindo – Marquinho, temos um combinado? – ela perguntou e ele riu assentindo.

—Sim, claro – sorriu timidamente.

Fiquei curiosa, mas não o bastante para perguntar. Entramos numa van e fomos para o tal lugar das fotos, Camila quem tinha ajeitado tudo para a sessão de fotos.

—Gente, não acho que sou fotogênico – Bobby avisou.

Camila gargalhou e ficou dando dicas para ele. Não que eu não estivesse comprometida com tudo, mas não poderia ligar menos para aquilo tudo. Eu estava ansiosa para a apresentação de hoje a noite, a sessão de fotos seria apenas uma distração.

—Veste isso, ridículo – Camila falou jogando uma jaqueta de couro e uma blusa branca em Lucca.

Ele era muito bonzinho, simplesmente começou a se trocar na van.

—Bella, espero que você esteja preparada – ela disse diabolicamente.

Eu não estava, mas resolvi não mostrar vulnerabilidade, então apenas levantei o dedão dizendo que eu estava. Chegamos no tal local, era uma quadra e tinha um pano preto ali e um carro antigo estacionado.

Camila apontou o lugar para eu me vestir. Coloquei a saia de couro preta, camisa branca e um blazer de bolinhas. Vesti e fui até os meninos, as fotos começaram e Camila ficava gritando com Matteo, o que estava me divertindo.

—AMOR, VOCÊ É TÃO LINDO, SE ESFORÇA – ela gritava.

Ficamos um tempo tirando fotos. Marco então colocou elas no computador e Camila estava estranhamente fissurada nelas. Tina ficou animada com o resultado e, junto com Marco, ela ficou mostrando as favoritas.

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—Tina, você está salva – Camila disse simplesmente.

—Isso! – Tina comemorou.

—Lucca. Bella – Camila chamou e fomos até ela – Estou para entregar meu trabalho de conclusão de módulo, fiz todas as minhas fotos aqui nesse estúdio com algumas pessoas, o Matteo, o Tato e a Tina já participaram, será que vocês me amam o bastante?

Fiquei meio em choque e Lucca bufou.

—Tá feito, loirinha – ele riu.

Ela ficou animada e pediu para Marco continuar a nos fotografar. O resto foi comer enquanto Camila, Marco, Lucca e eu ficamos tirando as fotos. Primeiro posamos com as roupas que estávamos mesmo, eu sozinha, depois abraçada a Lucca, então Camila me deu um vestido rose que era de botões, Lucca também mudou de roupa e tiramos mais algumas, até ela dizer que uma delas estava perfeita, então vesti um suéter que adorei e ela pediu uma só minha. Demoramos, mas ela teve a foto perfeita, aí eles tiraram uma de Lucca, colocamos o que Camila disse que era a última troca de roupas e fomos para o capô de novo, um amigo de Camila chegou, o que descobrimos ser companheiro de grupo dela.

—Você pega gente normal e transforma em modelos, por isso te amo – o homem disse.

—Transforma nada, ela obriga – Lucca disse rindo enquanto Marco escolhia a lente perfeita.

Emmett chegou com almoço para nós.

—Meu salvador – falei fingindo-me de apaixonada.

—Vocês estão bonitões, ein – ele riu.

Não sabia que Emm vinha para Milão, mas ele disse que não perderia o primeiro show de fora da Italian Pack e fiquei lisonjeada. Terminamos as fotos e, finalmente, almoçamos já às duas horas da tarde.

—Estou muito feliz, vocês nos salvaram – Camila avisou abraçando o amigo que concordou com ela.

Ficamos ensaiando na faculdade até às cinco da tarde e, depois disso, fui tomar banho no dormitório de Camila enquanto o resto do pessoal foi para sei lá onde.

—Está nervosa? – ela perguntou surpresa.

—Eu sempre fico, Mimi – confessei e ela riu.

—Isso é doido, vocês estão sendo bem falados em Milão, muita gente combina de ir para o pub de Tom nos sábados. Fica tranquila porque você é amada e aclamada aqui – brincou.

Ela ajudou-me a tirar o aplique do cabelo e emprestou o demaquilante, então fui tomar um banho rápido no banheiro pequeno. Coloquei o vestido branco com franjas, depois calcei o sapato preto e saí do banheiro, esperando Camila dar sua opinião, ela disse que estava excelente, então fiz uma maquiagem simples e deixei o cabelo ficar como bem entendia.

—É meu baile de formatura – eu falei e ela sorriu.

—Sei disso, vai se divertir muito com eles – ela prometeu e eu assenti.

Nos despedimos e fui para o lado do estacionamento. Peguei o celular para ligar para Emmett, mas fui surpreendida pela ligação do meu namorado.

—Oi, vida – falei animada.

Oi, amor. Onde você está? O que fez hoje?— perguntou curioso.

Franzi o cenho, não tinha comentado com ele sobre o ensaio.

—Marco fez um ensaio hoje com o pessoal da banda, daí Camila precisava terminar um trabalho, então Lucca e eu servimos de modelos já que Bobby foi uma negação e os outros todos já tinham participado – contei.

Ah, então é isso— ele riu – Emmett mandou-me umas fotos suas com Lucca e em cada uma ele criou uma manchete sensacionalista como se a vocalista da Italian Pack estivesse traindo o garoto da praça com o baixista da banda — ele falou desconfortavelmente, mas eu gargalhei muito alto.

—Ele come cocô no café-da-manhã – falei e ele riu comigo.

Não acreditei, claro, mas fiquei curioso. Você estava diferente, mas igualmente linda.

—Temos um novo fetiche? – perguntei e ele riu de mim.

Fiquei falando com ele até encontrar a van dos meninos, então entrei sentando perto de Marco.

Tudo bem, você me avisa quando terminar o show?— pediu.

—Pode deixar, meu amor. Vou te mandar uma foto do meu vestido de baile – falei brincando e ele riu.

Por favor, deve estar linda. Eu te amo muito, nos falamos jajá.

—Amo você – falei antes de desligar.

Emmett estava no banco de carona da van que Matteo já dirigia para a tal escola. Dei um tapa no pescoço dele.

—Você é idiota? – perguntei e ele gargalhou já sabendo do que se tratava.

—Fala sério, foi engraçado – ele disse rindo – Eu nem planejei nada, mas quando encontrei você com Lucca, achei a oportunidade perfeita – Emm gargalhou.

Pedi para ver a primeira foto que ele mandou, que ele mesmo tinha tirado, e então comecei a rir do meu irmão.

—Ele ficou com ciúme? – perguntou Lucca, esperançoso?

—Não, só curioso. Por quê?

—Ah, um cara boa pinta como o Edward ter ciúme de mim, deve valer de algo – ele disse dando de ombros e eu ri alto.

Bobby foi o resto do caminho se gabando que Edward já sentira ciúme dele antes. Contei a Edward sobre isso, para encher um pouco a bola dele, e foi quando chegamos.

Descemos os instrumentos e fomos para o palco. Conversamos com a diretora, depois fomos nos apresentar e Emmett ficou ali no canto, com a gente, curtindo e filmando. O pessoal parecia gostar mesmo da banda e, enquanto cantávamos umas autorais, pude ver umas pessoas acompanhando como faziam no pub.

Foi uma coisa muito diferente, estar numa cidade desconhecida e ser tão bem-vinda. Fiquei contente com aquilo e o show passou sem nenhuma novidade negativa.

.

No dia seguinte eu acordei cansada, mas feliz. Marco mandou as fotos da banda e as favoritas que ele tinha tirado para o trabalho de Camila, sorri gostando bastante e meu primeiro ímpeto foi encaminhá-las, todas a Edward. Ele, com certeza, estava dormindo, então fui para o banheiro.

Desci as escadas, faminta. Escutei Emmett na cozinha, ele estava cantando Let’s Stay Together e eu dei uma espiada para ver com quem que ele falava.

Vamos, vamos ficar juntos. Amando você se, se— ele estava girando um pacote de salgadinho no ar - o tempo é bom ou ruim. Feliz ou triste— ele cantava completamente fora do tom.

Eu não aguentei, soltei uma gargalhada e ele deu um pulo, encarando-me surpreso.

Voyeur— acusou surpreso e eu ri ainda mais.

—Você é muito doido, garoto – falei indo para a geladeira.

O que eu queria comer hoje?

Olhei para o relógio que já marcava meio-dia e meia. Estranhei a casa silenciosa. Emmett já comia o salgadinho e eu comecei a beliscar um pedaço de queijo, aproveitando que vovô não estava e eu não tinha que manter minha dieta cem por cento vegana.

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Vi o celular de Emmett vibrar em cima do balcão e entreguei para ele. Ele leu e começou a rir alto, virou o celular para eu ver do que se tratava.

Renée: Já acordaram ponto de interrogação

—Por que ela escreveu a pontuação? – perguntei rindo.

—É o novo celular, já ensinei ela uma doze vezes como muda o teclado – falou digitando uma mensagem.

Ficou esperando e depois riu, fui ver o que era quando ele já digitava outra mensagem.

Renée: só para saber mesmo ponto final Tudo bem por vocês se comermos macarrão hoje de almoço ponto de interrogação

Fiquei rindo muito da minha mãe. Emmett falou que tudo bem e não demorou muito para ela chegar. Tentei ensinar para ela de novo como mudava para pontuar e ela disse que tinha se acostumado daquela forma e que as pessoas entendiam.

—Cadê dona Claire e senhor Lorenzo? – Emmett perguntou.

—Eleazar os levou para a fazenda – mamãe contou.

Meus avós eram donos de alguns hectares de terra onde plantavam café e vendiam para produtores locais. Era o melhor café de todos, o único que tomávamos em casa e o vovô jurava que o segredo era o grão.

Tio Eleazar era quem cuidava dos negócios de família já que tia Charlotte escolheu virar editora de um jornal e mamãe morava fora do país, e era do ramo de decorações, claro.

—Que ótimo, vovô queria mesmo ir – falei contente por ele.

Com certeza, a fazenda dava melhor qualidade de vida para eles, mas com todos os tratamentos e remédios, preferíamos mantê-lo em uma cidade onde o acesso para o hospital era simples e rápido.

Mamãe pegou algumas coisas na geladeira, ela ia cozinhar para nós. Emmett se levantou de pronto para ajudar. Digamos que eu e Emm sabíamos cozinhar por uma razão: meus pais eram uma negação nisso.

—Então, eles vão ficar quanto tempo lá? – perguntei e mamãe sorriu, estranhamente animada.

—Bem, acho que vão ficar lá até a cirurgia do seu avô já que o médico garantiu que o caso dele está estável e, como seus primos gostam de passar as férias de verão por lá também, achamos que seria uma boa coisa – mamãe disse sorrindo amplamente.

A cirurgia de vovô, por fim, tinha sido marcada para o começo de agosto, e os médicos nos animaram bastante sobre as possibilidades de cura.

—Ah, bacana. Na hora de ficar nessa casa quente com eles, a Bella é chamada, mas na hora de ir para a fazenda com piscina...

Emmett riu e começou a concordar, mas minha mãe não tirava o sorrisinho sinistro do rosto.

—Bem, é que seu pai e eu queremos falar uma coisa para vocês – mamãe disse.

Quanto mistério.

—Somos adotados, não somos? É isso – Emmett cortou-a rapidamente e eu bufei.

—Como se alguém fosse aceitar ficar conosco sem recompensa – murmurei e ele ficou pensativo.

Mamãe revirou os olhos.

—Não seja boba, Isabella...

—Não, não – Emmett falou ainda pensativo – Ela tem um ponto.

Ficamos rindo e zoando com o assunto um tempo enquanto Emmett preparava macarrão para nós três.

—Posso falar ou vocês querem ficar brincando? – perguntou mamãe já impaciente.

—Fala, mamãezinha – pedi colocando a mão em cima da mão dela que bateu na mesa e ela sorriu beijando minha mão.

—Bem, sabe que nós somos tradicionais. Não como antiquados, mas do tipo que gosta de tradição – ela disse e eu bufei.

—Mãe, fala logo.

—Pensamos que temos que ir para a Califórnia passar as férias de verão, como o habitual de todos os anos – ela disse dando de ombros.

E meu olho cresceu de tamanho cinco vezes antes de um grito animado, que não tinha previsto, sair da minha garganta.