Harry passara até a apreciar as aulas de poções agora que ele não precisava ver a cara de Snape nelas, e agora que ele tinha o livro do príncipe mestiço para auxilia-lo em todas as tarefas pedidas pelo professor. Era incrível o bem que pequenas mudanças poderiam fazer com alguém. Infelizmente, algo que não havia mudado, era o fato da gryffindor e slytherin terem essa aula, ainda, juntos. Se bem que, visto que apenas 12 alunos haviam conseguido nota para continuar na sala, eles dividiram aquela aula com todas as outras casas. Harry sentava-se junto de Ronald, Ernesto Macmillan, de quem Harry gostava, apesar do seu jeito pomposo, e Hermione. Quatro alunos da Ravenclaw dividiam uma mesa mais distantes deles e outra mesa, a mais próxima, era ocupada por quatro Slytherins. O professor havia acabado de entrar na sala e organizava seu material para a aula do dia quando Harry notou os caldeirões postos em frente a turma e ouviu aquela voz arrastada, que ele poderia reconhecer em qualquer lugar, exclamar com desprezo.

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—Ei, Potter! Essa poção horrível fede que nem você. Repugnante, não é? -Os slytherins riram com desprezo. Malfoy estava sentado com Blaise Zabini, Pansy Parkinson e outro aluno que Potter não lembrava o nome.

—Cala a boca, Malfoy. Eu não consigo sentir o cheiro de nada, por contar do péssimo fedor do seu shampoo nojento. -Respondeu de forma irritada, fazendo com que os gryffindor trocassem murmúrios de aprovação.

Slughorn riu. Ele sentia falta de ser jovem e poder trocar farpas dessa forma, mas seu sorriso se abriu mais ainda ao virar-se para a turma e perguntar:

—Agora turma, após essa incrível demonstração de boas maneiras, quem poderia me dizer que poção é essa? -Hermione levantou rapidamente a mão, como era de seu costume, recebendo um sorriso de aprovação do professor que logo deu espaço para que a menina respondesse.

—Amortentia, senhor. -Ela começou, se empertigando na cadeira. – A poção de amor mais poderosa existente. Ela tem um cheiro diferente para cada um de nós, de acordo com o que nos atrai. E sim, garotos. -Ela continuou, agora com um sorriso no rosto. -Todos nós ouvimos seus comentários anteriores.

Os dois garotos ficaram tão vermelhos quanto possível no meio de risos dos outros alunos e uma carranca vinda de Ron. Os olhos se encontraram e rapidamente foram desviados enquanto o professor se dirigia novamente aos alunos:

—Apanhem as balanças e os kits de poções e não esqueçam o manual de Estudos avançados no preparo de poções...

Harry respirou fundo enquanto começava a pegar seus materiais junto com toda a turma, o barulho encheu a sala de aula, e ele, novamente, deu uma olhadela para Malfoy, que lhe desferiu um sorriso ameno, fazendo algo parecido brotar em seu rosto.