A pequena comitiva real chegara em Ponta Tempestade quase um mês depois de sua partida. Era uma viagem longa por terra e sempre precisavam se certificar que o caminho estava livre e sem grandes perigos.

Brienne sabia bem que Jon a mataria se alguma coisa acontecesse a Lady Sansa ele não precisava falar sobre isso, apenas o olhar que lhe dera na saída já fizera seu corpo tremer de medo.

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A jovem guerreria havia tido uma conversa séria com a senhora de Winterfell enquanto seguia para Ponta Tempestade. Sansa havia lhe perguntado porque Brienne decidira servir a guarda, quando ela poderia ir para o norte e recomeçar a vida. Ela sabia o que vinha dentro dessa proposta, um lugar para morar, um meio gigante ruivo como marido e filhos monstruosos, mas ela não chegou a responder.

Nada disso era para ela e nunca mais se deixaria iludir por essas ideias.

Pensar nisso a fazia lembrar de Jaime e como ainda tinha uma página importante para escrever sobre ele, mas o pequeno lorde Tyrion havia lhe pedido que esperasse até depois dessa viagem para fazer isso. Haviam algumas coisas que ele precisava descobrir para que a imagem de Jaime não fosse manchada por uma impulsividade mal calculada.

Se as impressoes dele estivessem corretas, então ela seria a primeira a saber, se as impressões estivessem erradas… Ele preferia não pensar nisso e até mesmo a cavaleira começara a alimentar uma esperança de que talvez o seu abandono não houvesse sido por amor e sim por outro motivo.

Arya não estava entre as pessoas que receberam o séquito reduzido e isso despertou o medo em Sansa, que esticou as costas sobre a égua, segurando as rédeas com mais força. Estava tensa. Se Arya não estava machucada então para que todo aquele medo? Era o que passava pela cabeça da guarda.

Só mais tarde foram encontrar a mais Stark mais jovem, a barriga imensa pareceu chocar o anão. Que tomou um longo gole de vinho quando ela entrou, espantando demais para encara-la nos olhos. Sansa, por outro lado, parecia muito bem adaptada a ideia de que a irmã carregava uma criança em seu ventre.

Lhe beijou as faces e então se sentou ao lado da irmã, acariciando a barriga com carinho e pedindo todo o tipo de informações sobre a gravidez.

— Se mexe muito? — perguntou a ruiva encarando a irmã que respondera com um simples.

— Só à noite.

— Você está pronta para passar a noite acordada? — perguntou com um meio sorriso arteiro nas faces bonitas.

— Rhaella não a deixa dormir? — retrucou Arya diretamente, bebendo de uma taça cheia de água.

— Rhaella é um anjo — respondeu a mão do rei — Mas só dorme se estiver ao meu lado, eu não sei como Jon vai fazer comigo longe.

— É realmente dificil imaginar como Jon irá ficar sem sua preciosa mão — Tyrion respondeu, a voz carregada em segundas intenções após o que havia visto em Porto Real — Sem constrangimentos, vossa alteza.

A pequena brincadeira do anão não chegou a chamar atenção, estava sentando próximo as irmãs e falava em voz baixa, mas isso não impediu que Arya ouvisse e virasse seus grandes olhos cinzentos para a irmã mais velha que apenas deu um curto sorriso envergonhado, lembrando do momento que dividiram há pouco tempo.

— Como tem dormido? — a ruiva perguntou, antes que Arya pudesse começar um sermão sobre aquela sugestão tão direta de Tyrion.

— Muito bem — Arya não tinha nada a esconder da irmã, o relacionamento dela com Gendry parecia crescer a cada dia e algumas duvidas enxiam a cabeça da jovem loba, mesmo assim procurou o olhar do amado do outro lado da mesa e os dois sorriram — Ele se mexia muito no começo, mas ultimamente apenas se ajeita e me deixa dormir para agitar de manhã — Arya sorriu acariciando a barriga, einda procurando os olhos de Gendry.

Sansa também sorriu. Arya ainda não se parecia com uma lady, ainda usava calças, camisa e gibão como um homem, mas havia algo mais agora, um brilho em seu rosto e uma forma de carinho no olhar que nunca havia tido antes. Há anos atrás ainda estavam em Winterfell tentando costurando com a Velha Ama, Catelyn ainda arrastava o falecido Rickon na barra do vestido e Eddard ensinava seus filhos, inclusive Robb e Jon Snow, sobre honra e justiça. Eram bons tempos aqueles em que a mais velha dos Starks acreditava que se casaria com um rei e que Arya nunca chegaria a se apaixonar.

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Naquela época a família era unida sob a proteção de Ned Stark, mas agora eles eram fortes sozinhos e mais fortes juntos, mais unidos do que nunca. É claro que sentiam falta dos irmãos mortos e dos pais, mas se nada daquilo tivesse acontecido, Sansa ainda seria uma ingenua senhora no norte e Arya uma pessoa esquisita e provavelmente ainda brigariam por algum motivo inútil e ridiculo.

— Já chamou alguma ama? — Arya a encarou com a testa franzida, nem havia pensado nisso — Parteiras? — a expressão de confusão ainda estava ali — O que você já viu?

Os olhos dela buscaram Gendry e Davos do outro lado da mesa mais uma vez, mas dessa vez era por desespero e não por amor. Ninguém nunca acreditaria que a grande assassinada do Rei da Noite poderia se desesperar por algo tão simples como amas e parteiras.

— Nós queremos deixar tudo em segredo — respondeu a mais jovem, tentando dar a volta por cima.

— É só pedir sigilo — respondeu a ruivo, erguendo uma das sobrancelhas, o que destacava os grandes olhos verdes — Acho que ainda temos tempo para ver essas coisas — ela respondeu, virando o rosto para frente e tomando mais um longo gole de sua bebida.

— Eu não entendo nada dessas coisas — admitiu Arya, seguindo o exemplo da irmã.

— E o que faria sem mim aqui?

— Eu rezaria — respondeu a mais nova, segurando o riso. A verdade é que nem cogitara que Sansa não podesse organizar tudo isso — Rezaria muito.

As duas riram alto, deixando algumas pessoas da mesa sem enteder muito da história.

— Ainda bem que eu pude estar aqui.

— Eu só tenho pena do pobre Jon sozinho com Rhaella.

— Tenha mais pena da princesinha.