A Rosa de Espinhos e seu Jardim

Capítulo IV- Sobre alguns dias


Tem dias que eu não quero fazer absolutamente nada

E esse são os piores dias, porque ninguém nunca entende

Que as vezes, só às vezes, eu me canso demais por dentro

Eu me esgoto emocionalmente e só quero ficar quietinha

Deitada na minha cama, encarando o nada ou vendo besteiras sem realmente ver

Esses dias eu choro muito, boto pra fora todas as coisas que estão aqui dentro e não consigo dizer por meio de lágrimas

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Às vezes as vozes gritam, dizendo coisas ruins

Que eu deveria me matar, que sou inútil demais

Que eu sou a pior coisa que já existiu no universo

As vezes eu me sinto tentada a cortar alguma coisa em mim

Pra sentir a dor, pra calar o emocional

Pra sentir qualquer coisa que não seja a zona em caos vivo que sou

As vezes eu soco as paredes, bato minha cabeça até sentir pesar o eco agonizante e suave da dor

As vezes eu apenas abraço meu ursinho e choro como uma criança perdida

São dias bem ruins, bem inconstantes

Vou de insanamente feliz a puramente triste em segundos

E nesses dias eu não quero muita coisa

As vezes quero a solidão, um quarto vazio sem ninguém para fazer perguntas que eu não vou saber responder (ou talvez eu saiba, mas não queira)

Raramente, nos acasos da vida, eu quero alguém por perto, um alguém específico que eu peço pra ficar

É complicado pedir, passar por cima do meu orgulho e do meu murinho de proteção e dizer, bem baixinho :

''Fica, por favor. Não me deixe sozinha dessa vez....''

Mas nem sempre a pessoa fica e aí somos só eu

a solidão, meus medos e meus demônios

Porque não importa o quanto eu me esforce para ser o que eles esperam de mim

Tem dias, os mais difíceis, em que eu sou apenas eu

sem forças para atuar

Forçar sorrisos, as falsas piadas ou a paciência inesgotável

Nesses dias só me resta a verdade, eu em pleno ser, sem máscara alguma

Sem forças para ser qualquer coisa diferente da garota triste e machucada

(Que se esconde todos os dias como a perfeita atriz.)