Patil

Patil


Parvati Patil estava quebrada. Totalmente em cacos. Incapacitada de seguir em frente. Como poderia viver como um todo quando se é apenas uma das metades?

Seus pais tentavam seguir em frente. Eles podiam, claro que sim, ainda tinham uma filha viva e saudável. Seus amigos seguiam em frente, claro que conseguiam, eles tinham sobrevivido à guerra e estavam voltando a suas vidas cotidianas. Mas, como Parvati podia fazer o mesmo? Como podia viver sem Padma?

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Padma partiu.

Ela se foi.

Ela esta morta.

E Parvati estava incompleta.

Não tinha mais Padma terminando suas frases, nem lendo seu silencio ou interpretando seus movimentos – Padma sempre foi boa em ler as pessoas. Não havia mais como recorrer a Padma em noites assustadoras, não tinha mais sua parceira de canto ou sua contrabandista de doces.

Como poderia viver como um todo quando se é apenas uma das metades?

Parvati não conseguia se olhar no espelho; Seu reflexo era o da irmã. Não conseguia mais dormir no mesmo quarto; Aquele lugar pertencia tanto a ela quanto a Padma. Não conseguia viver; Padma não teve essa sorte.

Parvati estava perdida sem a irmã. Estava afogando-se em saudade. Prendendo-se a memórias. Se tornando prisioneira de alguém que já se foi – e ela não queria ser salva.

Padma não era apenas sua irmã gêmea. O elo ia além. Elas eram a metade uma da outra. Padma era o cérebro, Parvati era o coração. Padma era o sangue, Parvati o fogo. Padma era a brisa, Parvati a tempestade. Eram opostas e se completavam, se aceitavam e se amavam. E sem a irmã, Parvati era apenas um todo incompleto.

Parvati e Padma eram como Cástor e Pólux; O problema era que nenhuma delas era imortal.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.