UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO

Capitulo 13º - Guarda Volturi


Em todo o meu tempo com os Volturi já tive que ouvir e fazer coisas bem questionáveis, com o passar dos anos eu fui me acostumando com a parte bizarra do trabalho, mas nada me preparou para aquilo. Amaldiçoei minha audição de vampiro, escutava cada gemido do meu chefe, mas o barulho de sucção foi à parte mais constrangedora.

— Por favor, me digam que não estou nessa agonia sozinha? – Ouvi Sidney da uns risos contidos. Ela era bem profissional me surpreenda que ela não conseguisse se segurar.

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— Até o mestre Marcus conseguiu arranjar alguém, só falta a Sidney agora. – Senti a diversão no tom de voz do Jonathan.

— Não sei bem se quero um cara na minha vida, ser uma Volturi já da trabalho o suficiente.

— Deixa de ser careta Sidney, você tem quantos anos, cento e dez? – Perguntei.

— Cento e quinze – Corrigiu.

— Exato! Esta mais do que na hora de encontrar alguém que melhore seu humor e te faça subir pelas paredes como essa garota da fazendo com o nosso mestre.

— Lili! – Repreendeu Sidney. Gargalhei com sua vergonha.

— Se o mestre não estiver concentrado na tarefa de senhorita Megan vamos estar muito encrencados. – Avisou Jonathan.

Por sorte o mestre Marcus não nos repreendeu quando deixou o quarto da humana, só ficou quieto em um canto. Para não o atrapalhar ficamos em silencio até sua guarda pessoal o escoltar para o palazzo.

Quando amanheceu a mortal despertou bem animada. Escutei as gotas de água do chuveiro serem despejadas em sua pele. Ela não demorou muito e assim que abriu as portas de vidro do blindex se secou e se vestiu, conosco ouvindo cada passo que dava. Seguimos como sua sombra pela manhã, até que decidiu retornar para o apartamento e começou a limpá-lo para depois treinar suas habilidades, acho que ela tentava fazer um copo flutuar, acho porque ela acabou quebrando um dos vidros da janela e quase cortou a testa quando o copo virou, se meu coração bate-se ele teria disparado naquele momento, mas ela conseguiu controlar, e passou a usar um copo de plástico, porque o outro quebrou. Quando deu a hora do almoço a escoltamos para um restaurante próximo ao apartamento, ficamos alguns minutos pelas redondezas, sempre distante para lhe dar um pouco de privacidade, não que ela merece-se depois de envergonhar nosso mestre para toda a guarda. Voltamos para o apartamento em alguns minutos. Ela se trancou no quarto, fechei os olhos e fiquei ouvindo as batidas de seu coração, estavam regulares. Em um segundo as batidas pararam, abri a porta e corri para o seu quarto, ela não estava em nenhum lugar.

— O mestre Marcus vai nos matar. – Comentou Sidney atrás de mim. Jonathan apareceu em seguida.

— Como ela fez isso? – Perguntou Sidney em choque.

— O espelho! – Falei – Ela viajou por ele do mesmo jeito que fez com a gente.

— Estamos muito encrencados. – Desesperou Sidney.

Não tivemos escolha além de esperar. Cada minuto que se passava era uma tortura. Se alguma coisa acontece-se com ela cabeças iriam rolar, e a minha seria uma delas. Isso tudo é culpa do Jonathan, se ele não tivesse me transformado e me trazido aos Volturi eu nunca temeria pela minha cabeça, até porque eu provavelmente teria morrido naquela floresta depois de ter matado meu marido que me agrediu por ser infértil.

— Anda Megan, apareça! – Aquela tensão toda estava me matando.

— Porque tem uma cobra no seu pescoço? – Perguntou Sidney para o Jonathan. Olhei pelo canto do olho e realmente tinha uma cobra enrolada no pescoço dele.

— É o bichinho de estimação da Megan, acho que ela gostou de mim. – Comentou Jonathan. Revirei os olhos com aquela cena, eles não entendiam que nossas cabeças estavam em jogo?

— Alguém deveria avisar o mestre Marcus – No mesmo instante a humana saiu do espelho aos prantos, ela segurava uma bolsa de viagem, mas a largou ao pisar no quarto. A segurei em meus braços e tentei lhe passar alguma segurança, ela estava inconsolável. – Ei, você esta segura agora. – Coloquei sua cabeça no meu peito em quanto a sentei no chão. Ela soluçava de tanto chorar. – Sidney vai atrás do Marcus agora! – Ela não discutiu e saiu do apartamento. Definitivamente cabeças iriam rolar.

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***

Não sei se Deus ajudaria uma vampira, mas se puder, por favor, interceda por nós, mestre Marcus com certeza vai nos matar.

Corri a toda velocidade de volta a fortaleza, sempre tomando cuidado para não ser vista pelos humanos, o que foi bem difícil pelo meu nível de desespero. Ainda bem que Jane viajou com Alec, e Felix, odiaria ser punida por ela. Cheguei ao palazzo e disparei até o elevador, os segundos de espera foram agonizantes, quando cheguei ao meu andar nem me dei o trabalho de cumprimentar a secretária humana, também duvidava que ela tivesse me visto com a velocidade que eu estava.

— Sid? – Passei direto por Heide, não me preocuparia com cumprimentos agora.

Deixei de correr assim que cheguei à porta do salão dos tronos, também conhecida como o salão de execução. Tropecei ao diminuir minha velocidade chamando a atenção toda para mim. Ignorei o fato de ter um mortal com a aparência semelhante ao do mestre Caius dando seus cumprimentos ao mestre Aro e me dirigi ao mestre Marcus, que me olhava confuso e levemente preocupado.

— Porque esta aqui e não ao lado da Megan? – Perguntou ao se levantar. Por favor, mestre, não me mate.

Abri a boca para falar, mas não consegui, o desespero era enorme, mas eu precisava, tomei coragem e falei.

— Ela precisa de você, agora! – Não precisou de muito mais do que isso para ele deixar a sala na mesma velocidade que eu entrei.

— O que aconteceu? – Perguntou o mestre Caius alarmado.

— Ela fugiu de nós e quando voltou chorava em desespero. – Ele pareceu aliviado por um instante, ou foi coisa da minha cabeça?

— Ela disse alguma coisa? – Perguntou Aro de expressão seria.

— Não, ela só chorava e soluçava.

— Não da para conter um viajante. – Disse a copia do mestre Caius. Olhando bem, ele parecia um pirata.

***

Quando o mestre Marcus chegou fiquei aliviada e ao mesmo tempo temerosa, mas duvido que ele esteja preocupado em me punir nesse momento, a garota era prioridade. Ao entrar no quarto ele veio até a mim e eu passei a humana para os seus braços e o deixei assumir a situação. Eu e o Jonathan fomos para sala, à guarda pessoal do Mestre assumiu a segurança do prédio.

— O que será que ela passou para chegar naquele estado? – Perguntou Jonathan.

— Espero que não tenha sido nada grave quanto parece. – Ia fazer um comentário insensível, mas o mestre estava escutando e já basta à bronca que iria levar por não ter cuidado dela direito.

Depois de alguns minutos a humana se acalmou, sua respiração ficou leve e seus batimentos cardíacos regulares.

— Acho que ela dormiu. – Comentei ao Jonathan.

— Sei que humanos podem se assustar facilmente, mas para um que vive com vampiros. – Deixei a frase no ar.

— Deve ter sido realmente assustador. – Completou Jonathan.