For Evermore

Capítulo 23 - Falling in Love


_ Jacob, eu...

_ Não me toca Leah!!! _ Eu estava furioso, chegando perto do descontrole.

_ Jake, há dias que a gente não conversa! _ Ela gritou chorosa.

Escutei a porta da frente bater. Com certeza devia ser meu pai. Como se fosse mudar alguma coisa... Eu não me importava se ele estava em casa ou não, eu simplesmente não queria falar com ela e se fosse possível, eu evitaria até mesmo olhar para ela. Jake... Me irritava ouví-la tentar fazer as pazes comigo. Saí de perto do fogão para respondê-la, senão era capaz de fazer uma loucura, assim, tão perto do fogo.

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_ Não me chama de Jake, Leah. Não seja ridícula!

_ Por que não? Só ela pode te chamar assim?

Peguei a panela com a massa que estava cozinhando e estupidamente joguei tudo no lixo. Eu sentia a adrenalina se espalhar pelo meu corpo, meus pelos arrepiando. Eu ía me transformar a qualquer momento.

Inspirei profundamente.

_ O que mais você quer Leah? _ Apoiei meu corpo na mesa buscando controlar meus reflexos. _ Você quer ouvir da minha boca, é isso? Então está bem. Sim, eu não suporto que você me chame assim. Ela sempre me chamou assim. E não, eu não vou fugir dessa responsabilidade, se é isso que te preocupa. E não, eu não te amo mais. Eu não queria parecer rude, mas você não tem me dado alternativa.

_ Jacob!

_ Leah, eu quero que fique claro de uma vez por todas... Acabou Leah, acabou... _ Fitei-a por alguns instantes. Parece que finalmente ela havia entendido e então o choro começou. _ Mas eu quero que fique claro que eu não estou negligenciando nosso filho. Eu vou te dar todo o suporte necessário e à ele também. Eu quero ser um pai presente na vida dele.

_ Suporte? Quem precisa de suporte? Eu preciso é do seu amor Jacob, do seu amor!

Leah me olhou tristemente.

_ Eu vou fazer minhas malas. _ Então ela saiu da cozinha.

_ Graças a Deus... _ Murmurei assim que ela saiu. Finalmente ela havia tomado a decisão que eu tanto esperava.

Eu estava vivendo um pesadelo, um inferno nos últimos dias e de certa forma agora eu me sentia aliviado pelo resultado do nosso diálogo. Esperei que Leah arrumasse as malas e levei-a para a casa de Charlie, onde a mãe dela agora morava definitivamente com Charlie.

Sue atendeu a porta e Leah entrou imediatamente, sem ao menos cumprimentar a mãe dela. Ironicamente, o antigo quarto de Bella era o único cômodo que estava livre para que ela ocupasse.

Eu estava tirando as bagagens do carro e Sue veio me ajudar.

_ Eu sabia que isso um dia ia acontecer, mais cedo ou mais tarde.

_ Eu sinto muito Sue...

_ Eu sei filho, você não tem culpa, ao menos não toda a culpa dessa situação. Vocês dois preferiram viver de uma ilusão e agora você resolveu voltar para a vida real. Deu no que deu... Eu realmente não esperava outra coisa.

Parei com o que estava fazendo.

_ Poxa vida! _ Soltei as malas no chão. Eu ficava muito incomodado com aquele tipo de comentário; sempre o mesmo. _ Eu realmente queria que você acreditasse que um dia eu a amei. Droga! Por que todos teimam em não acreditar?

Ela sorriu brandamente.

_ Você e a meia-vampira foram feitos um pro outro. Só por isso.

Balancei a cabeça negativamente e voltei a pegar as malas e a carregá-las até a porta.

_ Você nunca esteve tão errada Sue, nunca...

Paramos os dois na porta da casa. Todas as malas estavam ali.

_ Eu vou assumir o bebê Sue, eu juro.

_ Tudo bem filho, eu compreendo. _ Ela me abraçou. Cheguei a fechar meus olhos nos braços dela. Minha mãe nunca tinha feito falta na minha vida, mas agora eu só queria correr para o colo dela.

_ Que bom que você compreende Sue. _ Fiquei aliviado. _ Eu vou assumir a criança, pode ter certeza.

_ Está certo. Vida sua vida como tem que ser Jacob, senão você vai acabar amargo feito a minha filha. Só não esqueça que em breve você se tornará pai e isso muda tudo. Agra, querendo ou não, você está para sempre ligado à minha filha.

Engoli seco ao ouvir Sue falando aquilo pra mim. De repente descobri que tinha sido muito ingênuo e estúpido em não ter parado para pensar realmente nas conseqüências de ser pai; pai de filho de Leah.

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...

Bati na porta do quarto ao lado do meu, mas ninguém atendeu. Desci as escadas correndo e encontrei Carlisle e Esme na sala.

_ Você viu Nahuel?

_ Saiu antes do sol nascer. Disse que não ía muito longe. _ Esme respondeu do piano.

Desanimei ao ouví-la. Eu queria vê-lo agora, tinha que ser agora! Eu ía dizer à ele que eu o aceitava, que ele era meu raio de sol, meu porto seguro, minha única esperança. Eu não ía dizer que eu o amava, mas sim, que eu já estava envolvida; apaixonada com certeza; e que eu ía aprender a amá-lo mais e mais, dia após dia e que nós teríamos todo o tempo do mundo para fazer isso. Eu ía dizer a ele que eu tinha visto o futuro e que nada poderia ser melhor; que nossa felicidade não poderia ser maior; pois estávamos juntos. Era quase uma premonição, era mais que uma certeza absoluta. Nosso destino já estava certo, meu destino já estava traçado e eu ía parar de tentar evitá-lo a partir de agora.

_ Ele te contou por que veio, não foi? _ Sobresaltei ao ouvir a voz de Carlisle, fazendo-me voltar à realidade.

_ Contou... _ Murmurei.

Ele balançou a cabeça negativamente, de certo, desapontado pelo comportamento de Nahuel.

_ Hey, espera! _ Andei até ele e o abracei. _ Eu gostei... _ Fechei meus olhos enquanto estava nos braços dele, tentando me fazer acreditar no que eu estava dizendo.

_ Que bom... Ainda estou trabalhando na fórmula. Espero que em breve possamos experimentá-la. _ Ele sorriu.

Eu tentei imaginar o que ele queria dizer com experimentar, mas como já não estava tão preocupada com a transofrmação, logo esqueci daquele assunto.

_ Eu vou procurar Nahuel.

_ Tente na trilha próxima à cidade. Posso sentir o rastro dele daqui. _ Esme ajudou.

_ Obrigada _ Sorri aos dois e então parti.

...

Esme estava certa. Peguei a larga trilha que me levava a cidade e depois de alguns minutos eu o avistei.

Definitivamente aquele não era um bom lugar para se tomar sol; muito perto da cidade e a floresta já não era tão densa. Eu podia vê-lo deitado no chão. Ele tinha o peito nu, o casaco jogado de um lado e a camisa de outro. Meus pés travaram no chão assim que cheguei mais perto e eu percebi que ao contrário de mim, ele não tinha porque se esconder dos humanos. Não havia nada de errado com a pele dele, não tinha nenhum brilho, nenhuma fluorescência anormal feito a minha.

Senti meu sangue invadir o meu rosto e percebi minha pele queimando em minhas bochechas e lábios. Pensei em voltar e deixá-lo ali, já que tudo o que eu queria dizer-lhe havia fugido de minha mente. Mais tarde falaria com ele, quando ele estivesse devidamente vestido, de preferência, mas quem disse que eu conseguia ir embora? A maior parte de mim começava a me empurrar na direção de Nahuel e quando dei por mim, já estava atrás dele. Não sabia o que fazer ou o que dizer, a não ser observá-lo dormir sob a luz do sol.

Lembrei-me do beijo da noite anterior, já que aquele era o principal motivo de eu tê-lo procurado. Eu queria, queria... Retribuir. Oh, era assustador pensar nisso e lembrar-me de Jacob ao mesmo tempo, mas eu queria e muito.

Vagarosamente, sentei-me ao seu lado. Era curioso como minha pele brilhava ao lado da dele. Aparentemente, não havia nada de errado com Nahuel, pelo contrário... Ele chamaria sim a atenção de qualquer um no meio de uma multidão. Nesse ponto ele se parecia um pouco com Rosalie. Era lindo de doer.

Sei que pode parecer meio estúpido e infantil, mas eu me deitei ao lado dele e deslizei meus dedos sobre sua pele fria, sem tocá-lo. Fitei seus lábios e foi então que uma idéia mais estúpida que a anterior rondou minha mente. Por que não beijá-lo? Eu não precisava dizer nada, ele saberia assim que eu o fizesse.

Apoiei-me em meus braços sobre o corpo dele, lutando contra o barulho das folhas secas. Molhei meus lábios e aproximei-me, lentamente.

...

Eu não me lembro do antes, apenas do instante em que minha boca encheu-se d’água. Inspirei profundamente me entorpecendo do cheiro de sangue fresco. Eu já sentia meu veneno na ponta dos dentes, prontos a morder a presa. Não sei por que, mas diferente de todas às vezes, decidi abrir os olhos antes.

...

Não houve tempo para que eu gritasse, pois eu já sentia os dentes afiados de Nahuel em meu pescoço e qualquer movimento brusco me faria envenenada.

_ Renesmee??? _ Manuel me soltou de suas garras e eu caí no chão feito uma caça abatida. Em seguida ele se levantou rapidamente, completamente assustado.

Finalmente eu pude respirar e antes que eu percebesse, ele já estava ao meu lado novamente, me ajudando a levantar.

_ O que você está fazendo aqui? _ Ele averiguou meu pescoço, depois começou a buscar sinais de mordidas em meu corpo.

_ Tudo bem, eu estou bem. _ Me distanciei um pouco, para que ele parece de me tocar, enquanto uma de minhas mãos apertava meu pescoço. _ Você não fez nada, foi só aqui...

_ Oh... Deixe-me ver.

Sobresaltei. Ele não podia ver, ali começavam as cicatrizes.

Meu coração que já batia a mil por hora assutou-se ainda mais com a idéia dele.

_ Não, eu estou bem. _ Mais alguns passos atrás.

_ Por favor, eu insisto.

_ Por favor, não. _ Implorei, já com lágrimas nos olhos.

Ele ficou me olhando preocupado. Devia estar tentando entender.

_ Só queria ter certeza mesmo de que eu não te mordi... _ Ele comentou enquanto colocava a camisa.

_ Eu devia estar queimando numa hora dessas, certo?

Ele sorriu.

_ Certo. _ Sentou-se no chão, bem onde ele estava deitado antes.

_ Como você sabe?

_ Eu não sei, apenas imgino. Deve ser feito a sede que queima em nossa garganta.

Nahuel riu alto.

_ Mil vezes pior que a sede! Deve até mesmo ser pior que o inferno.

_ Como você sabe? _ Desafiei-o.

_ Ouvi falar... _ Ele riu maroto. _ Na verdade, já vi alguns queimarem.

Sentei-me no chão de frente pra ele.

_ E você ainda não me disse o que veio fazer aqui. _ Ele fitou-me. Incomodava-me o jeito com o qual ele me olhava. Parecia que ía me devorar a qualquer momento...

O silêncio entre nós fez com que eu ouvisse o barulho dos carros no centro de Forks, não muito longe dali.

_ Você... Tipo, você tem sede de sangue humano?

Eu podia ver seu peito murchar e depois inflar lentamente, antes que ele respondesse.

_ Você está com medo de mim agora?

Um trovão rasgou o céu e eu pulei de susto.

Ele riu e eu meio que sorri amarelo depois.

_ Não... _ Menti.

_ Eu sinto o cheiro da mentira em seu sangue.

Arrepiei-me por completo assim que o ouvi dizer aquilo.

_ Não se preocupe, eu só estou tentando de assustar. _ Ele riu feito uma criança e eu o acompanhei, aliviada.

_ Sim e também não.

_ O que?

_ A resposta para sua pergunta. Sim, eu tenho sede de sangue humano e não, eu não vou te matar agora.

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_ Como você pode ter tanta certeza? Quase me matou a pouco!

_ Você veio me provocar e eu estava desprevinido. Aliás, você não deve fazer isso, não comigo inconsciente. Seu cheiro pode entrar pelo meu nariz e... Seu cheiro é diferente de todos que eu já senti e eu já vi que ele me faz perder o controle.

_ Está certo, não faço mais...

_ E então?

_ Eu... Eu só vim te ver. _ Disse sem graça. Estava na cara, era muito óbvio que não era só isso, mas me faltava coragem.

Então ele se levantou e eu fiz o mesmo. Eu não podia perder a oportunidade.

_ Espera! _ Falei alto, deixando minha ansiedade transparecer. Ele deve ter entendido, pois chegou perto demais, muito mais do que o normal para uma simples conversa. _ Eu, eu... _ Gaguejei e então ele me puxou firme pela cintura.

_ Você vai me morder agora? _ Tudo o que consegui foi um murmúrio.

_ Você sempre achando que eu vou fazer alguma coisa terrível... _ Ele sorriu. _ Eu te trouxe a fórmula, não trouxe? Não é isso o que você quer?

Meus olhos não conseguiam deixar de fitá-lo.

_ Eu... Eu já não sei...

_ Por que não? _ Um enorme sorriso abriu-se em seu rosto.

_ Você me olha de um jeito... Às vezes me dá medo, mas às vezes...

_ Às vezes?

Senti um arrepio intenso começar no topo da minha cabeça e em questão de segundos, terminar na planta de meus pés.

_ Mas... Na maioria das vezes eu quero mesmo que você me devore. _ Admiti.

_ Agora? _ Ele murmurou.

_ Agora mesmo. _ Quase tapei minha própria boca. O que eu estava dizendo??

Repentinamente o semblante de Nahuel fechou-se.

_ Feche os olhos...

Obedeci. Meu corpo todo tremia involuntariamente. Num instante de lucidez, eu finalmente senti paz, porque aquela dor, aquele medo era maior do que o que habitava dentro de mim. E então eu achei que estava fazendo a coisa certa ao entregar minha alma a ele.

Eu esperei alguns poucos segundos, que mais pareceram durar horas e então percebi que nada acontecia.

_ Você ainda não está pronta. _ A voz macia de Nahuel soou em meu ouvido, então eu o empurrei de leve e o encontrei risonho, olhando pra mim.

_ Você sabe que eu tenho medo, não sabe?

Ele balançou a cabeça positivamente em meio ao riso.

_ E você ainda brinca com isso?

_ Você chega a ser transparente... Muito fácil de decifrar.

_ Hey! _ Novamente, o sangue queimou em minhas orelhas.

_ É quase como poder ler seus pensamentos.

Cruzei os braços, escondendo meu sorriso.

_ Ora senhor sabichão, então decifra-me!

Nahuel andou a minha volta, passos curtos, sorriso meio apagado.

_ Tristeza, dúvida, solidão...

Surpreendeu-me a exatidão na sua adivinhação.

_ Medo, dúvida... Medo, muito medo. Não sei se mais dúvida do que medo.

Meu velho “bolo de garganta” instalou-se em meu pescoço.

_ E essas cicatrizes? Quando você pretende me contar?

Puchei a gola da minha blusa que já era alta ainda mais para cima. Ele não tinha o direito de ser assim tão impertinente.

_ Não há nada para se ver aqui. _ Fui seca. Queria que ele esquecesse aquele assunto.

_ Foi ele não foi?

_ Foi um acidente! _ Retruquei imediatamente.

_ Eu nunca seria capaz de fazer algo parecido, se é isso que te incomoda...

Meus olhos já queimavam. Eu não queria falar de Jacob, eu não queria falar sobre Jacob e eu. Doía demais cada vez que ele vinha à tona.

_ Como não? Você não estava prester a me morder? _ Fui cínica, mas eu não tinha intenção. Era apenas a minha defesa.

_ Nunca... Nunca... É você quem vai decidir, se é que você algum dia pensou em decidir sobre isso. Olha pra mim... Você sabe que eu ía gostar, que eu quero que você faça, mas... _ Ele me encarou com os olhos tristes. _ Oh Renesmee, eu jamais te obrigaria... _ Nahuel apoiou suas mãos em meus ombros. _ Eu fui tolo, eu julguei que você já compreendesse...

_ O que você quer dizer com isso? _ Realmente eu não precisava ter perguntando, pois seus olhos já me diziam tudo.

_ Eu não espero nada em troca. _ Ele tocou meu rosto com as costas de suas mãos. _ Eu apenas sinto...

Sem pensar duas vezes, deixei que meu corpo caísse em seus braços, aos prantos. Agora eu desejava novamente estar à beira da morte, ao menos eu não me lembrava... Não me lembrava “dele”.

Aos poucos a dor foi-se embora quase que por completo e o resto dela eu consegui guardar bem lá no fundo de mim mesma, num lugar que eu achava que Nahuel jamais tocaria. E eu comecei a deixar-me levar pelo abraço morno e amável do meio-vampiro que estava apaixonado por mim.

Cativada por tudo o que vinha dele... Sua pele, seu cheiro, sua voz, seu jeito doce, suas promessas suaves e ao mesmo tempo duradouras, beijei intensamente seus lábios. Ele retribuiu, como já era de se esperar.

...

_ Oh, Seth! Graças a Deus que você chegou!

_ Seth, você tem que fazer alguma coisa! _ Jacob estava transtornado e eu já não conseguia mais convencê-lo a não fazer nenhuma bobagem.

_ Espera! o que acontecu aqui?

_ Desculpe... Comentei sobre Renesmee e Nahuel... Pensei que ele já sabia...

Fitei meu namorado e ele sorriu piedoso. Agora tínhamos uma tarefa muito mais difícil, que era acalmar Jacob.

_ Cara, vamos sair da frente da loja, você vai espantar os fregueses desse jeito.

Fomos os três para os fundos do barracão, com Jacob reclamando, segundo a segundo.

_ Temos que fazer alguma coisa, bolar um plano! Isso! _ Jacob andava de um lado para outro enquanto Seth tentava segurá-lo. _ Você vai me ajudar, não vai? Não vai, Seth??

_ Ajudar o que Jacob?

_ A acabar com esse projeto de sanguessuga, oras!

Seth riu cinicamente.

_ Não acredito que eu estou ouvindo isso de novo! Primeiro você queria que te ajudássemos a acabar com Edward, agora você quer se meter com o Nahuel?

_ Que?? Como assim acabar com o Edward? _ Meu coração quase explodiu em meu peito quando ouvi aquilo. Desde quando Jacob tinha um plano desses? Será que Bella sabia disso?

_ Calma Angie, fique fora disso. Depois eu te conto essa história. _ Seth disse rispidamente e depois voltou-se à Jacob. _ Eu não vou fazer nada disso, me tira dessa Jacob!

_ Poxa... Pensei que você estava ao meu lado. Que decepção Seth! Durante todos esses anos e eu me enganei completamente com você.

_ Espera aí, você está confundindo as coisas...

Corri atrás deles, até que os dois paravam próximos a alguns troncos de árvores caídos.

_ Ele vai matá-la Seth! Será que você não entende? _ Realmente pensei que Jacob fosse arrancar os próprios fios de cabelo, de tanto que ele os puxava.

Então ele nos olhou, ainda furioso. O estranho é que ele franzia a sobrancelha a todo momento. Então Jacob começou a olhar em volta, como se procurasse algo.

_ Vocês estão sentindo esse cheiro?

_ Que? Que cheiro? _ Perguntei aflita.

_ Deixa eles Jake... _ Seth ordenou.

Eu pude ver os pêlos do braço de Jacob arrepiados.

_ Eu vou resolver e vai ser agora.

Antes de Jacob dizer a última palavra, ele já estava com os pés da trilha que levava para o meio da floresta. Seth correu atrás dele e eu fiz o mesmo.

Não demorou muito para que eu me visse sozinha na floresta. Os dois eram incrivelmente rápidos. Eu me guiava penas pelos gritos de Seth, que continuava a implorar para que Jacob não parasse, para que ele não fizesse o que estava pensando.

_ Hey, esperem! _ Meu coração pulsava aflito enquanto eu corria pela floresta úmida, empurrando galhos e pulando velhos troncos. A cada passo a floresta ficava cada vez mais densa e o barulho da civilização já não podia ser ouvido.

Então um grito agudo ecoou, não muito longe dali. Minhas pernas travaram de susto. Renesmee, eu tinha certeza.

Voltei a correr, ainda com as pernas bambas, abrindo caminho pela mata fechada com meu próprio corpo. Foi quando pisei em falso em uma espécie de barranco ecaí de joelhos no chão, bem no meio de uma pequena clareira.

A primeira coisa que eu vi quando olhei pra cima foi uma horrível besta marrom acobreada que ao perceber que eu a fitava aterrorizada, rugiu absurdamente alto, com seu focinho a poucos centímetros do meu rosto.

_ Jake não! _ A voz de Renesmee ecoou fraca, enquanto eu tapava meus ouvidos com força e tentava fechar meus olhos, que teimavam em continuar fitando o monstro. Este seguiu a voz dela com os olhos e grunhiu ainda mais alto, mostrando ameaçadoramente os dentes para ela.

_ O que você quer? Veio para machucá-la novamente? _ Alguém que eu não conseguia enxergar o desafiou.

Foi tudo muito rápido, mas pra mim pareceu uma eternidade. Antes mesmo que o monstro parece de rugir, ouvi a voz de Seth e o vi de relance correndo em nossa direção. Um pedaço de tecido caiu sobre minha cabeça e um barulho de ossos estalando fez com que um calafrio percorresse meu corpo. De repente a besta marrom e um outro monstro quase tão grande quanto o primeiro rolaram no meio da clareira.

Então eu compreendi. Os monstros, as bestas eram nada além de Jacob e Seth. Eu esperava lobos, algo feito cachorros grandes e não lobos do tamanho de elefantes.

_ Seth! _ Gritei alto e o lobo cor de areia saiu imadiatamente de cima do mais amedrontador, que correu floresta adentro.

Eu tive tanto medo quando ele volte-se a mim... Apoiei-me em alguns arbustos rasteiros enquanto eu tentava controlar minha respiração.

...

_ Angie! _ Eu a abracei apertado, mas ela ainda continuava a me olhar de um jeito que eu nunca tinha visto. _ Calma, é só o Seth!

Toquei no focinho dele para que Ângela visse que ele não representava perigo. Eu sabia que um dia ia acabar assim... Essa coisa de Seth nunca ter deixado Ângela vê-lo transformado não ía dar certo.

Nahuel tocou meu ombro.

_ Seth?

O lobo sentou-se em suas patas traseiras. Pela sua expressão, eu podia jurar que ele estava sorrindo.

_ Que bom te encontrar de novo. _ Nahuel sorriu.

Olhei para Ângela e percebi que ela parecia não compreender como é que conversávamos com um lobo.

_ Seth, vá atrás dele, por favor... _ Implorei.

_ Ela tem razão. _ Nahuel completou.

_ Explica pra ele Seth... Você sabe, não ía dar certo... Diz pra ele que... _ Meu coração doeu, mas eu tinha que dizer, eu tinha que me libertar de Jacob, de uma vez por todas. _ Diz pra ele que eu também tenho o direito de ser feliz. _ Senti uma das mãos de Nahuel apertar a minha. Fiteio-o e sorri. Ele retribuiu.

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Seth saltou em direção ao rastro de Jacob.

_ Seth!

Ao ouvir a voz de Ângela, ele freiou em suas patas dianteiras e retornou.

Eu deixei os dois a sós.

...

Eu sabia que era Seth, sim, eu compreendia, mas eu ainda tinha muito medo. Ele era absurdamente grande e isso era o mais amedrontador. Parece até que ele percebeu, pois se deitou no chão e finalmente ficamos frente a frente. Os olhos eram os mesmos que os olhos humanos de Seth. Por Deus, como era possível?

Estiquei minha mão trêmula para tocá-lo, mas não tive coragem. Então ele abaixou o focinho até o chão e choramingou.

Olhei para o lado e vi que Renesmee nos observava discretamente. Ela acenou com a cabeça, como quem diz “vá em frente”.

Estiquei-a de novo e finalmente toquei o pelo claro e macio de sua cabeça. Ele fechou os olhos, exatamente como faria um filhote. Não pude deixar de rir.

_ Você vai mesmo atrás dele? _ Falei baixo, me sentindo meio estúpida por falar com um animal.

Fiquei pasma quando ele assentiu com a cabeça.

_ Cuidado... Acho que ele poderia te matar do jeito que está...

Ele grunhiu de um jeito divertido.

_ Não ria, estou falando sério! _ Agora ambas minhas mãos já se refestelavam no pelo sedoso do cão. _ Então vá, eu vou ficar bem.

Ele obedeceu imediatamente, embrenhando-se na mata.

Logo, Renesmee e Nahuel aproximaram-se.

_ Eu te disse que eles eram enormes. _ Ela sorriu.

_ Não, você disse que eram lobos enormes, não que eram lobos de tamanho fora do comum.

Nós rimos.

_ Jacob dá medo, eu não sei como você... _ O que eu estava dizendo? Nahuel estava ali com ela! _ Desculpe. _ Fiquei sem graça.

_ Tudo bem... _ Ele disse, como se fosse a coisa mais normal de mundo.

_ Tudo bem Angie. Vamos pra casa agora. _ Ela me abraçou e os dois me tiraram do chão.

...

“Jacob”.

“Vá embora Seth!”.

“Oh, sim, eu posso entender agora”. Eu vi através dos olhos de Jacob o exato momento em que ele viu Renesmee e Nahuel num beijo extremamente apaixonado.

“Sai da minha cabeça Seth! Me deixa”.

E tudo o que tinha na cabeça de Jacob era isso e depois que tudo terminava, se repetia novamente, feito uma fita de vídeo defeituosa. Tive pena, pois nunca havia visto Jacob assim tão triste; eu nunca tinha sentido a tristeza dele assim tão forte e agora ela era minha também.

Deitei-me ao lado dele.

“Você é tão teimoso Seth, teimoso feito uma mula”. Ele me olhou com olhos ferozes e grunhiu alto, furioso.

“Vou ficar até você decidir voltar. Eu vou dividir com você, talvez não fique assim tão pesado”.

Jacob colocou o focinho sobre as patas dianteiras e voltou a deitar.

Foram longas horas de silêncio até que finalmente ele resolveu compartilhar comigo.

“Eu nunca esperei por isso...”.

“Você demorou demais... Mas ela também merece ser feliz, Jacob”.

“De onde você tirou isso? Nós éramos felizes! Éramos felizes juntos!”.

“Ela me pareceu bem mais feliz agora...”

“Seth, de onde você tirou tanta besteira?”

“Ela me disse... Bem, na verdade ela me pediu pra dizer à você...”

“O que?” Ele se levantou afoito. “O que ela disse?”

Eu também me levantei e aproximei-me dele.

“Exatamente isso. Quer ela quer ser feliz também. Ela quer ficar com o meio-vampiro”.

“Também? Então ela acha que eu estou feliz?”

“Aí eu não sei...” _ Jacob parecia não querer compreender o que u estava dizendo. Será que ele tinha noção de que Renesmee não o queria mais? Será que ele tinha noção que dessa vez era sério? _ “Hey, você entendeu o que eu disse?”

Jacob fitou a lua cheia e uivou alto. Inevitavelmente eu o acompanhei. Sempre fazíamos isso, não sei por que, era maior que minha própria vontade, era um ato involuntário, feito respirar ou piscar.

“Jake, vamos voltar...”

“Voltar pra que? Eu não tenho uma Ângela feito você à minha espera”.

Ele voltou a deitar-se sobre a vegetação úmida.

“Seth... Desculpe... Você é um bom amigo. O melhor”.