Poliamor

Capítulo Único


Sentindo o vento gélido da madrugada arrepiar todo seu corpo, tirou os tênis e atreveu-se em molhar os pés. A água gelada fez seu corpo tremer e deliciou-se com a sensação de vida correndo por sua espinha, arrancando um sorriso tímido de seus lábios.

Permitiu-se suspirar quando viu a imensidão do oceano escuro, servindo de espelho para o céu. Ali, com os pés molhados, admitiu para si mesma, com veemência, mesmo com certo receio, que apaixonou-se pelo Mar.

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Devia ser impossível amar toda aquela imensidão perigosa e desconhecida, quando, já sentindo um aperto de dor em seu peito por seu amor tão efêmero, olhou para os céus, com o intuito de deixar uma prece e sentiu lágrimas quentes em seu rosto, quase afogando seu coração.

Apaixonou-se pela segunda vez, naquela noite, ao olhar o brilho da Lua.

Como não havia percebido ao olhar o espelho tão bonito que a refletia?

Seu brilho fazia com que o Mar ficasse menos desconhecido, muito mais amável. Foi quando reparou que, antes mesmo dela pensar em tentar se molhar nas águas frescas, o Mar já estava amando a Lua que, nitidamente, o amava também, deixando-se brilhar mais sendo aquela que, única, permitiu o mesmo acariciar seu reflexo tão bem feito em si mesmo.

Deixou seu próprio amor egoísta de lado, querendo apenas o Mar, para apreciar a conversa lenta, o amor silencioso e a intensidade entre eles, o Mar e a Lua.

Logo, de tão quieta, fez-se notar pelos dois.

Para ela, de tão quieta, tinha um brilho nos olhos que não era nem tão glamoroso feito a Lua, muito menos tão profundo quanto o Mar mas, pode sentir-se molhada de amor e, naquele momento, apenas apreciando e sendo apreciada, apaixonou-se pela terceira vez. Pela noite.

Por Camila

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.