Esme's sister

Capítulo 14


Capítulo 14

Milwaukee – Wisconsin, 22 de abril de 1922

Carine PDV

Há tanto tempo que não tenho noticias de minha prima. O que será que aconteceu com ela? Com certeza aconteceu alguma coisa por que ela iria me escrever assim que meu afilhado/a nascesse. E já passou mais do que nove meses. Será que ela morreu no parto? Não! Deus não faria uma coisa dessas, ele viu todo o nosso esforço para salvar a criança e tudo isso foi em vão? Não pode ser.

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Tomo meu café-da-manhã com Daniel ao meu lado e decido compartilhar com ele minha angústia:

— Querido, estou muito preocupada, será que Esme está bem?

— Querida, não se aflinja.

— Eu estou pensando... Será que ela morreu durante o parto? Deus não faria isso depois de ver todo nosso esforço.

— Ele sabe o que faz. E talvez esse foi o melhor. Nós fizemos o que pudemos, não devemos lamentar. Deus sabe o quanto nos dedicamos e não esquecerá.

— O melhor? Como o melhor? Para quem?

— Não podemos saber os desígnios de Deus. São um mistério. É a razão da nossa fé. Acreditamos, devemos aceitar sem reclamar.

— Eu não posso fazer isso. Minha prima não merecia morrer assim.

— Talvez Deus decidiu que deveria levar os dois. Você acha que ela deveria ficar mesmo se perdesse o filho? Ela não merecia sofrer. Não voltaria para Columbus. Charles não a receberia bem, certamente que não. Lembra do que ele fez aqui na nossa casa?

— Sim eu me lembro. Mas Esme fugiu para viver uma nova vida com seu bebê. Isso não é muito para o Senhor. Por que ele teve que... Porque Ele não permitiu? Por quê? – não posso mais segurar e lágrimas caem pela minha face. Daniel me abraça tentando me tranquilizar enquanto eu soluço.

Minutos passam e tenho uma ideia:

— Vamos até Ohio, talvez meus tios saibam de algo.

— Mesmo se sua prima estiver bem ela não voltaria para casa. Ela sabe muito bem o que Charles faria com ela e com o bebê. Então porque ela teria fugido? Além do mais iria contra tudo o que fez para proteger seu filho. Charles não a aceitaria de volta sem fazer nada, como se nada tivesse acontecido.

— Você não entende. Ela precisava ter uma gravidez tranquila. Charles nunca iria respeitá-la... Acredito que ela não voltaria para lá. Mas Esme poderia me escrever para ao menos dizer onde e como estão. Podemos ir para Columbus amanhã, querido?

— Sim, querida. Vamos logo tirar essa duvida. Até eu quero saber noticias, sejam quais forem.

— Eu tenho esperança de que Esme está viva e bem. Eu posso perdoar se ela esqueceu de me escrever como prometeu…

…XXX…

23 de Abril

Columbus, Ohio

Minha tia nos mostra a última carta que recebeu da filha em outubro do ano passado. Realmente eu soube de coisas que não sabia, mas fiquei ainda mais preocupada com Esme – por que ela não me escreveu? Se tudo estava bem por que ela não me mandou notícias?

— Eu não sei o que pode ter acontecido com minha filha – diz tia Caroline triste.

— Vamos ter fé tia, talvez Esme não possa escrever. Sabemos ao menos onde ela está. A vida é muito difícil no Oeste.

— Exatamente isso que me preocupa. Minha filha sozinha lá no meio daquela floresta.

— Não se preocupe tia, ela deve ter feito amigos, certamente. Uma personalidade como a dela, tão encantadora deve ter arrebatado algumas pessoas. Ela foi sozinha mas tenho certeza que não está mais só.

Não apenas por causa do filho/a que já deve ter nascido.

— Sim, é verdade. Esme sempre foi uma menina amistosa, fazia amigos com muita facilidade. Eu nunca entendi, nem eu nem meu marido Carlos temos esse dom. Mas eu acho que ela já teria escrito novamente, de alguma forma, qualquer maneira. É agoniante não ter noticias de alguém que amamos.

— Tia, a senhora não pensa que ela possa estar... – eu não quero falar mas ela percebe meu olhar vago.

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— Não sei, não quero me iludir. Talvez Deus que tudo pode, pode tê-la alcançado. Eu rezei muito por ela esse ano que passou. Não quero alimentar falsas esperanças. Pode ser que Charles matou os dois e nós nem ficamos sabendo... ele foi embora há algum tempo. Ninguém sabe para onde. Desapareceu.

— Oh tia, não perca a esperança. Alguns pais encontram os filhos depois de muitos anos, por que nosso caso seria diferente? Tenho certeza de que minha prima está bem.

Não tenho mais certeza absoluta e ao verbalizar percebo como estou sendo ingênua.

— Se ela estivesse bem, mandaria uma carta - contra argumenta minha tia.

— Tia, ela já escreveu que o bebê nasceu bem, o que pode ter acontecido?

— Filha – ela vira para mim com olhar maternal. – Muitas coisas podem acontecer durante os primeiros dias depois do nascimento.

— Eu sinto que ela está viva, tia. Só deixarei de acreditar quando ver o corpo. – lhe dou um abraço. – Quero dar o nome de Esme para minha filha, quando tiver. A senhora permite?

— É claro que sim Carine. Eu não sou dona desse nome. A avó de minha fila também tinha esse nome.

— Se quiser você será a madrinha dela.

— Obrigada. Aceito com muito prazer. Quanta honra!

— Eu que me sinto lisonjeada. Quero fazer essa homenagem.

Provavelmente Esme esteja em algum lugar, mas se ela não voltar, o que ainda tenho esperança, fica o gesto.

...XXX...