Prólogo

1899

Eu ajudava minha tia a cuidar de Esme quando papai visitava titio. Minha priminha era uma bebê muito esperta, gostava de saber sobre tudo e fazia uma porção de perguntas sempre que saiamos para passear. Eu respondia as questões que eu sabia. Explicava atenciosamente tudo o que podia, só não respondia o que eu não sabia. Minha prima podia conversar comigo sobre qualquer coisa, ela sabia que podia confiar em mim.

Esme olha para o alto e me pergunta de repente:

— Prima porque o céu é azul?

— Não sei querida, mas nem sempre é dessa cor. No pôr-do-sol é diferente.

(Hoje eu sei por que a explicação cientifica para isso. Naquela época não era ensinado na escola.)

— Acho que sei o motivo!

— Você sabe Esme?

- Deus é menino e é por isso que o céu é dessa cor. Mamãe sempre diz que azul é cor de menino.

(Discordo, mas não vou perder esse momento com minha prima. Toda as cores são unissex)

— Esme você é mesmo uma graça! – digo enquanto a pego no colo, dou um beijinho em sua bochechinha e giro-a no ar.

— Pára prima.

— Por que, você não gostou?

— Sim, mas a mamãe me disse que eu não sou mais bebê.

Entendo minha tia disse isso, pois Esme já não precisa mais usar fralda. Mas ela sempre será minha priminha querida. Isso nunca vai mudar, não importa quantos anos passem ela sempre será minha irmã.

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