Outbreak

Volume 1 - Ato 1


Arkville, 1995.

Colégio Joseph Warner

A sala de aula está barulhenta, muitas pessoas conversando umas com as outras, o professor se ausentou nessa aula então ninguém está se preocupando em estudar ou fazer qualquer coisa produtiva, apenas se divertir.

— Vai ficar aí fingindo que tá dormindo? - Uma voz familiar se direciona a Peter.

— Não tô fingindo, tô tentando dormir mesmo. - Peter responde calmo enquanto encara o seu livro.

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— Não dorme de noite não? - Pergunta Emma aos risos.

— Durmo de noite E durmo agora. - Peter responde enquanto se levanta para conversar com a sua amiga que estava ao seu lado.

— Deixa de ser chato e vai interagir, olha como aquela gata olha pra você! - Emma diz discretamente apontando para uma de suas colegas de sala.

— Você acha mesmo? - Peter diz quando observa a garota.

— Eu não acho, eu tenho certeza! Você tá precisando beijar alguém pra curar esse mal humor chato. - Emma fala ainda olhando para Peter.

Peter então é empurrado pela ruiva, enquanto anda em direção a garota tentando arrumar um pouco de confiança dentro de toda aquela insegurança de adolescente, mas quando se aproxima ouve a porta da sala abrindo e um professor agitado entra na sala às pressas.

— Devido a algumas complicações, todos devem retornar as suas casas mais cedo hoje, e esperar por mais avisos. - O professor diz enquanto tenta recuperar o ar.

Todos então começam a levantar de suas cadeiras para arrumar as suas coisas e se retirar enquanto gritam de felicidade por saírem mais cedo, mas Peter e Emma percebem que tem alguma coisa de errado.

— Salvo no último segundo né Pete. - Emma diz enquanto apoia a sua mão no ombro do mais alto.

— É, eu acho que sim. Talvez em um próximo dia então? - Peter diz ainda pensando em tudo que o professor disse, também percebendo que ele estava suando e parecia agitado com algo.

— Se você for tão sortudo quanto eu acho que você é, então sim. - Emma diz enquanto arruma a sua mochila.

O garoto então procede a arrumar sua mochila também, mas sem conseguir parar de pensar no que podia ter acontecido, paranoico como sempre foi ele já imaginava o pior.

— Ah, Pete, hoje eu vou ter que entregar algumas coisas que meu irmão pediu, então não vai dar pra ir contigo não. - Emma disse já se preparando pra sair.

— Beleza. - Peter disse enquanto finaliza a arrumação.

Todos saem da sala e Peter bota seu fone de ouvido pra a caminhada que estava prestes a fazer não ser tão chata, ele percebe que é pra parar de ser paranoico e decide esquecer todo o comportamento do professor, confiante que podia ser qualquer coisa besta. Ele segue mexendo no celular enquanto caminha até ouvir carros buzinando e batidas, ele então vira a esquina e vê carros destruídos e alguns pegando fogo, enquanto pessoas arrastavam as outras de carros e devoravam umas às outras, Peter começou a sentir o seu coração bater mais rápido e a única coisa na qual pensou foi em correr, quando ele olha para trás vê que os carros da rua na qual veio também estavam batendo e pessoas sendo devoradas a primeira coisa que ele fez foi tentar achar uma saída dali antes de perceberem a sua presença, ele percebeu que os muros eram altos e já estava começando a perder a esperanças, quando os monstros o perceberam e começaram a andar em sua direção, ele olha para trás e vê a tampa de um esgoto abrindo e uma mulher gritando.

— AQUI! CORRE! - A mulher grita sinalizando para ele ir até os esgotos.

Peter corre até a mulher e pula até os esgotos, quando ele cai no chão ele sente aquele fedor insuportável e aquela água pesada em todo o seu corpo, ainda tentando processar tudo que tinha acontecido ele se levanta e olha para a mulher de cabelos negros a sua frente e começa a falar.

— Quem é você? - Peter pergunta ainda tentando recuperar o fôlego.

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— Agente Navarro, sou do FBI, e você garoto? - Ela diz enquanto espera Peter se recuperar.

— Peter Walker, mas o que o FBI tá fazendo aqui? - Peter diz já pronto para andar.

— Assunto do governo garoto, eu tenho que resolver isso enquanto ainda tem tempo, fique aqui onde é mais seguro. - A agente diz enquanto entrega um rádio para o garoto e se prepara para sair. - Qualquer coisa use o rádio, mas não se arrisque, se achar um deles você CORRE, entendeu?

— Entendi, obrigado. - Peter fala analisando o rádio.

A agente então segue andando pelos esgotos e Peter liga o rádio para testar.

— Alô? Alguém consegue me ouvir? - Peter diz.

—--- Emma ----

Emma sai da escola ainda pensando em tudo que seu irmão havia lhe contado, o por que dele ter que sair para outra cidade assim tão rapidamente, a pressa que ele estava para sair logo dali era surreal, o seu irmão nunca havia agido daquele jeito. Quando ela caminha por alguns minutos até chegar na delegacia ela percebe que a mesma está vazia e com um cheiro que ela não havia sentido antes.

— Oi? Marta? Alguém? - Emma pergunta estranhando, enquanto caminha até a recepção e vê manchas de sangue no chão que vão até o corredor. - Mas que porra?

Ela vai até o corredor e a luz estava piscando e algumas partes da parede estavam meladas de sangue, as portas estavam com correntes e a lâmpada estava presa apenas por fios, havia também marcas de balas e corpos jogados no chão.

— Tem alguém aí? - A garota fala enquanto tenta se acalmar.

— SAIA DAQUI! NÃO É SEGURO! - Um homem grita na sala ao lado.

— William? É você? - Emma diz se aproximando da sala.

— Puta merda Emma, sai daqui! Esses monstros invadiram a delegacia e mataram todo mundo, você tem que sobreviver pra ver seu irmão de novo. - O policial fala sem se revelar a garota.

— Onde o Mason tá? Ele não me falou onde ia. - A garota diz tentando abrir a porta, que estava trancada.

— Não tá na cidade, fica tranquila, mas vá embora antes que tudo acabe! - O policial diz enquanto abre só um pouco da porta e passa uma arma.

— Uma arma? Pra que uma arma? - Emma diz se afastando.

— Eu sei que é pedir muito, mas por favor use isso pra sair daqui, as coisas não vão se importar com quem você é, e pra mim já era. - William diz recuperando o fôlego.

— Que coisas? - A garota diz pegando a pistola do chão e engatilhando ela do jeito que o irmão ensinou.

— Eu não posso te ajudar muito nisso, parecem humanos, mas não são, agora eu preciso fazer algo antes que eu também vire uma delas, tenta sobreviver. - O policial diz enquanto saca uma pistola e aponta para a própria cabeça, antes de atirar.

Emma ouve o tiro e pula para trás, ainda com a pistola na mão, ela ouve grunhidos vindo do final do corredor e todos os corpos da sala começam a levantar.

— Saiam! Eu vou atirar! Saiam daqui! - Emma diz se afastando enquanto tenta mirar com a pistola, já que suas mãos estão tremulas.

Os monstros começam a grunhir e se aproximar de Emma, que abre a porta atrás dela e sai correndo até chegar no Salão Principal, que também está cheio de partes de corpos e sangue. Ela sobe as escadas até o primeiro andar e acha uma lanterna ligada jogada no chão, ela pega a lanterna e segue andando pelos corredores acabados e com um fedor insuportável até chegar na sala onde seu irmão trabalhava, ela abre a sala e vê que há um homem jogado na mesa aparentemente morto.

— Por favor, continua assim e não levanta. - A garota diz se aproximando da mesa do irmão e analisando alguns papéis, até achar uma carta que pedia para os colegas de esquadrão de Mason protegerem a Emma durante a ausência dele.

Ela joga a carta no chão e abre uma gaveta, onde acha papéis e uma chave anexada a um deles, o papel falava sobre um enorme buraco na Ala Leste que havia aberto pois o prédio estava velho e o chão caiu. Ela pega a chave e volta para a recepção e olha pela janela da porta principal, onde vê carros batidos e muitos monstros na rua, assim como uma chuva pesada que havia começado.

— Que merda, não vai dar pra vir por aqui mesmo, então. - Ela diz enquanto tranca a porta com uma tábua de madeira e volta para o Salão Principal, quando ouve um rádio ligar no corpo de um policial.

— Alô? Alguém consegue me ouvir? - A voz no rádio diz com algumas interrupções por sinal.

— PETER? - Emma diz enquanto corre para o rádio e o liga. - Eu consigo te ouvir, Peter! Eu consigo!

— Emma? Você tá viva? Onde você tá? - Peter fala ansioso.

— Eu tô no departamento de polícia, tem monstros aqui, mas eu achei uma pistola. - A garota diz observando a pistola. - E você? Onde tá?

— Acabei parando no esgoto, sorte a minha. - O garoto diz rindo.

— As ruas estão infestadas Peter, a gente tem que sair daqui! - Emma diz olhando para uma porta que estava sendo empurrada.

— É, eu sei, eu vou tentar sair pelos esgotos. - Peter fala já voltando a ficar sério.

A porta começa a ser mais e mais empurrada, Emma pega o rádio e coloca no bolso enquanto se prepara pra sacar a pistola, a porta abre depois se alguns segundos e de dentro um monstro sai correndo pra cima dela e a derruba no chão, jogando a pistola e o rádio para longe.

— MERDA! - Emma grita chutando a cara do monstro e se arrastando pra pegar a pistola.

— Emma? O que tá acontecendo? - Peter diz enquanto ouve tudo.

A garota se arrasta até a pistola quando o monstro a agarra novamente e começa a subir por seu corpo para morder o seu pescoço, mas ela consegue o segurar e impede ele, ela empurra o monstro para o lado e pega a pistola, quando o monstro se joga para a morder ela atira na cabeça dele três vezes.

— EMMA? - Peter grita preocupado.

— Eu tô bem, eu acho. - Emma fala recuperando o fôlego.

— Puta merda, o que aconteceu? - Peter pergunta já passando a preocupação.

— Um monstro, que corre, e pula. - A garota diz se levantando e pegando o rádio que estava no chão.

Quando ela se levanta ela ouve o monstro gritar, ela prontamente pega a pistola e dá mais tiros no monstro.

— MORRE LOGO! - Ela grita depois de alguns tiros.

— Eu tenho que ir, Emma, eu não sei se aqui é seguro, te encontro quando sairmos daqui? - Peter diz se levantando.

— Com toda certeza. - A ruiva diz guardando o rádio no cinto.

—--- Peter ----

Após desligar o rádio, Peter se levanta de onde estava e começa a seguir a direção de onde a mulher foi embora até chegar em um tipo de rampa que levava para baixo.

— Eu não acredito nisso. - Peter diz enquanto tampa o nariz por causa do cheiro e desliza para baixo, deixando as suas roupas encharcadas de água de esgoto.

Ele segue andando pelas águas do esgoto até chegar em uma espécie de sala de controle, onde vê a mesma mulher de antes perto de uma porta falando.

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— Não, não está comigo. - Ela fala calmamente.

— Sim, sei onde a amostra está, Ponto K12, estou chegando. - Ela continua.

Peter vê a mulher olhando para trás na direção dele, ele se assusta e se esconde.

— Ok, entendido, prepare a extração quando eu mandar o sinal, agora tenho que resolver um assunto. - Ela fala desligando o comunicador.

Peter começa a ficar nervoso enquanto ela se aproxima de onde ele está escondido, ela olha para os lados e volta, quando Peter vai olhar ela o puxa pela camisa e joga no chão, fazendo o garoto rolar.

— Eu avisei que lá era mais seguro. - A mulher fala engatilhando uma pistola.

— Eu precisava achar minha amiga, espera, pra que essa arma? - Peter diz se arrastando para fugir.

— O que você ouviu, garoto? - Ela diz apontando a pistola para a cabeça de Peter, que se arrasta até se bater na parede com suas costas.

— Não ouvi nada, eu juro, não ouvi nada! - Peter diz olhando para os lados encontrando um jeito de fugir.

— Era só ficar lá. - A agente diz ainda encarando Peter, que pega um extintor de incêndio e joga na direção da agente que desvia facilmente.

O garoto pula em cima dela e tenta pegar a pistola, antes de tomar um chute na barriga e ser empurrado, mas ele pega o extintor de incêndio e o ativa, fazendo muita fumaça para ele conseguir fugir.

— Bem jogado garoto, bem jogado. - Ela diz rindo e indo embora.

Peter tranca a porta pela qual passou e segue andando até encontrar monstros andando pelo esgoto e devorando corpos, ele ouve barulhos atrás dele e se vira, apenas para encontrar um monstro enorme que o pega pelo pescoço e joga até o outro lado da sala.

— PUTA MERDA! - Peter grita enquanto tenta suportar a dor que estava sentindo, ele se vê no meio de uma sala cheia de bombas d'água e logo atrás dele tem o corpo de um homem vestido com as mesmas roupas que a agente estava vestida, mas ele se interessou na arma que estava logo no coldre dele e correu até ela.

Ele saca a pistola e engatilha ela, quando vê o monstro vindo na sua direção ele começa a disparar nele, mas sem sucesso nenhum, ele corre para a esquerda e se vira para atirar no monstro, que corre em sua direção sem parar.

— Como você não tá morto ainda? - O garoto grita percebendo que não iria parar o monstro daquele jeito.

Peter se joga para o lado, mas o monstro consegue acertar ele, fazendo o garoto cair no chão sem ar, ele vê uma bomba d'água e logo atrás um cano que parecia estar cheio de água.

— Monstro, aqui monstro, aqui. - Peter diz se levantando e correndo até o cano, fazendo o monstro bater nele e entortando o cano, mas não havia água.

O garoto fica frustrado mas vê uma válvula do outro lado da sala que ele presume que seja usada para ativar a água, ele então reúne todas as forças restantes para correr até ela e quando vê o monstro passando pela direção do cano, ele ativa, fazendo um jato d'água bater no monstro e o empurrar para fora, onde ele cai muitos andares até Peter não conseguir mais ver ele.

— Agora eu acho que você morreu, por favor que tenha morrido. - Peter fala antes de ouvir uma escada caindo até a altura dele.

—--- Emma ----

A garota vê o corpo morto do monstro aos seus pés, ela chuta a cabeça dele e vai até a Ala Oeste, investigando as salas que já havia explorado antes, ela então entra numa sala no final do corredor e vê uma tela ligada que está passando algumas gravações nas câmeras, ela vê um monstro andando pelos esgotos.

— Como que isso é possível? - Emma diz incrédula.

Ela começa a vasculhar a mesa até achar uma chave azul numa gaveta, que ela pega e guarda no bolso, quando ouve um barulho de algo recuperando a respiração, ela então cuidadosamente olha pela janela da sala e vê o que parecia uma pessoa mas com braços e pernas curtas que andava com os 4 membros, na boca do monstro havia pelo menos 3 fileiras de dentes e ele parecia estar procurando algo, quando ela encara o monstro por um tempo ele olha em direção a Emma e começa a correr em direção a porta que ela estava atrás e se bate na porta.

— Não! Não! Sai daqui! SAI DAQUI! - Emma começa a recuar e apontar a pistola para o monstro, que se bate na porta pela sexta vez e a quebra.

Emma então começa a atirar no monstro até a pistola descarregar, ela então pula em cima da mesa e quando o monstro se aproxima ele começa a tentar derrubar a mesa, a garota então pula por cima do monstro e corre até a parte destruída da porta e se arrasta por ela, a garota olha para trás e vê o Crocodilo correndo para a devorar. Após ela passar pela porta ela corre até o outro lado do corredor e tenta abrir a porta, mas ela estava trancada, a garota percebe então que havia um símbolo azul no meio da porta, ela se lembra da chave azul e a destranca, encontrando um corpo morto jogado no canto da sala e uma televisão e sofás.

— Isso é um pesadelo, isso não é real, você vai acordar na sua cama e nada vai ter acontecido, isso não pode ser real! - A garota então se senta em um sofá e começa a chorar depois do medo passar, ela então se levanta e vai até um espelho onde se vê, o seu cabelo ruivo escuro estava uma bagunça, seus olhos castanhos estavam vermelhos, sua pele branca agora vermelha por causa do sangue dos monstros.

Ela usa a pistola para bater no espelho e olha para baixo, a garota então olha no relógio e vê que já se passaram 5 horas desde o início de tudo, ela decide que é a hora de ser forte, pelo Mason, pelo Peter.

— Tá gravando? - A garota ouve e olha para a televisão daquela sala, que estava ligada numa câmera com uma qualidade não muito boa, mas ela reconhece quem estava gravando.

— Por que tá gravando isso? - Um homem jogando sinuca fala enquanto olha para a câmera.

— Não é todo dia que se flagra Mason Fox Montenegro jogando sinuca bêbado. - Uma mulher fala aos risos.

— Eu não tô bêbado, foi só um pouco de Vodka. - Mason fala enquanto cambaleia apoiado na mesa de sinuca.

— Não! Como ousaria eu, duvidar da sua capacidade de aguentar álcool? - A mulher ironiza.

— Para de gravar ok, eu não tô conseguindo jogar no meu máximo aqui. - Mason diz logo antes de cair no chão depois de se desequilibrar.

A mulher então começa a rir e a gravação para, e Emma ri do estado em que seu irmão se encontrava na gravação e vê então munição do lado de um corpo. A garota pega a sua pistola antes descarregada e a carrega, ela pega os outros carregadores e bota no cinto, quando aquele corpo começa a se levantar.

— Qual é a dificuldade de continuar morto? - A ruiva diz enquanto recua e aponta a sua arma para o monstro, antes de dar um tiro na sua cabeça.