Prólogo

"Aquela última tentativa são férias

permanentes

E quão alto você pode voar com asas

quebradas?

A vida é uma jornada, não um destino

E simplesmente não sei dizer o que o

amanhã trará"

Aerosmith - Amazing

Sasuke já passara por vários colégios internos, mas precisava se adaptar a este, se não quisesse ir pro colégio militar. Ele simplesmente odiava aquilo tudo. Odiava o pai, que estava constantemente tentando se livrar dele, odiava os colégios por onde passava, odiava as pessoas, e não chegara a conhecer sua mãe, já que ela morreu ao lhe dar a luz.

Contudo, ele não esperava que fosse gostar de verdade do Konoha High School.

— Você entende que é o último ano, não é, irmãozinho tolo? - Itachi, seu irmão mais velho, perguntou, ao estacionar a 4×4 no estacionamento. - Só mais esse, e você vai morar comigo pra fazer a faculdade.

— Tanto faz - Sasuke retrucou.

— Certo - o mais velho revirou os olhos. - Você vai consertar ela? - perguntou, se referindo à moto que estava na carroceria.

— Vou - disse Sasuke.

Ele desceu do 4×4 com a mochila nas costas, e pegou sua mala.

— Vou deixar ela logo ali - Itachi indicou um canto onde ela não pegaria chuva e não ficaria debaixo do sol.

— Valeu.

Sasuke olhou pro colégio. Ele se resumia em dois prédios pequenos (5 ou 6 andares cada) com uma enorme construção na frente, além dos campos de futebol e futebol americano, duas quadras (vôlei, basquete, etc.), área da piscina (daquelas olímpicas), e por último o que ele pensou ser o refeitório.

Ele se despediu brevemente do irmão e entrou na construção da frente.

...

Sasuke teve que dobrar o mesmo corredor duas vezes pra admitir a si mesmo que estava perdido. Mal entrara no colégio e ele já estava fodendo com a sua cabeça. Foi então que bateu de frente com uma garota.

— Gomen - disse ela.

Ele não respondeu, apenas fez um gesto com a cabeça. Observou a garota por um instante. Ela tinha cabelos cor de chocolate que caíam em ondas pelos ombros, e olhos castanho escuro intensos. Olhando bem pro rosto dela, Sasuke percebeu que ela tinha um ar sapeca e zombeteiro. Como se estivesse constantemente com um sorriso malicioso pronto pra uma zoeira. Também não podia ignorar o fato de que o uniforme feminino era pra lá de sensual: uma saia rodada ( meio curta) na cor preta, uma camisa branca com o brasão do colégio e uma gravata preta.

— Aluno novo? - ela adivinhou.

— É - ele ajeitou a mochila no ombro.

— Boa sorte - riu ela. - Eu sou Tenten Mitsashi. - estendeu a mão direita.

— Sasuke Uchiha - ele apertou.

— Aposto que você está procurando a diretoria - disse Tenten. - Vem comigo, eu acabei de sair de lá.

[...]

Sakura costumava gostar da vida. Ela costumava ser feliz.

Talvez tudo tenha mudado depois da morte do seu pai, na Síria. Ele era médico voluntário ali, salvando o maior número possível de pessoas. Mas não pode salvar a si mesmo. O campo de refugiados onde ele estava foi atacado de surpresa, e ninguém sobreviveu.

Depois disso, sua mãe ficou doente, e ela foi obrigada a morar com sua madrinha, Tsunade Senju. Consequentemente, ela teve que começar a estudar em Konoha High School, uma vez que Tsunade era diretora de lá.

Com o pai morto e a mãe doente, Sakura forçava a maior parte dos seus sorrisos, se passando por feliz com muita facilidade. Ninguém a via chorar. Ninguém sabia a dor que carregava.

Naquele dia em especial, estava indo ver a sua madrinha, depois de voltar do hospital onde estava sua mãe. Nem havia tirado o capacete ainda, quando ouviu uma voz conhecida gritar atrás de si:

— Hei, Sakura-chan!

— Naruto-kun - ela forçou um sorriso, ao ver a cabeleira loira e os olhos azuis do amigo.

— Acabou de voltar da casa da sua mãe. Adivinhei? - Naruto sorriu, ao vê-la tirando o capacete. Sakura quis chorar, mas assentiu, ainda forçando um sorriso. - Está indo ver a Vovó Tsunade?

— Estou.

— Bom, então vamos juntos. Acabou de chegar um cara novo, e ela pediu pra Tenten me chamar. Provavelmente colocou ele no mesmo dormitório que eu.

— Então eu não vou incomodar - Sakura apoiou o capacete ao lado do corpo. - Diga pra minha madrinha que depois eu passo na sala dela.

— Mas...

— Ja ne, Naruto-kun.