Pela décima primeira vez que senti meu coração apaixonado, foi quando minhas mãos entraram em contato com a pele fria de Yates.

Yates era cinza.

Em um céu coberto por véu espesso de nuvens carregadas de chuva, Yates preferia manter uma posição neutra acerca de quaisquer assuntos que poderiam envolver sua opinião. Alternando entre o preto e o branco, era quase imperceptível suas emoções reverberando em seu corpo.

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Contrastando com sua indiferença, havia a sutileza de sua elegância em palavras monótonas, cujo rumo dos diálogos se baseavam no limite da neutralidade. Yates preferia o conforto e a estagnação e eu, que sempre apreciei os extremos de uma vida, encontrei uma divergência palpável e decidi mudar a cor de Yates.

Quando completei meus vinte e sete anos, descobri, nas mais fúnebres experiências, o quão errado era definir a linha da personalidade de alguém. Yates estava habituado em sua rotina cinza, apreciava a estabilidade e sua iminente solidão. Tornando-se uma tempestade, ele pediu para eu deixá-lo em meu passado e nunca mais voltar a procurá-lo.