A primeira pessoa pela qual meu coração ficou descompassado foi Lily.

Lily era branco.

Conhecendo-a no auge de minha infância, aos seis anos mais especificamente, ela era dotada de uma pureza inimaginável. Brincávamos durante horas no dia, em que extremos de uma temperatura local não eram motivos para cessar nossas aventuras oníricas. Em sua companhia, eu poderia ser quem quisesse: desde uma princesa que aprendera manejar uma espada com uma destreza absoluta para salvar seu reino a um astronauta que descobriu um planeta em meio às suas expedições interestrelares.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Entretanto, ao passo de que nossas histórias terminavam em uma noite, cujo céu era coberto por uma fina camada opaca de nuvens brancas, nossos diálogos se esvaneciam e o silêncio permeava em nosso entorno, tornando-nos pessoas completamente desconhecidas.

Lily era banhada pela luz da inocência e libertação, contudo, mantínhamos uma amizade vazia e sua personalidade taciturna era uma parede de gelo que jamais pude quebrar.