Lembrança Amarga

Nove anos atrás...

Havia me despedido das minhas colegas que me acompanhavam sempre, no Japão, um país da Terra que vivi até os nove anos, as crianças desde muito pequenas aprendem a se virarem, e vem em grupos depois da aula sozinhas. Mas nada pode me preparar para oque acontecera poucos minutos depois...

"– Papai, Mamãe!!! – gritei ao ver meus ensaguentados e se contorcendo de dor no chão.

— M-Minha querida... por favor saia rápido daqui... fale Lisa Visen p – com muita dificuldade ele puxa um estranho espelhinho que tinha uma luz azul, corro e me ajoelho perto dele.

— M-Mas oque aconteceu papai? – lágrimas começaram a descer violentamente.

— Apenas faça oque... seu pai pediu – minha mãe fala cuspindo sangue.

— Mãe... tá eu vou – eu tento me concentrar e seguro o espelhinho chamando o nome da tia Lisa – Lisa Visen !

A luz azul começa a piscar e depois de quatro piscadas a voz dela aparece.

— Devan? Estou voltando das compras que fiz para Alaya ela vai amar... – minha tia fala animada e também estaria se não fosse oque me deparei.

— Tia Lisa... – falei soluçante.

— Aly ? C-Calma, oque houve – seu tom de voz estremeceu um pouco.

— Meus pais tinha Lisa... meus pais! – tento buscar forças para terminar de falar – Eles estão no chão e tem sangue...

— Não pode ser... minha nossa... já estou indo querida, calma.

Deixo o espelho cai e deixo meu choro se libertar. Me ajoelhei e segurei minha mão esquerda no meu pai e na direita a da minha mãe.

— Bonequinha linda... não importa oque aconteça saiba que papai e eu te amamos muito está bem? – a voz dela era fraca e tinha um tom de despedida que me gelou.

— Eu sei e também amos muito vocês, mas nada vai acontecer né? Prometem? – olho alarmada para eles.

— Vai ficar... tudo bem querida – meu pai afaga minha mão – E você prometa... que nunca vai... deixar de ser determinada e doce?

— Prometo...

Depois disso tudo aconteceu de forma tão rápida e confusa. Um homem de capa preta e roxa, de cabelos castanhos e cara nada amigável aparece na porta.

— Ora, Ora se não chegou a filhinha para termina minha vingança! – ele deu um sorriso torto sínico e saí de suas mãos chamas roxas.

Então aquele homem causou tudo isso? Uma raiva incontrolável percorreu meu corpo e tudo que lembro foi de uma luz forte e mais nada... ''

Acordei em um quarto que enquanto focalizava meus olhos para saber onde estava, percebi não ser o meu. Havias caixas de papelão lacradas e minhas coisas estavam numa estranha penteadeira prata que parecia ser feita de raízes de árvores, as paredes eram um bonito azul marinho. Meu corpo doía e estava mais pesado que o normal, passei a mão no meu cabelo e não estava com minha peruca de cabelos pretos que meus pais pediam para usar fora de casa, assim como eles usam para esconder seus cabelos rosa e verde, diziam que era nosso segredinho e que era perigoso mostrar. Meus pais... Meus pais? Foi então que lembrei de tudo e fiquei na dúvida se sonhei ou realmente tudo aquilo aconteceu.

— Tia Lisa! – gritei e ouvi passos ao longe se aproximarem apressadamente e a porta se abrir.

— Bom dia bonequinha! – ela sorri mas era nítido que estava triste. Ela senta cama e afaga meu rosto.

— Cadê meus pais tia?

— Alaya vamos falar disso mais tarde, você precisa descansar e ...

— NÃO EU QUERO SABER DOS MEUS PAIS TIA! – gritei, geralmente não grito, mas não queria esperar.

— Eles... – ela olha para as próprias mãos.

— Onde eles estão?... – ela olha para mim com pesar

— Eles morreram? – sussurro e ela assenti.

— NÃO, NÃO, NÃO TIA PORQUE? – agarrei meu cabelos com força, estava alterada entre meu choro e minha revolta.

— Shhhh, é muito complicado e você não ia entender, prometo que quando for a hora te conto tudo – ela me abraçou forte e me afagava para tentar me acalmar – Eu não posso jamais substituir o Devan e a Resly... mas saiba que pode contar comigo sempre.

— Meus pais tia, meus pais...

Depois daquele dia evitava essas lembranças a todo custo e me mantendo firme na promessa que fiz a eles.

Mas ainda doía tanto ...