É tão errado assim que, pela primeira vez em sua vida, Bianca di Angelo se colocou em primeiro lugar? Ela tinha sido a irmã de Nico, aquela que teve que cuidar dele, que teve que fingir que sabia o que estava fazendo mesmo sendo jovem demais e não dever estar fazendo isso para começo de conversa – ela só queria ser Bianca primeiro. Nico ficaria a salvo no Acampamento (tão a salvo quanto um semideus pode estar), encontraria uma nova família, com pessoas que teriam idade o suficiente para agirem como pais, para saber o que estavam fazendo. E Bianca? Bem, Bianca estaria livre para viver.

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Ela ama Nico, morreria por ele se fosse preciso (ela morre por ele sim, mais tarde, mas não do jeito que ela imaginou) mas ela é apenas uma criança. É errado da parte dela querer uma vida que não seja definida pelo seu irmão? Algumas vezes ela sente que não pode respirar, o peso da responsabilidade esmagando seu corpo. Algumas vezes, ela quer fugir – isso não faz dela uma má irmã, só a faz humana.

Essa garota que morreu sozinha e assustada, que pensou no irmão, que não deixaria ninguém mais morrer pelo que erro que tinha cometido. Essa garota, altruísta e corajosa, que morreu no deserto sem ninguém para dizer que ficaria tudo bem.

Não é justo que ela fosse morrer desse jeito, não é justo, não é justo. Mas as Parcas nunca se preocuparam muito com justiça

(cite um herói que tenha sido feliz)

(não conseguiria)

Era só uma estatueta. Ela achou que Nico fosse gostar, porque seu primeiro pensamento é quase sempre sobre Nico – se ele está bem, se está assustado, se está dormindo o suficiente (seu último pensamento vai ser sobre Nico também)

Ela olha para essas jovens, eternas garotas, com linhas de risada no canto de suas bocas, olhares selvagens, liberdade escrita em seus ossos e pensa 'eu poderia ser feliz com elas'. Ela encontrou irmãs que cuidariam dela (e que sentimento estranho, esse de ser a irmã mais nova, de ser cuidada ao invés de cuidar), novas aventuras, um senso de propósito que é só seu. Bianca di Angelo queria viver sua própria vida, queria poder respirar, queria ter não ter de se responsabilizar por ninguém além dela mesma. As caçadoras a oferecem o mundo, uma eternidade e a liberdade de ser uma criança (porque é isso que ela é, uma criança que cresceu rápido demais). Quando chega a hora de tomar uma decisão, Bianca se ajoelha e jura fidelidade para a deusa da caça.

Ela faz uma escolha, e se foi a escolha certa ou não, foi a escolha dela

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.