Como um anjo enviado dos céus ela avistou seu pai saindo de uma das lojinhas e com muito custo gritou para ele que nem pensou duas vezes e correu até ela a amparando. Maria o olhou nos olhos e disse as palavras que certamente fariam com que ele a mandasse embora de casa ou até mesmo não a ajudasse naquele momento em que sentia poder perder seu bebê.

— Eu estou perdendo o meu bebê... Me ajuda... - o apertou e José a encarou por segundos que pareciam uma vida inteira, uma vida que ela não podia esperar se quisesse salvar seu filho. - Por favor... - gemeu as palavras o vendo perdido em seus próprios pensamentos a fazendo sofrer sem saber se teria ou não a ajuda de seu pai.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

José estava tão impactado com aquela notícia que somente voltou a si quando ela gemeu novamente e ele olhou para os lados e foi ao meio da rua. Maria naquele momento chorou mais por achar que ele não iria ajudá-la que simplesmente iria fugir e largá-la ali a própria sorte como ela tinha feito com eles anos atrás, mas José apenas queria um carro para poder levá-la.

Quando um passou ele o fez parar e para sua sorte era um conhecido seu que o ajudou a colocá-la dentro do carro e eles partiram para o hospital que não era muito longe. Maria ao chegar foi encaminhada rapidamente para os exames e ele ficou ali na recepção com o coração na mão a espera de notícias.

Olhou para cima como se ali pudesse ver o céu e pediu a seu amor que cuidasse de sua menina, Maria não tinha feito nada certo, mas estava ali e era sua filha, sabia que ela precisava muito dele e seria para ela a sua fortaleza e não permitiria que mais nada acontecesse a ela. José tinha passado tanta coisa até ali depois da morte de sua esposa que queria ser mais forte e seria para ajudar a metade que era dele o fruto de seu amor com Carmem.

Iria fazer de tudo para ajudar Maria e sorriu imaginando que agora não era mais somente os dois e sim teriam um bebê que precisaria deles para tudo e somente de imaginar deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto emocionado, sentou e ali esperou por notícias dela. Era um homem de coração puro e toda a mágoa que um dia sentiu de sua menina tinha ido embora naquela momento.

Duas horas foram as que ele ficou ali andando de um lado para outro, sentou, levantou novamente até que o médico veio para dar informações a ele, sorriu de leve o acalmando e como ele não parava de perguntar o levou para o quarto da filha para que ali pudesse ouvir o que ele tinha a dizer. Entraram no quarto e ele foi a cama segurando a mão de Maria e a beijando na testa.

— Ela está gelada, doutor. - acarinhou a mão dela que dormia.

— É normal. - se aproximou da cama. - Ela vai precisar de repouso absoluto e mais uns três dias aqui no hospital em observação. - falou.

— E meu neto? Como está meu neto? - estava com o coração na boca.

— O senhor terá dois netos e eles estão resistindo bravamente.

José arregalou os olhos com aquela notícia e logo deu uma gargalhada que fez Maria se assustar, mas não acordou por conta dos remédios que tinha tomado. Com toda certeza aquela era a melhor notícia da sua vida e ele soltou a mão de sua filha e foi ao médico e o abraçou forte.

— Obrigada por salvá-los doutor. - o soltou feliz da vida.

— Não estamos com a batalha ganha ainda... - falou com calma.

— Já ganhamos a guerra e meus netos vão ficar bem!! - falou com orgulho e um sorriso enorme. - Eles são fortes como o avô.

O médico sorriu e deu mais detalhes a ele do procedimento e logo se foi deixando que ele ficasse ali com Maria por mais alguns minutos e ele sentou na cadeira segurando a mão dela, beijou e sorriu logo tocando a sua barriga.

— Vamos ser mais fortes, você vai ver!! - a cobriu mais por achar que estava muito gelada.

Maria como se entendesse apertou a mão dele que a beijou mais umas quantas vezes e logo teve que se retirar já que ela não poderia ficar com acompanhante no quarto. José foi para casa e rezou muito para que ela ficasse bem e logo aquela noite passou...

(...)

José entrou no quarto de Maria por volta das nove da manhã, ela já não estava mais sozinha no quarto, sorriu e se aproximou da cama beijando seus cabelos e ela encheu os olhos de lágrimas somente em sentir o carinho dele. Maria achava que ele iria estar decepcionado, mas seu sorriso estava desmontando todas as respostas que tinha para respondê-lo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Como está se sentindo? - falou todo atencioso.

— Estou melhorando, papai. - respirou. - Eu quero que...

— Não se preocupe com nada. - a cortou. - Seremos nós dois por esses bebês e tudo que aconteceu não importa mais, eu quero você bem e meus netos também!!! - tocou a mão dela que estava sobre a barriga.

Maria chorou forte naquele momento porque não sabia que tinha dois bebês ali em sua barriga e receber a notícia de seu pai mostrava que o mundo poderia cair dali em diante que ele estaria junto a ela no que fosse preciso. Era tão bom saber que ele não a jogaria na rua que ela o puxou e o abraçou forte e ele correspondeu deixando que as lágrimas rolassem por seu rosto também.

— Obrigada papai!!! - beijou o rosto dele e ele a olhou nos olhos.

— Vamos conseguir juntos, minha filha. - beijou a testa dela.

— Dois bebês? - ela perguntou com as lágrimas banhando seu rosto.

— Dois!!! - falou orgulhoso. - Sua mãe estaria orgulhosa se estivesse aqui.

— O senhor acha? - soluçou o choro.

— Eu tenho certeza!!! - voltou a abraçar sua menina e os dois ficaram ali juntos sentindo o amor um do outro...

(...)

MANSÃO SAN ROMAN...

Estevão entrou com uma cara nada boa, tinha mais uma vez sido um covarde e agora teria que conviver com aquela amor que sentia por Maria guardado em seu peito, respirou fundo e deu uns quantos passos até a sala e pegou uma bebida. Era cedo mais ele só queria esquecer a merda que tinha feito.

— Encontrou a sua amante? - a voz soou do alto da escada.

— Se veio me irritar logo cedo, volte pra cama!!! - falou ainda de costas.

Ana Rosa desceu as escadas e foi até ele o virando.

— Eu sou a sua mulher e você me deve respeito!!! - apontou o dedo.

— Você também deveria se ter respeito!!! - bebeu a encarando.

— Está assim por que ela não te quis? - sorriu.

— Estou assim porque vou ter que olhar pra essa sua cara até eu criar vergonha e ser um homem de verdade!!! - falou com rancor de si mesmo.

Ana Rosa se surpreendeu com as palavras dele e sentiu ainda mais ódio daquela secretaria.

— Eu sou mulher pra você e vou te dar um filho!!! - se rebaixou.

— E é só por isso que eu estou aqui!!! - deixou o copo sobre o pequeno móvel. - Só por isso!!! - caminhou subindo as escadas.

— Não me de as costas por causa daquela vagabunda!!! - gritou.

— Ana Rosa... - respirou fundo e a olhou. - Não fale comigo ou eu não sei o que sou capaz de fazer com você!!! - rosnou. - Eu odeio você e só vou continuar nesse casamento por essa criança e para que não faça mal a ela!!! - virou novamente e subiu.

— Você vai me pagar Estevão, vai me pagar caro essas palavras e onde mais te dói!!! - gritou enquanto ele subia sem dar mais atenção à ela. - Você vai me odiar ainda mais seu desgraçado!!! - os olhos negros em ódio puro por ele e por Maria...