E você sabe cozinhar?

Ele gargalhou pelo que ouviu e sentiu algo o cutucar nas costas já que não tinha entrado no carro ainda, Estevão olhou e o sorriso que tinha em seu rosto morreu ao ver aquele homem ou mulher usando uma máscara e lhe apontando com um revólver. Estevão abaixou o celular sem desligá-lo e olhou para as filhas que estavam entretidas dentro do carro e não se deram conta do que realmente acontecia com o pai.

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— Passa a chave do carro e não faça ruído! — rosnou para ele.

Estevão o olhou de imediato porque não iria dar nada a ele ainda mais com suas filhas ali dentro do carro, sabia que Maria iria saber o que fazer já que ainda estava na ligação.

— Leva tudo que tenho, mas não me machuque e muito menos as minhas filhas!

— Eu disse pra me dar a chave do carro! — berrou com ele o empurrando com a arma. — Anda logo!

— Ao menos me deixe tirar minhas filhas do carro! — estava apavorado com toda aquela situação e tirou a chave do bolso. — Eu só vou tirar minhas filhas.

— Você não entendeu cara? — bateu no rosto dele com a arma e ele cambaleou. — Me dá a porcaria da chave!

As meninas se agitaram pelo que viram e começaram a chorar chamando por ele que estava zonzo pela pancada, mas não largou a chave e quando o homem foi puxá-la novamente ele a segurou firme o encarando.

— Não vai levar as minhas filhas! — trincou os dentes.

— Isso é o que vamos ver! — e sem piedade alguma atirou fazendo Estevão arregalar os olhos. — Era só ter me dado a chave! — o empurrou para longe do carro e saiu cantando pneu.

Estevão respirava pesado com a mão no ferimento e com muita dificuldade pegou o celular e o atendeu sabendo que era Maria, a ligação tinha caído e ela estava apavorada com o pouco que tinha ouvido acontecer.

— Estevão o que aconteceu? — estava assustada por ele ter cortado a ligação. — Minhas filhas!

— Maria... — falou com dificuldade. — Le... Levaram nossas filhas! — gemeu de dor. — Atiraram em mim... Me perdoa! — foi o último que disse antes de perder a consciência.

***

DEPOIS...

O tempo corria contra todos ali e Maria só fazia chorar por não saber onde as filhas estavam, Estevão tinha chegado ao hospital quase sem vida por sangrar de mais e ainda não tinha despertado até aquele momento para dar informações sobre quem levou as meninas. Maria andava de um lado para o outro daquela sala de espera e José estava junto com a polícia tentando encontrar alguma pista que pudesse ajudar a encontrar suas netas.

Era desesperador não saber nada delas por todas àquelas horas e Estevão naquele hospital piorava ainda mais a situação, ela passou as mãos no cabelo e o médico apareceu naquele momento e foi até ela que parou com os olhos cheios de lágrimas o encarando.

— Ele ainda não acordou? — respirou fundo para conter o choro que vinha a todo momento.

— Ele despertou e quer muito falar com a senhora! — deu um meio sorriso para que ela se sentisse amparada. — Venha comigo.

Ela apenas concordou com a cabeça e eles caminharam por um largo corredor, Maria foi vestida e encaminhada até o quarto em que ele estava, entrou rapidamente e se aproximou da cama dele.

— Estevão! — chamou já que ele estava com os olhos fechados.

Os olhos lentamente foram se abrindo e encontraram com os dela que pedia resposta ou algum sinal que pudesse trazer suas filhas para casa.

— Me perdoe! — falou com dificuldade. — Eu não consegui defender nossas filhas!

— Você precisa melhorar pra ajudar a encontrá-las! — tocou o peito dele por vê-lo se agitar. — Precisa me dizer o que aconteceu para que a polícia possa encontrá-las! — encheu os olhos de lágrimas e os lábios tremeram.

—Ele não queria dinheiro ou somente o carro, ele queria as nossas filhas! — se moveu para levantar. — Nós precisamos encontrá-las!

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Ela o segurou para que não se movesse e seu quadro se agravasse mais ainda.

— Se quer mesmo encontrar nossas filhas é melhor que fique bem logo para me ajudar a encontrá-las! — deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto. — Elas nunca passaram tanto tempo sem mim! — se desesperou mais uma vez.

Estevão também se deixou chorar e segurou a mão dela levando a seus lábios.

— Me perdoe por te causar mais essa dor! — a puxou para seus braços e a abraçou como pode. — Eu vou encontrá-las nem que isso custe a minha vida!

— Eu só quero as minhas filhas de volta! — chorou abraçada nele.

— Nós vamos encontrá-las! — garantiu.

Maria ficou ali junto a ele por alguns minutos e logo o medico pediu que ela se retirasse para que ele pudesse descansar já que também precisava dar seu depoimento para a polícia.

— Eu preciso que me traga meu celular ou me de o seu para que eu possa fazer uma ligação! — pediu antes que ela fosse.

Estevão estava sentindo algo muito estranho em toda aquela história e o que vinha em sua mente não era nada bom.

— Meu celular ficou na bolsa lá fora! — olhou o quarto e encontrou as coisas dele sobre o sofá e foi até o mesmo e procurou pelo telefone e o encontrou. — Pra quem vai ligar?

— Tenho um investigador atrás de Ana Rosa e algo me diz que isso é coisa dela! — se moveu gemendo pela dor. — Ela só vai me dar paz quando destruir tudo ao meu redor.

— Por que acha isso? — deu o telefone a ele e olhou para a porta com a enfermeira entrando.

— A senhora precisa ir!

— Por favor, me de mais cinco minutos e eu prometo que saio!

— A policia está aqui e quer falar com ele antes da medicação! — comentou.

Maria olhou pra ele que a chamou com a mão e ela se aproximou.

— Eu vou ligar para o meu investigador e tudo que souber peço para que os policiais te digam! — a puxou e beijou seus lábios para ver se assim trazia um pouco de paz um para o outro. — Nós vamos encontrar nossas filhas!

Ela concordou com ele e o beijou mais uma vez saindo do quarto, a policia entrou e o interrogou por algum tempo e logo veio falar com Maria confirmando com ela que Ana Rosa estava mesmo na cidade e que eles iriam investigar tudo sobre ela e se foram. Estevão no quarto ligou para o celular de sua ex esposa e torceu para que ela atendesse.

— Olá querido Estevão! — a voz soou sarcástica.

— O que pretende sequestrando as minhas filhas? — tinha dificuldade na voz por conta da medicação.

— Não sei do que fala!

— Não brinque comigo Ana Rosa! — rosnou para ela.

— Quem não deveria brincar comigo é você, Estevão! — o tom de voz mudou completamente. — Mas não irei negociar contigo já que é um pobre coitado que não tem onde cair morto!

— Não toque num fio de cabelo delas ou você vai se ver comigo! — berrou com ela, mas sentiu uma dor forte o fazendo se curvar na cama e ao olhar o celular, ela já tinha encerrado a ligação.