Mais forte - MyE
019
— Vai foge porque é isso que você sempre fez de melhor!!! Fraco!! - perdeu o controle, odiava quando ele lhe dava as costas.
— Seja lá o que você queira de mim, nesse momento você não vai ter!!! - a olhou novamente. - O meu dia foi perfeito com as minhas filhas e você não vai estragar tudo por estar frustrada!!! - despejou as palavras. - Por que não vai brigar com o seu namoradinho? Vai encher o saco dele e me deixe em paz!!!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Você é um idiota!!! - o peito subia e descia.
— Sou sim e por isso não vou cair no seu joguinho!!! - abriu a porta.
— Eu te odeio!!! - gritou pegando um objeto e jogou nele o acertando diretamente na cabeça e Estevão caiu no mesmo momento desmaiado...
(...)
Maria já estava ali naquela recepção por longos cinquenta minutos e ninguém vinha com noticias de Estevão, ela tinha deixado as meninas com Lupita para estar ali com ele, não ligou para o pai ou ele acabaria com ela por ter caído no jogo de Estevão e ter perdido a razão. Um médico veio e ela correu até ele e pediu informações de Estevão e ele segurou as mãos dela.
— Fique calma que eu vim aqui exatamente para dar noticias dele! - ela respirou pesado.
— Como ele está?
— Estevão teve concussão cerebral, é um tipo de trauma crânio-encefálico que se caracteriza por uma perda transitória da consciência, ou seja, a pessoa literalmente fica desacordada por alguns segundos. - explicou a ela que mordeu o lábio. - Mas ele já está bem e acordado, só precisa terminar a medicação e ele estará liberado para ir pra casa.
Maria passou a mão no cabelo, mas não estava aliviada por ouvir as palavras dele. Em seu coração tinha uma grande angústia por ter passado dos limites e pediu apenas com o olhar para vê-lo e o médico entendeu e a acompanhou até o quarto, explicou e recomendou a ela que ele fosse assistido por pelo menos dois dias para sua segurança mesmo não sendo nada grave e ela apenas ouvia em completo silêncio.
Ele a deixou na porta do quarto e ela tomou fôlego para entrar, dentro do quarto Estevão estava deitado olhando para o teto, não queria estar ali, mas o médico disse que ele somente iria depois que sua medicação terminasse. Ela o olhou ali sobre a cama, parou esperando que ele a olhasse e ele depois de alguns segundos se sentiu observado e seus olhos foram até os dela.
— Está sentindo dor? - engoliu a saliva ao terminar suas palavras.
— Não! Veio terminar o serviço? - não conseguiu ficar calado.
Maria respirou fundo e caminhou até a pontes da cama, não queria briga, não queria aquele clima entre eles e muito menos que as filhas presenciassem ou sentissem que tinha algo de errado entre eles.
— Estevão, abaixe a guarda! - foi firme. - Eu posso ter errado agora, mas isso não diminui em nada o que fez comigo, não vai aumentar a minha confiança em você ou nada parecido a isso. - se olhavam nos olhos. - Criei minhas filhas todos esses anos sozinha pra que você chegue agora e queira se fazer de vítima. Você escolheu a sua mulher, escolheu me deixar grávida e ainda tenho dúvidas se viria atrás da gente se seu filho não tivesse morrido!
Eram palavras duras a se dizer, mas era o que ela sentia sempre que o olhava. Estevão teve todas as chances de procurar e estar com as filhas, mas se aproximou somente quando já tinha perdido tudo e ela não deixaria de estar com um pé atrás com ele enquanto não mostrasse que estava ali de verdade e que as filhas poderiam ter segurança.
Atitudes são mais bem vistas do que palavras e ela queria ver nele as qualidades para poder contar as meninas que ele era o pai delas.
— Eu não quero mais brigar com você e muito menos passar dos limites como aconteceu hoje e por isso eu ainda estou aqui! - seguiu diante do silêncio dele. - Eu quero poder confiar em você para estar com minhas filhas, hoje você foi irresponsável se atrasando e eu poderia muito bem chamar a polícia pra você.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Eu sou o pai delas e nunca faria mal a nenhuma delas! - bufou as palavras. - Eu já estou a meses te mostrando que somente quero o bem delas!
— Precisa de muito mais para que eu confie em você cem por cento! Você acha que se atrasando e me deixando preocupada como me deixou hoje, eu vou permitir que saia com elas novamente?
— Você não pode fazer isso comigo! - trincou os dentes.
— Eu posso fazer o que eu quiser, são minhas filhas e eu vou preservar o bem estar delas. - passou a mão no cabelo. - Eu não quero que outro episódio como esse se repita, eu me desculpo por isso e prometo não mais fazer.
Ele respirou fundo com o coração acelerado, mas deu razão à ela, ela era mãe e queria somente cuidar das meninas e ele precisava fazer mais para que ela confiasse nele e permitisse que estivesse ao lado das filhas. Estevão não podia jogar contra ela e percebeu naquele momento que estava fazendo tudo errado e pensando ser certo, mas não era e a partir dali ele iria fazer ao contrário.
— Me desculpe por não atender ao telefone, mas eu já estava chegando e não vi necessidade!
— É por essas atitudes que você perde! - foi direta.
— Eu acabo de entender isso e quero te propor uma trégua pra que possamos conviver bem por nossas filhas! - estendeu a mão para ela pegar.
Maria pensou por alguns segundos e se aproximou dele segurando em sua mão, era o certo a se fazer ou as meninas sairiam magoadas no meio.
— Trégua pra não levar outro objeto na cabeça! - fez graça e ela teve que sorrir por um momento.
— A culpa é sua! - soltou a mão dele.
— Sempre é! - brincou.
— Sua medicação está quase acabando e aí te levo para casa!
— Não precisa! - falou com calma. - As meninas devem estar precisando de você!
— Elas estão bem, eu liguei e elas não quiseram nem falar comigo! - sorriu. - Quando ficam na casa de Lupita se esquecem do mundo!
— E você morre de ciúmes! - riu.
— Não tenho ciúmes...
Era uma conversa simples, mas que os aproximavam naquele momento e ele gargalhou sentindo dor na cabeça e ela se aproximou preocupada e ele disse que não era nada. Estevão pediu que ela contasse mais das meninas já que não estava todos os dias com elas e ela começou a narrar algumas coisas enquanto esperavam para que ele tivesse alta.
Foi quase uma hora de conversa até que ele recebeu alta e eles saíram do hospital, Maria o levou até o apartamento onde ele estava morando e ele depois de agradecer, desceu do carro e ela foi pra casa. Era pra recomeçar diferente e eles sabiam disso.
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