Muspelhein - Terra dos Gigantes de Fogo

Um trono de pedra e fogo como lava brilhava no centro do lugar que deveria ser um palácio. O lugar era escuro, apesar da quantidade extraordinária de fogo por todos os lugares. Surtur, assentou-se no trono de pedra, de forma ameaçadora. Algo se esgueirou pelo pelo corredor até o trono. Um gato preto. Surtur o observou com curiosidade, mas não fez nada. Não considerava aquilo uma ameaça para ele, apesar de ser peculiar aos seus olhos. O gato transformou-se em um jovem, de aparência humana. Os trajes pretos e os olhos verdes amarelados marcantes, além de um corpo esguio.

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— Majestade. - Ele fez uma reverência diante de Surtur, que inclinou a cabeça para o lado.

— O que faz aqui? - Perguntou monótono. - E, mais importante. Como conseguiu chegar aqui?

— Eu tenho meus meios. - Sorriu. - Permita-me me apresentar, senhor.

— Vá em frente.

— Sou Narfi Lokison. - Respondeu sério. Surtur se moveu no trono, intrigado. Nunca ouvira falar de nenhum Lokison. - E vim para propor uma aliança.

— Um Lokison? Por que eu nunca ouvi falar de sua existência? - Perguntou desconfiado. O jovem deu um longo suspiro.

— Porque esse tempo inteiro de minha existência, meu pai me fez viver como um animal. - Respondeu quase entre dentes. A raiva preenchia todo o seu coração mais do que qualquer outro sentimento. - Fui apenas o guardião da minha irmãzinha. - Acrescentou com desprezo.

— E sua mãe?

— Não tenho mãe. - Deu de ombros. - Fui criado por ele apenas.

— Vejo que tem certo ressentimento quanto à sua família. - Surtur endireitou-se em seu trono, atento às informações. - O que você quer?

— Gostaria que o senhor quebrasse uma ligação mágica feita por meu pai. Ela me mantém ligado à minha irmã. - Pediu. - E eu estou farto disso. Gostaria que me fortalecesse.

— Quer quebrar uma ligação mágica feita por seu pai? Para se fortalecer? - Surtur riu. - Que tipo de ligação?

— Uma ligação mágica feita por ele para que eu sempre soubesse quando ela estivesse em perigo. Essa ligação é como uma prisão sem fim. Eu quero liberdade.

— E, isso não a enfraqueceria?

— Que ela morra então. Eu não me importo. - Narfi esboçou um sorriso.

— Por que eu faria isso? - Surtur estava desinteressado.

— Eu tenho algo a lhe oferecer. O trono de Jotunheim.

Surtur soltou uma gargalhada, cético.

— Nossos reinos são aliados. Não inimigos, então, por que eu provocaria uma guerra por causa de uma criança vingativa?

— Não são mais aliados. - Narfi mentiu. O jovem herdara as mesmas habilidades de seu pai para mentira. - Loki te traiu. Ele virou um aliado da Nova Asgard, governada por Thor. Eles vão guerrear contra Muspelhein uma hora ou outra.

— Isso é verdade? - Surtur ficou sério. Narfi assentiu, mesmo sabendo que mentia.

— E, então? - Insistiu. - Se matá-lo, eu serei o herdeiro. E prometo o trono a você.

Surtur ficou em silêncio. Ele sabia que Loki era um traidor, mas ele poderia confiar no filho dele? No entanto, ele não queria arriscar perder o controle de seu reino.

—E por que você entregaria seu próprio pai? - Perguntou desconfiado.

—Por que eu quero vingança! Quero destruí-los! - Respondeu por fim. O ódio brilhava em seus olhos.

Surtur ficou em silêncio novamente.

— Você tem como provar o que diz?

— Mas é claro. - Blefou. Sua voz nem ao menos vacilou enquanto as mentiras pulavam de sua boca.

Mais silêncio.

— Tudo bem. Temos um acordo. - Disse por fim. Narfi sorriu. - Mas se estiver mentindo, vai pagar muito caro!

Narfi sorriu. Mas, por dentro, ele temeu.