Last Chance

Capítulo 32


—O que te aflige? – Bella perguntou beijando o peito dele. Os dois estavam fazendo hora para levantar. Bella queria buscar a filha, estava com saudades dela, mas também queria aproveitar um pouco mais do momento a sós com Edward.

—É sério, Bella, o que você viu nele? – Ela piscou, confusa. - No idiota presunçoso. – Explicou revirando os olhos. Se sentia um idiota por estar com ciúmes, mas ele precisava saber se ela não sentia nada por ele.

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—Eu era caloura e ele veterano. Ele se ofereceu para me mostrar o campus e eu o achei muito inteligente. Ele estudava história e foi com ele que aprendi sobre a história da Grécia. Passou horas falando sobre o país e eu disse que gostaria de ir para lá e ver tudo pessoalmente.

—Foi por isso que escolheram como destino de lua de mel?

—Sim. Clarence disse que me levaria até lá, na nossa lua de mel. Aquilo me encantou por completo. Mas o encanto passou rápido.

—Então por que continuou com ele?

—Me acostumei com o que tínhamos. Era seguro e estável. Caímos no comodismo, mas eu não queria mudar o que tínhamos. Viramos amigos, pelo menos eu achei que éramos.

—Então não o amava?

—Achamos que sabemos o que é amor, até realmente encontrarmos o amor e aí você pensa: então isso que é amar? Como sobrevivi sem isso?

—Entendo perfeitamente. Acho que com Carmen e eu foi da mesma forma. Eu achava que a amava, mas então conheci você e percebi que não era exatamente amor. Um carinho muito grande, mas amor de verdade não.

—Já que você tocou no nome dele. – Bella fez uma careta ao pensar no ex-noivo. – Por que o jogou no lago?

—Você não lembra de ter te contado essa história?

—Não tenho nenhuma lembrança clara do tempo em que estive em coma. É como se fosse um sonho. Lembro de você ao meu lado, mas não é nada nítido. A única coisa que lembro bem é de você dizendo que a nossa filha precisava de mim. E depois eu simplesmente acordei. Achei que estive dormindo, então eu vi que estava no hospital e lembrei de sentir uma forte dor na cabeça e de cair. – Ela balançou a cabeça afastando a lembrança. – Pare de enrolar e me diga logo o que aprontou. – Ela o cutucou e Edward riu.

—O babaca estava falando que você voltaria para ele quando acordasse e aquilo foi demais para a minha sanidade. Senti ciúmes, o peguei pelo colarinho e o joguei no lago. Ele me acusou de ser o culpado pelo que te aconteceu.

—Esqueça isso. – Ela o beijou. - Conheci a sua amiga da sorveteria.

—Ela é só uma amiga. – Declarou segurando a mão dela.

—Eu sei. Ela me disse.

—Por falar na Giana. – Edward sentou na cama. - Acho que ela é prima da Jane.

—O quê? - Bella também endireitou.

—Desconfiei disso quando a conheci, mas não achei nada que a ligasse aos Volturi. Então a Jane disse que tinha uma prima nos Estados Unidos e que deixaria o filho com essa prima se algo acontecesse a ela.

—Então a Giana é alguma espiã?

—Acredito que ela não saiba sobre os Volturi, mas que a Jane sempre soube dela e a usou para ficar de olho em mim.

—Não estou entendendo. Como ela pode ser uma espiã sem saber?

—Ela disse que nunca conheceu a família da Itália, que a avó veio com a mãe dela para cá quando ela ainda era criança e que a mãe nunca teve contato com o irmão. Acho que esse irmão é o Aro. Boatos de que a mãe e a irmã dele morreram em um acidente de carro. E se elas não morreram, mas sim fugiram e mudaram de nome?

—Se eles são tão cruéis quanto você disse, faz todo o sentido. Antes os donos da sorveteria eram outros, como ela comprou?

—Não comprou. Foi uma herança. Pelo menos foi essa a história que contaram para ela. Não acredito que ela tenha mentido. Foi só um peão nas mãos da prima. Jane comprou a loja e fez com que a Giana recebesse como herança de um parente distante. Ela assumiu os negócios e assim Jane poderia usá-la quando precisasse. Tudo isso aconteceu pouco tempo depois de começarmos a frequentar lá.

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—Era um plano arriscado. Ela poderia ter vendido o lugar ou vocês terem parado de ir lá.

—Sim, mas Jane estava desesperada e precisava tentar algo. Talvez ela tenha acesso às câmeras de lá. - Ele já tinha pedido aos contatos dele para ajudarem com uma investigação mais detalhada, se sentia culpado por não ter investigado mais a fundo. - Consegui uma foto da esposa de Aro e vou pedir a Giana uma foto da avó dela.

—E se ela for parente da Jane, o que vai fazer? – Bella não queria que Edward corresse nenhum risco, não era só a segurança delas que importava.

—Desde que ela realmente seja inocente, nada. Podemos parar de ir lá ou sugerir casualmente que ela mude o sistema de segurança. Considero a Giana uma grande amiga e acredito nela. Mas eu preciso pensar primeiro na segurança de vocês, que são as pessoas que eu amo.

—Edward, eu te amo e quero ficar com você, mas sinto que temos muita coisa para resolver. Não quero que o passado venha à tona quando estivermos bravos. Quero que o passado fique onde deve ficar. A terapia tem me ajudado bastante e gostaria que você também participasse. – Ela estava insegura quanto aquela proposta, mas sentia que faria bem aos dois terem uma ajuda profissional.

—Nunca fui fã de terapeutas, mas se está a ajudando, quero tentar. Farei o que for possível para ficarmos juntos. Eu amo você e não vou desistir de nós, nunca. – Bella se jogou sobre ele e os dois riram.

—Obrigada. Bem, por mais que queira ficar aqui, temos que levantar. – Fez bico e Edward a ajudou a ficar de pé.

—Vamos buscar a nossa luz, preciso ter vocês duas ao meu lado.

—Seremos uma família. – Declarou e eles correram para se arrumarem.

[...]

—Até que fim. – Aurora ergueu as mãos assim que viu os pais chegarem. Ela correu até eles e os abraçou. – Vocês demoraram muito. – Reclamou fazendo bico.

—Desculpa, meu amor. – Bella beijou os cabelos da filha. – Senti a sua falta.

—Achei que gostasse de ficar na casa dos seus avós. – Edward mantinha um braço em volta das duas. Era tão bom estarem juntos, como uma família.

—Eu gosto. Só que vocês demoraram e eu quero mostrar a dança que a mamãe e eu estamos treinando.

—Eu fiquei fora por dois dias e vocês já estão treinando uma dança? – Perguntou surpreso.

—Somos mulheres, papai. – Aurora explicou.

—Só vou cumprimentar o pessoal e depois podemos mostrar a dança.

—Bella, é tão bom ver você. – Esme levantou e a abraçou.

—Oi, Esme. Espero que a Aurora não tenha dado muito trabalho. – Ela abanou a mão, ignorando a preocupação dela.

—Eles nunca dão trabalho. Amo os meus netos e não vejo a hora de ter mais por aí. – Piscou e Bella corou envergonhada.

Bella e Edward chegaram de mãos dadas e não foi preciso dizer uma palavra para que todos imaginassem o que estava acontecendo.

—Estou feliz por ver vocês dois juntos. – O sorriso no rosto do filho era o suficiente para deixar Esme em êxtase. – Obrigada por dar uma chance a ele. Ele merece.

—Prometo que farei o seu filho feliz. – Confidenciou.

—Você já faz.

—Já posso te chamar oficialmente de cunhada? – Alice deu a volta na mesa e deu um abraço no irmão e depois na cunhada.

—Pessoal, vamos pegar leve. – Edward pediu, não queria que a família constrangesse Bella.

—Não vamos não. Precisamos de detalhes. – Jasper pediu rindo. Edward implicou bastante quando ele começou a namorar com Alice, dizia que ele era um bobo apaixonado e agora era a hora de Jasper dar o troco.

—Vocês estão namorando? – Aurora perguntou olhando de um para o outro.

—Estamos nos entendendo. Ainda é cedo para rótulos, mas estamos juntos e felizes. – Edward explicou olhando para a filha e esperou para ver a reação dela.

—Tudo bem. – Ela abriu um sorriso tão grande que os adultos também tiveram que sorrir.

—Se estão felizes é o que importa. – Carlisle também estava muito feliz pelo filho. Ele amava Edward e queria vê-lo bem. Quando descobriu sobre o trabalho do filho sentiu muita raiva. Nunca poderia imaginar que aquele era o segredo que ele guardava e apesar de não concordar com nada do que ele fazia, o apoiou para que ele mudasse completamente de vida. Viu o seu garoto se tornar um grande pai e estava ansioso para vê-lo ser um marido exemplar e que cuidaria muito bem da família dele.

—Seja bem-vinda, oficialmente a família, Bella. – Alice ergueu o copo de suco.

—Obrigada. – Sorriu tímida.

—Podemos mostrar a dança? – Aurora pediu, impaciente.

—É claro. – As duas se posicionaram e começaram a dançar. Aurora amava ver a mãe dançar e as duas montaram algumas coreografias. A pequena, além do balé, queria ter aulas de outros estilos de dança.

Edward secou uma lágrima, o que fez Greg rir dele. O sobrinho não entenderia o que ele estava sentindo naquele momento. Para Edward era uma alegria enorme ver as duas juntas, felizes e em segurança.

Foi um período muito difícil, mas agora que os três estavam juntos ele faria de tudo para que fossem uma família unida e feliz.

[...]

—Estou com sono. – Aurora reclamou coçando os olhos. Edward a colocou no chão da sala e Bella segurou a mão dela a impedindo de ir deitar no sofá.

—Tem que tomar um banho primeiro.

—Amanhã eu tomo. – Tentou negociar, mas Bella negou.

—Nada disso. Você suou bastante e rolou na grama que eu vi. Precisa de um banho.

—Tudo bem. – Lutando contra o sono ela foi até o banheiro.

—Vou preparar um leite para ela, pode ajudar com o banho? – Edward sabia bem que a filha era capaz de enrolar se não tivesse uma supervisão no banho.

—Nada de biscoitos. – Avisou dando um beijo rápido nele. Não queria que ela comesse mais açúcar.

Bella ajudou a filha com o banho e assim que a pequena deitou na cama, ela pediu para que os pais contassem uma história. Edward pegou o livro favorito dela, mas ela negou, balançando a cabeça.

—Quero uma história da Grécia. – Pediu entregando a caneca vazia para a mãe.

—Acho que não temos nenhuma. – Ele olhou para os livros infantis.

—Não, papai. Quero uma história de vocês. – Os dois entreolharam, pensando em qual história seria apropriada para contar a filha.

—A do mergulho. – Falaram juntos. Havia sido um dia muito agradável, e eles se divertiram bastante.

—Isso. – Edward ajeitou a coberta da filha e depois sentou na poltrona puxando Bella para sentar no colo dele.

—Primeiro eu tive que arrastar a sua mãe da cama, ela não queria levantar.

—Não tinha dormindo muito durante a noite. – Olhou o acusando e ele deu uma risadinha escondendo o rosto nos cabelos dela.

—Vocês viram muitos peixes? – Perguntou bocejando. Bella e Edward suspiraram e foi como se tivessem voltado no tempo. Eles teriam mais dias como aquele e seriam ainda melhores, pois a filha deles também faria parte.

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[...]

—Que bom que vocês vieram. - Giana sorriu ao ver os três juntos. Ela ainda nutria sentimentos por Edward, mas ela era realista e não ficaria correndo atrás de uma pessoa comprometida.

—Vamos querer uma taça bem grande. - Aurora avisou e ela bateu continência.

—Como a senhorita desejar. Luke! - Chamou por um jovem. - Esses são os Cullen, os melhores clientes que temos. Trate os muito bem.

—Pode deixar. Oi, eu sou o Luke e tomarei conta da sorveteria por um tempo.

—Vai viajar? - As desconfianças de Edward aumentaram.

—Itália. - Declarou com uma expressão alegre. Enquanto Luke atendia a solicitação de Aurora, Giana virou para conversar com o casal. - Lembra que te falei sobre os meus parentes da Itália? Nunca tive contato com eles, a minha mãe dizia que não se dava bem com o irmão e que era melhor nos mantermos afastadas. - Ela deu de ombros. - Recebi um e-mail de uma prima, ela disse que o pai e os irmãos dela morreram e desde então ela esteve procurando pela nossa avó. Descobriu que ela e minha mãe haviam morrido e quis entrar em contato comigo, já que somos as únicas Feretti vivas.

—Feretti? - Era o sobrenome que Jane estava usando.

—Acho que era do meu avô. Eu respeitei a vontade da minha mãe, mas sempre quis conhecer o resto da família. Enfim, minha prima me convidou para ir visitá-la e disse que se gostar do lugar posso ficar para sempre. Achei a oferta tentadora. Vou deixar o Luke no comando até decidir o que vou fazer. – Ela suspirou. - Vou sentir falta de vocês.

—Você estará ao lado da sua família. - Bella queria perguntar a Edward o que ele achava de toda aquela história.

—Faça uma boa viagem e também sentiremos a sua falta. - Ele estendeu a mão para se despedir dela.

—Estou ansiosa e tenho que aprender italiano e ajeitar tudo dentro de uma semana.

—Tão rápido assim? - Edward havia voltado de viagem há duas semanas.

—Já estou há muitos anos sozinha e não quero perder tempo.

—Não pode mesmo. Espero que dê tudo certo por lá.

—Obrigada. - Ela sorriu e parecia realmente muito feliz e sincera.

—Papai, eu não consigo carregar. - Edward olhou assustado para o tamanho da taça de sorvete nas mãos da filha.

—Vai ser só um desse. - Avisou a Luke antes que ele começasse a preparar outra. - Quero ver darmos conta disso tudo. – Os três foram até a mesa de sempre.

—Nós conseguimos. - Pegou uma colher e começou a comer.

—O que acha? - Bella aproximou de Edward.

—Ela está falando a verdade. Bem, ela acha que tudo isso é verdade.

—Por que a Jane está fazendo isso?

—Eu disse que a deixaria em paz e ela está fazendo o mesmo.

—Não vão me ajudar? - Aurora reclamou e os dois pegaram as colheres.

—Ei, você comeu o de chocolate. - Bella cutucou a filha.

—Come esse, mamãe. - Levou a colher até a boca da mãe. - É muito bom.

—Huum, é mesmo.

—Acha que devo avisar? – Edward perguntou e Bella negou.

—Acha que a Jane seria capaz de fazer mal a prima?

—Não.

—Então não diga nada. As duas merecerem serem felizes. Dê uma chance para que elas possam se conhecer.

—Tem razão. – Deu um beijo na bochecha dela. – Senti falta da sua sabedoria.

—Só da minha sabedoria? – Provocou e ele riu.

—Sabe que não. Senti falta de tudo. Desse sorriso lindo então, nem se fala. O bom é que tinha uma amostra dele. – Os dois olharam para a filha que acompanhava a conversa dos pais.

—Vocês não estão tomando o sorvete.

—Parece que está dando conta sozinha. – Ela deu um sorriso envergonhado.

—Estou muito feliz. – Confidenciou largando a colher.

Aurora sempre foi uma criança muito alegre, e desde que Bella acordou a alegria dela aumentou ainda mais.

—Precisamos fazer compras. – Bella avisou e a filha comemorou.

—Compras? – Edward fez uma careta, ele odiava fazer compras.

—Vai ser divertido. – Bella o beijou.

—Se você diz, vou confiar em você. – Os três acenaram para Giana e depois saíram de mãos dadas. Até as coisas mais corriqueiras eram especiais para eles e faziam de tudo para que cada minuto fosse memorável.