Last Chance

Capítulo 9


Ser paciente não era uma das qualidades de Edward, mas dessa vez ele não poderia agir por impulso e nem ser descuidado. O foco dele estava em cuidar da filha e quase toda a atenção dele estava voltada para ela. Quando a pequena pegava no sono ele aproveitava para planejar a vingança.

O primeiro da lista dele era Demetri Johnson, também conhecido como o homem que atirou em Bella. Demorou algumas semanas, pois ninguém abria o bico, mas Edward sabia como conseguir informações e com os incentivos certos, ele descobriu o nome do capanga dos Volturi. Queria ir imediatamente atrás dele, mas não poderia deixar a filha sozinha, então aguardou o momento certo. Já sabia a rotina de Demetri e o local perfeito para fazer o trabalho sem deixar nenhuma pista. A ficha dele na polícia era extensa e eles provavelmente não investigariam muito a fundo, atribuiriam à morte dele a algum acerto de contas e dariam o caso como encerrado.

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Edward seguia alguns passos atrás do homem, não queria chamar a atenção de ninguém e muito menos que ele saísse correndo. Assim que o homem virou em um beco escuro, Edward sacou a arma.

—Sei que está me seguindo. - O homem falou apontando uma faca para ele. - É da polícia?

—Infelizmente, você não vai ter essa sorte.

—Então quem é você? - Deu mais um passo para trás tentando se esconder.

—Sou o homem que você deveria ter matado.

—Droga, olha cara, só estava cumprindo ordens. - Explicou indo ainda mais para o fundo do beco. Calculou quanto tempo levaria para subir na escada de incêndio e chegar ao apartamento.

—Eu entendo. - Edward sorriu e apontou a arma para cabeça do homem, com o silenciador ninguém ouviria o disparo. - Se tivesse atirado em mim estaria tudo tranquilo, mas você errou aquele tiro e atingiu uma pessoa inocente.

—Sinto muito, mas a culpa foi dela.

—A culpa foi dela? - Edward o encarou.

—Se ela não tivesse entrado na frente, isso não teria acontecido. - Edward assentiu e o homem relaxou um pouco.

—Qual é mesmo o seu nome? – Fingiu não saber.

—Demetri

—Demetri. - Edward repetiu e se posicionou para efetuar o serviço. - Quer dizer que se eu atirar em você a culpa vai ser toda sua? Porque você está na minha frente e eu vou atirar.

—Podemos resolver isso de outra forma. - Sugeriu erguendo as mãos, ele não conseguiria alcançar a escada a tempo.

—Boa ideia. Você pode ir até o hospital e trazer a mãe da minha filha de volta? - Demetri negou e ajoelhou para suplicar pela vida dele.

—Não faz isso, cara. – Ele odiava quando eles imploravam, era tão patético. - Só estava cumprindo ordens. Eu posso te dizer quem mandou te matar. Sei onde eles estão.

—Além de incompetente é também dedo duro. Adeus Demetri, e é assim que se faz o serviço. - Edward atirou duas vezes, uma na cabeça e outra no coração, só para garantir.

Guardou a arma no bolso de dentro do casaco e o fechou até em cima. Estava um dia bem frio e ele não chamaria atenção por estar usando gorro e luvas.

Ele nunca se imaginou matando pessoas e não sentia o menor prazer nisso, mas sentiu um alívio ao matar aquele homem. Sabia que os Volturi poderiam mandar outro capanga ou agir por contra própria, mas, por hora, ele sentia que a filha estava mais segura, e era uma pessoa a menos para fazer mal a ela.

[...]

—Cheguei! – Edward anunciou e levou a torta até a cozinha. – Trouxe de abóbora e uma de maçã. Com o Emmett aqui achei que seria melhor trazer duas.

—Ei, está me chamando de guloso? – Fingiu estar ofendido. – Não quero que seus pais me expulsem daqui.

—Você sempre será bem vindo, Emmett. – Esme garantiu. – E espero que coma bastante. Preparei muita comida. Achei que Charlie e Renée fossem vir.

—Ah, não, eles vão passar o dia de Ação de Graças no hospital. – Edward explicou.

—É o feriado favorito da Bella. – Edward e Rosalie falaram juntos.

—Ela te contou?

—Sim e foi muito convincente quanto a isso e esse é um dos motivos para querer que a Aurora também goste desta data. – Ele lembrava muito bem do entusiasmo dela ao falar sobre datas comemorativas.

[...]

—Vamos ver se entendi bem. - Bella balançou a cabeça, ainda incrédula. - Você não comemora Natal, aniversário e nem Ação de Graças? - A voz dela elevou um pouco mais no último. - É o melhor feriado de todos e o meu favorito.

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—Quem é que tem um feriado favorito? - Edward voltou a massagear os pés dela. - Feriados são todos comerciais para fazerem as pessoas gastarem. Quem é que precisa de uma data para lembrar-se da mulher que o colocou no mundo? Pura bobagem isso.

—Essas datas são importantes para nos reunir com aqueles que amamos. É claro que o dia das mães é todo dia, mas nem sempre conseguimos estar presente. Então nessa data você desmarcar todos os compromissos e vai ficar com ela. Compra um lindo presente para que ela saiba que você a ama.

—Eu não deveria mostrar isso com atitudes e não com presentes? - Retrucou e ela revirou os olhos.

—Também. A questão do presente é para a pessoa ter uma recordação de você.

—Sua lógica não faz muito sentido. - Apertou o dedão dela e Bella deu um tapa no ombro dele.

—Pode me dizer o porquê não gosta de comemorar as demais datas?

—Pelo mesmo motivo. As famílias brigam o ano todo e nessas datas se reúnem e fingem que nada aconteceu.

—Não é melhor ter pelo menos um dia de paz do que nenhum? - Ele ergueu uma sobrancelha e ela sorriu.

—Excelente ponto, mas não me convenceu. Agora me diga. - A puxou para mais perto dele, assim poderia massagear os ombros dela. - Por que a Ação de Graças é o seu feriado favorito? - Os olhos dela brilharam.

—Eu sou filha única e não tenho parentes na cidade. No dia de Ação de Graças à família se reúne na nossa casa e é a data em que estamos todos juntos. Quando criança esperava o ano inteiro para poder rever os meus primos e brincar com eles, aprontávamos bastante e ninguém nos castigava. Minha avó, Marie, preparava comidas deliciosas e minha mãe fazia e até hoje faz uma torta que é simplesmente divina. Ela faz uma só para mim, já que é a minha favorita. Amo torta de nozes. – Completou sentindo a boca encher d’água. - Após a ceia, fazíamos uma fogueira no quintal e contávamos histórias até de madrugada. - Ela suspirou e Edward não pode deixar de sorrir. Ele gostaria de ter momentos assim, Bella fazia parecer ser algo tão especial. - Ainda mantemos a tradição da fogueira e minha mãe e tias se esforçam para preparar os pratos da vovó Marie.

—Ela morreu? - Perguntou baixinho.

—Sim. Tem três anos e tentamos manter a memória dela viva. A vovó era uma pessoa tão doce e sempre sabia o que dizer. Você iria gostar dela.

—Aposto que sim. Sua família parece ser incrível.

—Eles são. Temos nossos defeitos, mas somos unidos, apesar de não nos reunirmos muito por causa da distância. - Ela suspirou com saudade deles. - Aniversários.

— O que têm? - Perguntou retornando a massagem.

—Por que não gosta de comemorar? Temos que celebrar a data em que nascemos e agradecer por tudo o que vivemos.

—Não tenho tido muitos motivos para agradecer. - Resmungou, levantando.

—Posso te apontar um. – Bella ajoelhou na cama, o encarando. – Você ganhou uma viagem com tudo pago para a Grécia. Muitas pessoas seriam gratas por isso.

—Obrigado, Isabella. – Deu um beijo rápido nela.

—Nosso aniversário tem que ser um dia especial, do começo ao fim.

—Hoje é meu aniversário e não teve nada de especial, então... – Ela ergue as mãos.

—Hoje é seu aniversário? – Ele assentiu e ela desceu da cama. Vestiu rapidamente um vestido e pegou a bolsa. – Por que não me disse antes?

—Porque eu não ligo e você também não deveria ligar para essa data boba. – Tentou puxá-la de volta para cama.

—Não é uma data boba e não vou deixar que seja um dia qualquer. Me dê duas horas. – Avisou saindo correndo e Edward percebeu que tinha mais um motivo para ser grato.

—Sou grato por ter te conhecido. – Sussurrou e se jogou na cama. Tiraria um cochilo e aguardaria Bella voltar. Seja lá qual for a surpresa que ela aprontar, ele adoraria.

[...]

—Todos os anos a Bella faz cookies e leva para todos os funcionários do hospital e para alguns pacientes também. – Edward foi arrancado da lembrança e concentrou no que Rosalie dizia. – Ela passava a noite toda cozinhando e chegava com um sorriso enorme no hospital. Todos gostam muito dela. – Secou uma lágrima. Estava sendo difícil suportar a saudade da amiga e Edward a entendia muito bem. – A torta que ela mais gosta é a de nozes e sempre guardava um pedaço para mim, apesar de eu odiar nozes. Comia apenas para agradá-la.

—Queria tanto conhecê-la. – Alice balançava a sobrinha, que esticou os braços assim que viu o pai. – Sua traíra, é só ver ele que já se esquece de mim. – Resmungou entregando a pequena a ele.

—Sentiu saudade do papai? – Edward a ergueu e ela soltou um gritinho agitando as pernas. – Sei que eu senti muito a sua falta.

—Quem diria que Edward Cullen se tornaria um homem tão sentimental. – Jasper o provocou. A relação dos dois estava melhorando aos poucos.

—A paternidade faz milagre. – Alice e Jasper trocaram olhares. – O que estão aprontando?

—Jasper e eu decidimos tentar ter um bebê, então fique preparados, pois esperamos que em breve a Aurora tenha um priminho ou priminha.

—Casa cheia, mal posso esperar. – Esme comemorou abraçando a filha.

Emmett olhou para a namorada como quem dizia: quando será a nossa vez, e ela apenas balançou a cabeça negando.

—Muito cedo, querido, sinto muito.

—Mas você quer um dia, não quer? Talvez com outra pessoa. – Deu de ombros como se não fosse importante, mas era muito importante para ele. Gostava muito dela e queria construir uma família ao lado dela.

—Sempre quis ter filhos. Só acho que não é o momento para isso e quero estar casada antes de pensar em bebês. – Piscou e ele sorriu satisfeito com a resposta. – Edward, podemos conversar em particular? – Pediu baixinho e ele a levou até a sala.

—Aqui, filha. – Entregou o brinquedo favorito dela, um chocalho e ela o levou a boca, gostava do barulhinho que ele fazia. – Está tudo bem? – Perguntou preocupado ao ver que ela estava inquieta.

—É sobre a Bella.

—Houve alguma mudança? – Perguntou esperançoso e ela apressou em negar.

—Infelizmente não. – Suspirou alto e Aurora a olhou com curiosidade.

—Estamos falando da mamãe, bebê. – Edward mexeu no chocalho voltando a atenção dela para o brinquedo. – Qual o problema?

—O hospital tem arcado com todas as despesas. Você sabe o quanto ela é querida e como funcionária, eles resolveram não cobrar nada dos pais dela. A bem da verdade, eles não imaginavam que levasse tanto tempo.

—Eles achavam que ela fosse acordar logo. – Edward concluiu, mas Rosalie o corrigiu.

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—Não. Eles imaginavam que ela fosse morrer logo. Ainda há atividade cerebral, então não podem sugerir que desliguem os aparelhos.

—Mas também não vão continuar a bancar as despesas.

—Exatamente. – Rosalie olhou para o chão. – Os pais da Bella ainda não sabem disso, mas eu os conheço bem e sei que eles não têm condições de pagar por todo o tratamento, principalmente se levar muito tempo. Renée perdeu o emprego por passar tempo demais no hospital. E Charlie não ganha tão bem assim, é contador em uma firma pequena.

—É só me dizer com quem devo falar e problema resolvido.

—Não estou pedindo para você pagar por todo o tratamento. Charlie jamais permitiria isso.

—Eu sei como ele é orgulhoso e só por isso não me ofereci antes para pagar. Bem, acho que ele não precisa saber. Deixe que ele pense que é por conta do hospital.

—Ele não é tão ingênuo assim. – Rosalie retrucou.

—E o que ele vai fazer? Me obrigar a parar de pagar? O dinheiro é meu e faço o que quiser com ele. Bella é a mãe da minha filha e eu farei qualquer coisa por ela.

—Entendo, mas você não está entendendo. As despesas são bem altas e você não pode...

—Posso sim e amanhã mesmo vou resolver essa situação. Não é bebê? – Levantou e voltou para a cozinha. – Falta muito para o jantar ficar pronto? Estou com muita fome.

—E depois fala de mim. – Emmett reclamou roubando uma uva.

—Vai ser mais rápido se vocês ajudarem. – Alice retrucou.

—Vamos arrumar a mesa. – Edward avisou ajeitando a filha em um dos braços e com o outro pegou vários pratos.

—Estou gostando desse novo você. – Alice apertou a bochecha dele. – É tão bom ver o meu irmão mais novo todo gentil e amoroso. E o melhor de tudo, é tão bom ter você por perto.

—Nada de chorar. – Beijou o topo da cabeça dela. – É dia de Ação de Graças e temos que sorrir e agradecer por estarmos juntos e bem. – O dia seria melhor se Bella estivesse ao lado deles. Ela era tão festiva e alegre e já que não poderia estar presente, ele faria de tudo para que a filha sentisse o quanto aquele dia poderia ser especial.

[...]

Me encontre no restaurante do hotel

Edward leu mais uma vez a mensagem de Bella. Estava no lugar certo, então por que não a via em lugar nenhum?

—Com licença. – Parou um dos garçons. – Estou procurando por uma mulher morena, dessa altura. – Indicou e o garçom apontou para uma porta na lateral.

—Andar de cima. – Avisou e continuou a andar.

O que Bella estava aprontando? Edward subiu as escadas, nem sabia que havia um segundo andar e ficou surpreso ao entrar no terraço. Boa parte do local não era coberto e estava praticamente vazio, a não ser por Bella parada segurando um tubo, debaixo de uma faixa, que ele imaginou que estivesse escrita em grego.

—Feliz aniversário! – Gritou e girou o tubo, que na verdade era um lançador de confete. – Ia estourar um champanhe, mas não levo jeito para isso. – Aproximou dele e o abraçou. – Queria que tivesse me contado antes para preparar algo mais especial.

—Você não tinha nem que se incomodar com isso. – A abraçou apertado. – É só mais um dia. – Ela fez um bico e ele a beijou. – Desculpa. Muito obrigado por isso. – Apontou para a mesa com o jantar e o bolo.

—É de chocolate, espero que goste.

—Eu amo chocolate. – Sorriu feliz com a gentileza dela.

—Também espero que goste do menu. – Ele puxou a cadeira para ela sentar.

—Vou confiar no seu bom gosto. Só por curiosidade, o que está escrito na faixa?

—É feliz aniversário. Desculpa, mas só achei escrito em grego. – Sorriu envergonhada.

—É perfeito. – Ele não queria que ela tivesse tido tanto trabalho só para agradá-lo.

—É só um jantar e um bolo. – Deu de ombros mastigando a salada.

—Não. Você se importou comigo, quando nem eu me importei. Não é só um jantar e um bolo. – Esticou a mão para segurar a dela. – Você é incrível Bella e amanhã quero retribuir a sua gentileza. Vai ser a minha vez de te fazer uma surpresa e te dar um dia especial.

—Não fiz com segundas intenções.

—Eu sei que não, você não é assim. Só quero retribuir um pouco, posso? Prometo que vai gostar.

—Já que insiste. – Deu uma risadinha tomando do vinho. – Tenho mais uma surpresa para você. – Estendeu um embrulho para ele.

—Não posso aceitar. – Edward ergueu as mãos.

—É só uma lembrança, por favor, aceite.

—Obrigado, Bella. – Abriu o embrulho com cuidado. – É um lindo relógio. – Ele o virou e viu que havia algo escrito. – Todos os dias são especiais, pois você é especial. – Ele engoliu em seco. - Vamos comer.

—Você não gostou? – Ela pensou que não deveria ter colocado aquela mensagem.

—Ah, eu amei. – Sorriu torto e passou a mão no cabelo. – Só quero terminar logo o jantar para te agradecer adequadamente.

—E como pretende fazer isso? – Bella conhecia bem aquele sorriso.

—Acho que esse bolo pode ser bem útil aos meus planos. – Bella apressou em comer e Edward gargalhou.

Você é muito especial para mim, Bella. Foi o que ele quis ter coragem de dizer a ela, mas aquilo daria falsas esperanças e ele não queria magoá-la.