When I Saw You.
Aquele em que Sesshoumaru é o único que consegue ser visto.
POV KAGOME
EM um segundo estou mandando uma mensagem, no outro sou arremessada para longe pelo Kouga. Minha cabeça bate com tudo na calçada e minha visão fica embarcada com o impacto.
— Kouga ... – O barulho do carro o atingindo ecoa pelos meus ouvidos. Vou engatinhando até ele e quando minha visão melhora eu o vejo ensangüentado no chão – Não, não, não, não, não, não! – Eu me arrasto até ele – Kouga ... – Eu não sei o que fazer. Meu Celular voou longe, começo a gritar desesperadamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Kagome! – Alguém grita vindo até mim, mas a chuva e a minha visão embarcada não me ajudam a saber quem é.
— Liga pra emergência! Por favor, por favor ... – Eu seguro a mão do Kouga sentindo seu pulso fraco, com medo de encostar nele e piorar o trauma – Kouga, aguenta firme. Não me deixa, você não pode me deixar.
Em 5 minutos uma ambulância chega. O garoto que me ajudou antes tenta me afastar do meu amigo enquanto os enfermeiros o levam.
— Você precisa de cuidados, está machucada – Ele diz me ajudando a levantar.
— Eu estou bem – Digo segura – Preciso ir com ele, obrigada ... – Ainda não consigo ver o seu rosto. É como se tivesse um vidro na frente.
— Vou chamar seus amigos – Ele diz após me ajudar a subir na ambulância.
— Obrigada.
—-
Estou sentada na sala de espera do hospital quando escuto a voz da Sango e do Miroku.
— Kagome, como ele está? – Ela diz se jogando no banco ao meu lado – Como você está? – Ela diz me analisando, também não consigo ver o seu rosto nitidamente, mas consigo reconhece-la pelo menos.
— Sango ... Ela precisa de cuidados médicos. - A voz do Miroku soa baixa.
— Eu estou bem, mas eles não querem dizer nada para mim. Preciso que a alguém da família dele chegue aqui. Já liguei pra casa dele, estão a caminho. – Parece que estou falando no automático.
POV MIROKU
Quando chegamos ao hospital avistamos Kagome sentada na sala de espera. Seu vestido preto está sujo de sangue e as meias rasgadas pelo tombo, ela está com arranhões nas pernas e com o olhar perdido. Ela está em choque.
— Kagome, como aconteceu? – Sento ao seu lado mas ela não me olha, continua olhando pra frente estaticamente.
— Estávamos indo pra casa, eu estava mandando mensagem pra Sango quando vi uma luz forte, Kouga me empurrou pra longe e só. O carro acelerou, meu celular foi parar em qualquer lugar, alguém me ajudou chamando a emergência e estamos aqui. – Ela diz suavemente. Sem expressão, sem chorar ...
— Você bateu a cabeça? ... – Quando tento encostar em sua cabeça ela se esquiva.
— O que está fazendo? Eu já disse que estou bem! – Ela levanta irritada.
— Kagome ... – Sango está chorando e eu também quero chorar. Ela anda de um lado para o outro abraçando o próprio corpo. Vou até Sango e digo baixinho – Precisamos chamar a família dela. Ela com certeza está em choque. Ligue pra eles, vou ligar pra o Inuyasha. – Ela concorda com um aceno de cabeça e eu lhe dou um beijo na testa – Vai ficar tudo bem.
Procuro algum enfermeiro e pergunto se consegue me arrumar um casaco ou uma cobertor para Kagome enquanto ligo para Inuyasha.
— Fala – Ele atende o telefone no terceiro toque.
— Kagome e Kouga sofreram um acidente, estamos no hospital, consegue vir?
— Me manda o endereço agora! – Ele desliga e eu lhe mando o endereço.
Volto quando consigo o cobertor lhe dando a Sango.
— É melhor você dar pra ela – Digo suavemente.
Nesse momento a família do Kouga passa correndo por nós indo falar com o medico. Kagome nem se mexe pra olha-los.
— Eu acho, que ela não ta enxergando direito. – Digo pensando alto.
— O que? – Minha morena diz assustada.
— Ela deve ter batido a cabeça – Passo a mão nervosamente pelo meu cabeço suspirando – Eu vou atrás deles descobrir algo sobre o estado dele. Fique aqui com ela.
POV INUYASHA
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Dirijo como um louco ate o hospital. Sesshoumaru vem logo atrás de mim. Ao chegarmos a sala de espera encontramos os dois em pé ao lado da recepção. Sango está chorando enquanto Miroku tenta acalma-la.
— Onde ela está?
— Ela não quer ver um medico, a família dela ainda não chegou. Kouga está sendo operado – Miroku fala indicando a garota sentada em uma das cadeiras olhando pra baixo – Ela precisa de um medico, Inuyasha, tente falar com ela .. Já tentamos de tudo.
Miroku olha pra ela com um pesar muito grande. Ao vê-la toda ensaguentada e machucada fico desesperado.
— Kagome. Eu to aqui – Ela se vira pra mim por um segundo antes de abaixar a cabeça novamente – Vem, vamos ver um médico. – Eu tento segurar sua mão mas ela puxa com força me olhando apavorada.
— Sai daí, agora. – Ela diz pausadamente me fazendo dar um passo pra trás.
Sesshoumaru passa por mim e coloca o cobertor nos ombros da garota que o olha fixamente.
— Srt. Higurashi. Precisamos ir. – Ele abaixa para ficar cara a cara com ela.
— Sesshoumaru ... – Dá pra perceber que ela está fazendo uma força tremenda para segurar o choro – Foi culpa minha. Ele se machucou por minha causa ... – Ele passa a mão suavemente pelo rosto dela virando a cabeça da garota levemente. Seu cabelo está todo molhado de sangue.
— Sabe que não foi sua culpa, não pode ficar aqui nesse estado. Acha que ele gostaria de te ver assim quando acordar? – A voz do meu irmão soa diferente, quase calorosa.
— Não consigo me mexer. – Uma lagrima desce pela sua bochecha e ele a limpa. Ele a pega no colo sem protesto. Na verdade, Kagome se agarra a ele como se fosse um bote salva vidas enfiando o rosto em seu peito.
Dou um passo em sua direção quando meu amigo me segura.
— Ela não falou com ninguém. Deixe-a. – Eu tento me soltar, mas ele me segura ainda mais forte.
— Argh! – Eu sinto vontade de gritar. Me solto bruscamente – O que está acontecendo?!
— Um carro tentou atropelá-la e o Kouga a empurrou longe. Ela provavelmente bateu com a cabeça, pelo que percebi, parece estar em choque – Miroku diz mim tranquilamente.
— Mas porque ele? Desde quando ela iria com ele quando nem olhou pra nós?! – Sango diz sem conter as lagrimas.
— Pensa bem, Sesshoumaru é o único que não tem relação com o Kouga. Talvez olhar pra todos nos seja doloroso demais no momento.
POV SESSHOUMARU
A levo até os enfermeiros que a levam direto para um médico. Kagome está bem abalada. Não foi um acidente, porque a pessoa não parou e ajudou?
Pego o celular e ligo para o Jaken.
— Preciso que consiga as gravações do estacionamento no colégio da Kagome, de agora a noite.
— Boa noite Sr. Sesshoumaru-sama – Ele diz sonolento – Como vou fazer isso?
— Se vira. Quero as 07:00 da manhã. – Olho no relógio e já passa das 00:00 – Não seja um inútil e me decepcione.
— Sim, Sr. Sesshoumaru-sama.
POV KAGOME
Porque o rosto do Sesshoumaru está nítido? Minha cabeça está pesada. O médico fala comigo mas eu só encaro seus olhos castanhos estranhamente grande. O rosto dele está embarcado, tudo que consigo ver são seus olhos.
Porque não consigo falar? Preciso ver o Kouga.
— Senhor. Senhor! – Escuto um barulho lá fora – O senhor não pode entrar!
A porta se abre com força. Sesshoumaru entra acompanhado de duas mulheres o tentando impedir de chegar até nos.
— Ela é minha noiva. Eu vou entrar. – Sua voz sai grave e ele é a única pessoa que consigo ver na sala. Começo a chorar de novo.
— Sesshoumaru ... Porque não consigo enxergar ninguém, só você? – Pergunto entre soluços e ele vem até mim praticamente correndo.
— O que você está dizendo?
— Todos os rostos estão embarcados, é como se tivesse um vidro na frente – Ele olha confuso para o médico.
— Vamos, faça logo uma tomografia. Ela bateu a cabeça!! – Ele diz pro médico impaciente – Vai esperar quanto tempo mais?
— Eu preciso da autorização dos pais dela ... Mas é uma emergência.
— Eu autorizo, sou noivo dela. – Ele repetir isso tantas vezes e eu só conseguir enxergá-lo me dá um desespero GIGANTE. Um nó se forma na minha garganta me fazendo engasgar – Os pais dela estão chegando – Ele se vira pra mim quando o médico sai chamando uma enfermeira – Calma. Respira. – Ele se abaixa pra me olhar atentamente – Você consegue me ver?
Eu balanço a cabeça levemente confirmando.
— Isso quer dizer que é temporário. Vai ficar tudo bem. – Ele me abraça delicadamente como se eu fosse uma boneca e ficamos assim até uma enfermeira me levar.
—-
— Cegueira facial por conta da concussão? – Minha mãe diz para o médico – Doutor, quanto tempo isso vai durar?!
— Varia bastante. Ela deve ficar bem em alguns dias, precisa repousar. Os hematomas das pernas irão doer bastante se não descansar.
— Kagome, você não consegue me ver? – Minha mãe diz preocupada.
— Não. – É tudo que consigo dizer.
— Ela consegue enxergar alguém, já é uma luz. Vamos confiar. Por hora, vamos deixa-la em observação. – O medico diz antes de sair da sala e nos deixar a sós.
— Mãe, Kouga ... Como ele está? – Pergunto receosa.
— Seu pai foi ver como ele está. Esse garoto te salvou, se eu já gostava dele, agora ele tem todo meu coração. – Ela me abraça forte fazendo sentir uma dor aguda nas costas.
— Preciso vê-lo. – Digo com dificuldade – Vamos até lá ... – Tento me levantar e ela não deixa.
— Não, você não pode ir assim. A família dele vai ficar em pânico! – Olho para meus braços e colo e vejo que estou toda suja de sangue. Sangue dele. O pânico cresce de novo dentro de mim e fico paralisada novamente – Vou te ajudar a tomar um banho e vamos vê-lo.
—-
Sou transferida para um quarto. Minha mãe me ajuda a tomar um banho e pega roupas limpas no hospital mesmo. Quando olho no espelho vejo que até meu próprio rosto está desfocado.
Respiro fundo tentando me acalmar.
— Tudo bem? – Minha mãe diz docemente e concordo.
— Vamos vê-lo – Ela me leva até onde meu melhor amigo está.
Varias pessoas estão esperando do lado de fora do quarto mas não reconheço ninguém alem da Sango pelo vestido brilhante vermelho.
— Kagome! – Ela corre até mim me abraçando – Eu fiquei tão preocupada.
— Eu estou bem – Digo o mais calmo possível – Como ele está.
— Ele saiu da cirurgia tem uma hora mais ou menos. O médico disse que ele vai melhorar, só teve uma batida muito forte na cabeça e umas costelas quebradas.
— “Só”? – Digo chegando perto da janela. Ele está entubado, com a cabeça enfaixada. Eu gelo.
— Poderia ter sido muito pior! – Ela diz magoada.
— Me desculpe ... Por antes e por agora. – Digo encarando a janela de vidro azulado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Não peça desculpas. Estou aqui, com você. – Minhas lágrimas brotam de novo. Foi o que ele me disse antes de se machucar desse jeito por minha culpa – Não se culpe, sabe que ele te ama mais que tudo.
— É um fardo me amar. Cuidar de mim ... Seria melhor se ele me esquecesse ... – Minhas palavras saem em um sussurro.
— Não diga besteiras, ele vai precisar te ver quando acordar. Esteja ao seu lado. – Ela me repreende como uma irmã.
Não sei quanto tempo fico ali, parada na janela esperando ele acordar, com medo de entrar e ele piorar ainda mais.
—-
— Eu vou precisar levar você no colo? – Ele diz impaciente.
— Eu tenho que estar aqui quando ele acordar.
— Você precisa dormir. – Ele rebate.
— E você precisa ir embora! – Eu o olho feio e ele sorri pra mim suavemente.
— Você pode ser chata – O homem parado ao meu lado parece diferente do Sesshoumaru que eu conheço. Está desarrumado e ao meu lado a mais de oito horas. Isso no mundo dele deve ser um desastre – Mas eu prefiro você assim. Nunca mais se machuque.
— Oh claro, já que o grande Sesshoumaru ordenou, com certeza. – Digo debochada – Agora vá e me deixe.
— Não posso. – Ele me olha fixamente me deixando incomodada – Sou a única pessoa que consegue enxergar.
— Pois é, isso é um fardo. Eu tenho sido um fardo.
— Tem 90% de chance disso ter acontecido por minha causa. – Sua voz ecoa no corredor quase vazio – Você é minha responsabilidade Kagome Higurashi. Não vou falhar de novo.
— Está dizendo que isso foi p-proposital? – Acabo gaguejando.
— Estou investigando isso. Eu sinto muito. – Ele olha para meu melhor amigo na cama com pesar e mesmo assim eu não consigo odia-lo. Eu devia, mas não consigo. Como ele disse, é a única pessoa que consigo enxergar. Sinto um aperto no peito. Se tivesse acontecido qualquer coisa com o Kouga, eu não me perdoaria.
POV SESSHOUMARU
— Chega. – Eu a pego no colo.
— Me solta! – A morena levanta a voz protestando e eu a olho feio enquanto caminho para o quarto.
— Grite e vai ser expulsa do hospital, assim não vai estar lá quando ele acordar – Digo tranquilamente e ela cala a boca de vez.
Eu a coloco na cama, emburrada como se fosse uma criança.
— É serio, srt. Higurashi. Precisa dormir ... – Minha voz soa cansada, sento na poltrona do lado da cama.
— Não vá embora. – Ela diz me surpreendendo – Esse é seu castigo.
Eu respiro fundo.
— Está com medo não é? – Seguro a mão dela – Não tenha. Durma e quando você acordar, estarei aqui. No mesmo lugar. – Pra minha total surpresa ela se agarra a minha mão como se fosse um gato assustado a fazendo de travesseiro para ter certeza que não vou sair daqui – Vou estar aqui.
— Ele me prometeu isso ... – Ela diz em um murmuro – E agora, está em coma ... – Sinto suas lagrimas escorrendo até minha mão. Ela chora até adormecer me fazendo sentir sua dor.
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