P.O.V. Jared.

Eu a vi. Eu a beijei.

A vi chorar, se desesperar, sentir culpa, remorso. E se vampiro é apenas um termo pejorativo para definirmos uma forma de existência que não compreendemos?

Depois do despertar, passei a pesquisar e aprender tudo o que eu podia sobre vampiros. O termo vampiro surgiu em meados do século XVII e é um derivado da sérvia palavra Vampir. Existem muitos mitos sobre quem é o vampiro Original, nos mitos bíblicos, o vampiro Original é ou Caim ou Judas. Caim por ter matado o próprio irmão e Judas por ter cometido suicídio.

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Também depois do Despertar descobri que existe mais de uma raça de vampiros. O primeiro vampiro da raça que gerou a Rainha Renesmee é um homem chamado Marcus Corvinos até onde se sabe. Mas, a outra raça... existe uma família inteira de Originais. Os Mikaelson.

E como sabemos que eles não sentem? Ontem, aprendi que eles podem não sentir, mas é como uma opção.

Quero saber mais. O que mito, o que é real?

Depois de um mês, Melissa foi liberada de seu castigo.

—Melissa, se eu te fizesse perguntas... responderia?

—Sim, não, talvez. Dependendo da pergunta.

—Vampiros são capazes de sentir?

—Você se refere a emoções, certo?

—Certo.

—Sim. Um vampiro independente da raça sente o mundo, a dor, a felicidade, o amor de um jeito que um ser humano jamais conseguirá. O som é mais alto, o fogo é mais quente, a alegria vira júbilo, êxtase, mas a tristeza vira desespero, a raiva vira fúria por isso quando as coisas boas não são suficientes para superar as ruins... vampiros ou híbridos como eu podem se negar a sentir. Desligar o botão da humanidade. Mas, só torna tudo pior porque a culpa, a dor, a raiva vão se acumulando e quando ligamos outra vez é como... se... o mundo desmoronasse sob nossas cabeças.

—E quando a sensações físicas?

—Os filhos do Clã Corvinos como meus avós e meu pai... eles não sentem frio, calor, podem ficar em pé por anos numa mesma posição sem sentir nada, não precisam dormir. Bater neles é como bater numa pedra, tiros, balas, exceto é claro pela prata nada passa. Mas, eles sentem o toque, prazer sexual e até a dor em níveis que um ser humano não é capaz. Eles gostam de ver os humanos dormirem, é fascinante. Aquele estado de inconsciência, as coisas que vocês dizem, fazem, sonham. Vampiros puro sangue da raça do meu pai? Eles não dormem como eu já disse e portanto, eles não sonham.

—Você dorme?

—Sim. Muito pouco, mas durmo.

—Hipoteticamente falando, bater em você seria como bater em pedra?

—Sim. Porque você não para de falar?

—Eu...

Não consegui completar a frase. Porque fui furiosamente atacado por lábios famintos.

—Calma, calma.

—Sinto muito. Quando os mundanos falam te amo tanto que até dói, acredite... vocês não fazem ideia do significado dessa frase.

—Você está me dizendo que me ama tanto que dói? Dor física?

—Sim. Ficar perto de você, dói. Ficar longe dói mais.

E ela realmente olhava pra mim com tanta ternura que parecia que ia derreter.

P.O.V. Melissa.

Senti ele tocar meu cabelo, acariciar o meu cabelo. Ele olhou para mim com ternura pela primeira vez desde que nos conhecemos.

—Você, Melissa Volturi é uma contradição ambulante. Você é maravilhosa e horrorosa, Princesa e Monstro.

Ele estava prestes a me beijar quando eu sinto uma espetada. E começo a apagar.

—Verbena.

—Melissa! Melissa!

P.O.V. Jered.

Ela desmaiou. Tive que ampará-la antes que caísse.

—Você traiu a gente, Jered. A abominação seduziu você.

Ian.

—Ela não é uma abominação.

—Não é? Espalhou cadáveres daqui até a Costa Oeste. É uma assassina, uma maldita besta chupadora de sangue.

—Não. As coisas são mais complicadas do que isso.

—Ela cometeu assassinato em massa. Ponto.

—Não. Eles, eles tem esse botãozinho. Podem se negar a sentir. Eles não sentem o mundo como nós. É diferente. Eu sei, eu vi.

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—Você viu?

—Sim. Eu vi. A humanidade deles é mil vezes mais potente que a nossa.

Precisava enrolar o Ian e os outros até a Melissa acordar.

—Clay mete uma estaca na vadia.

—Não! Não!

Eles me seguraram.

—Para! Ela já tá se afogando na culpa!

Então, eu lembrei da cidade. Atlântida.

—A cidade tem vontade própria.

Chame de desespero, mas eu rezei para que se houvesse algum Deus ou coisa assim que levasse a Melissa para a cidade de Atlântida assim ela não morreria. E alguém me ouviu.

—O que diabos foi isso? Pra onde ela foi?!

—Para um lugar onde vocês nunca vão achá-la.

Eles me prenderam. Fiquei na cela onde a mantínhamos.

Não sei quanto tempo fiquei naquela cela, mas de repente ela apareceu e colocou a mão sob minha boca antes que eu pudesse dizer alguma coisa. Então, me estendeu a mão e eu sabia o que ela ia fazer. Nos transportar.

E num segundo estava na cela, no outro estávamos na cidade. Atlântida.

—Impressionante. Espera, mantivemos você presa por meses e poderia simplesmente se transportar para esta cidade num zap?

—Não exatamente. Atlântida acolhe principalmente os desamparados, desesperados, sozinhos. Não estava desesperada ou sozinha ou desamparada.

—E quanto tempo podemos ficar?

—O tempo que precisarmos ou quisermos.

—E onde vamos dormir, o que vamos comer, o que você vai comer?

—Vem comigo.

Nós adentramos na maior das construções e apesar de parecer vazia por fora na verdade não estava. Bom, não haviam pessoas além de nós, mas... dentro do enorme palácio construído no estilo grego, haviam tapeçarias belíssimas, cortinas e uma mesa de madeira enorme, uma távola cheia de comida. Uvas, laranjas, azeite, vinhos, dois cálices, dois pratos, talheres e tudo de ouro. Pão, manteiga, frutos do mar, peixe, um leitão assado enorme com uma maçã na boca.

—Uau!

—Vamos comer.

E nós comemos. Ela mais que eu. Muito mais.

Ela comeu pão, peixe, uva, laranja, romã, quase o leitão inteiro e o cervo. Melissa comeu o banquete inteiro praticamente sozinha.

Enquanto comíamos havia música tocando só Deus sabe de onde. Patês, cremes, sopas, queijos, figo era comida para dar e vender e ela comeu tudo.

—Como cabe tanta comida dentro de uma garota tão pequena?

Melissa era mais baixinha do que eu.

—Com a força, a velocidade, a imortalidade vem esta... fome terrível. E se você é um híbrido apenas sangue não é o suficiente. A fome não é apenas de sangue, é de comida também. Insaciável.

—E quanto a sua fome de sangue?

—A Cidade é magica, ela me fornece o que eu preciso.

Disse balançando o Cálice de ouro.

—Que tal um banho?

—E um lugar para lavarmos as roupas?

—Não vamos precisar fazer isso.

Então, fomos para outro aposento e este era uma enorme sala de banho, piscinas naturais com água quente.

—Você realmente quer fazer isso? Eu não quero que se sinta forçada.

—Ninguém pode me forçar a fazer nada Jered, sou teimosa demais. Mas, se você não quiser...

Vi a mágoa no seu olhar. Ela estava se sentindo rejeitada.

—Eu quero. Quero muito. Mas...

—Nada de mas. É mais perigoso para você do que pra mim.

—Porque?

—Porque... no calor do momento posso... perder o controle e... não quero nem pensar nisso.

—Estou usando meu anel.

—E como isso faz as coisas serem melhores? Se eu matar você, mesmo que por acidente e momentaneamente, terei que carregar a culpa disso para sempre. E para sempre quando se é um vampiro... é muito tempo.

Tirei minhas roupas e entrei na água morna com ela.

—Você não vai me matar. Eu te amo e confio em você. E mesmo se me matar, eu te perdoo.

Quando rompi a sua barreira ela gritou e senti dor com ela, já que Melissa cravou as unhas naquilo que estava mais próximo dela ou seja... eu. Mas, depois disso foi... incrível.

P.O.V. Melissa.

Eu estava em êxtase total e completo. Estava tão feliz de estar com ele, de pertencer a ele. Sim, vampiros tem essa possessão em se tratando de seu companheiro. Ele é meu. E eu sou dele.

Mas, então eu senti cheiro de sangue. O sangue dele.

—O que aconteceu? Está machucado? Eu machuquei você?

—Digamos que eu senti a sua dor.

—Eu sinto cheiro do sangue. Onde está?

—Minhas costas.

—Vira.

P.O.V. Jered.

Umas ervas apareceram na sala e ela fez acho que um feitiço de cura. Porque senti os ferimentos cicatrizando.