Brilho da manhã e a chuva ingrata

N o i t e — devaneio insistente;


Ele esperava que aquele outro que tanto poderia ser seu o fosse. Mas o que não imaginava era que ambos estivessem tão perdidos em território pouco pleno, visão limitada que enganava, pois o mesmo pequeno momento certo que chegou, veio a se extinguir tão similarmente que poderia até imaginar certo destino nisso. Evidentemente não. Era apenas muito azar seu.

O que havia agora em suas mãos eram as folhas amortecidas pelo passar de horas tão sofridas para alguns. Sobre o corpo, o gosto do vermelho, o cheiro de vermelho, a aura do vermelho, o medo inesquecível. Contudo, mesmo em morte tão inteira, a vida não era tão espalhada.

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Tinham dançado de jeito tão pleno que poderia ter parecido a qualquer um que pudesse ter visto de fato que fosse uma comemoração. Mas de encontro ao solo, ao término, o sono leve. Os dedos, os dedos, entrelaçados, de um lado eles se desfaziam como as folhas amortecidas. Aquela última sensação em seus ossos poderia ter feito Sans sorrir um pouco, o que acabou acontecendo, com um cansaço que o fez querer se sentar onde estava.

Morriam as folhas, morriam as flores, não importasse quão belas, quão inspiradoras. Apenas o pó, a poeira ficaria constelando o espaço vazio que antes se contemplava alguém. É um belo dia, apesar de tudo, ainda que muitos pudessem estar se destruindo naquele momento.

Só que daquela vez será ele, longe de casa, longe do próprio corpo. Felizmente, ele ainda conseguiu ter um vislumbre daquela silhueta conhecida. Antes que aquele sono corrompesse a sua ausência de lucidez.