The cute one

Capítulo 18


— Só pode ser brincadeira – Jirou suspirou ao saber o que aconteceria nas próximas duas horas.

A turma A estava tendo um treino prático extra e, para sua infelicidade, ela estava no mesmo grupo que Bakugou, Kaminari e Kirishima. Ela estava tentando evitar o loiro explosivo e seus professores simplesmente a deixam amarrada a ele.

Bem, eles disseram que foi sorteio, então ela começou a culpar o universo por ser tão cruelmente irônico. Kyouka até pensou se não era carma por todo o seu sarcasmo. Seja o que for, ela decidiu que deixaria Bakugou guia-la com os outros e falar com ele somente o necessário.

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Foi surpreendentemente fácil. Seriam cinco grupos de quatro, lutando entre si, a vitória sendo determinada pela fita de captura que cada um deles tinha consigo. Os quatro restantes montariam dois grupos distintos. Compostos por uma dupla que ainda não lutou e um integrante de cada time vencedor. Katsuki gritou e berrou suas ordens bem elaboradas e Jirou seguiu o plano mais calada do que o habitual. Isso deixou Bakugou desconfortável, a resposta mais emotiva que ele ganhou da garota foi um revirar de olhos quando ele a questionou pela milésima vez onde estava Hakagure.

No final, não demorou 10 minutos para o time de Katsuki ganhar a luta. Jirou ficou perto dos monitores que mostravam a próxima luta, Yaoyorozu estava lá, incrível como sempre, liderando Todoroki, Ojiro e Ashido. Jirou ficou fez quando a vitória de sua amiga foi confirmada.

Kyouka caminhou até Yaoyorozu para cumprimenta-la e parou no meio do caminho. Todoroki estava parabenizando-a pela sua brilhante estratégia. Ela foi para o lado de Kaminari (agora que Bakugou e Kirishima haviam se afastado dele) e esperou para saber se teria que lutar ou não na próxima rodada.

Jirou reconsiderou a teoria do carma, por que novamente ela e Bakugou foram escalados para lutarem. Desta vez, em times opostos, sendo Bakugou, Fumikage, Ojiro e Uraraka um grupo e Jirou, Asui, Ayoama e Todoroki o outro.

Kyouka ficou feliz por ter Asui em seu grupo. A garota sapo era uma boa líder. Embora Jirou soubesse comandar se fosse necessário, ela sabia que, contra Bakugou, Asui e Todoroki tinham intelectos mais preparados.

Do outro lado, Bakugou deu ordens expressas para que Uraraka e Ojiro protegessem Fumigake e a Dark Shadow de Todoroki. Embora ele fosse o mais indicado para lidar com o Meio a Meio, ele tinha planos bem maiores que ganhar a luta.

Ele usaria essa oportunidade para fazer Kyouka falar. A garota o ignorou nos últimos cinco dias. As primeiras palavras que ela lhe dirigiu foram hoje, nesse treino. Katsuki sabia que a garota estava brava, e quando ele está bravo, tudo o que ele quer é explodir o motivo de sua raiva. Não é como se Jirou conseguisse feri-lo fisicamente, então, se isso fosse ajudar a Orelha a deixar isso para trás, não havia melhor hora para deixa-la espanca-lo um pouco.

Katsuki decidiu que isolaria Kyouka dos demais, prendendo a menina Sapo antes que pudesse dar problema e, se o Cara com Rabo não der conta da Bola de discoteca, ele o prenderia também.

Fumikage foi o único a apoiar completamente o plano. Afinal, ele estava no quarto de Shouji alguns dias atrás e ouviu a conversa do loiro explosivo com Kirishima. Tokoyami sabia que Bakugou estava criando uma oportunidade para resolver as coisas com Jirou.

Demorou um pouco mais do que o esperado. Afinal, ele acreditava que todos o atacariam primeiro, quando na verdade, o Meio a Meio voou em Tokoyami na primeira oportunidade com tanto fogo que quase queimou os pelos de Ojiro. Se ele e Uraraka não estivessem ali para proteger Dark Shadow, Tokoyami já teria sido capturado.

Com um pouco de dificuldade, Dark Shadow conseguiu prender Ayoama, porém Bakugou precisou resgatá-lo ou a Asui o teria prendido. No momento de sua fuga, Todoroki criou um muro de gelo para tentar prendê-lo, perfeito para os planos de Bakugou.

— Eu vou lançar Jirou para o outro lado da parede de gelo – Fumikage anunciou antes de Bakugou alcançar o chão – Tente não demorar. Não podemos segurar Todoroki por muito tempo sem uma individualidade compatível com a dele.

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— Tch. Prende a garota Sapo primeiro – Bakugou desviou o olhar, tentando não parecer surpreso por Tokoyami saber seus planos – O Meio a Meio não pode contra três.

Com isso, Bakugou explodiu para frente, atrapalhando Todoroki enquanto esperava Dark Shadow isolar Kyouka. Quando isso aconteceu, Uraraka correu atrás da garota punk, preparando a fita para prendê-la.

— Fica fora disso, Cara de Lua! – Bakugou a impediu, tomando impulso com uma explosão e pulando a parede de gelo.

Jirou estava levantando-se do chão quando Bakugou surgiu à sua frente. Dark Shadow a havia pousado bruscamente do outro lado da parede de gelo.

— Puta Merda – Kyouka ofegou ao ver Bakugou, olhando ao redor para encontrar a melhor maneira de fugir para não ser capturada no exercício.

— Agora é só você e eu, Orelha. – Bakugou declarou, a guarda baixa, o rosto calmo, somente esperando – Pode vir. Não tem como me ignorar agora – Ele esticou um braço e a chamou com a mão, sem gritos, sem ordens, um convite.

Kyouka arregalou os olhos em surpresa. Bakugou não a estava atacando. Ao invés disso ele estava dizendo para ela bater nele? Era isso? Ele pensava que assim eles poderiam ficar bem de novo?

— O que você está esperando?! – Ele gritou impaciente, finalmente assumindo posição de luta – Não é isso que você quer? Venha aqui e extravase toda essa raiva...!

A voz de Bakugou foi interrompida pela explosão dos batimentos de Jirou. A garota havia esticados os braços, plugado seus fones nos alto-falantes em seus punhos e direcionado seu som todo para Katsuki com uma fúria fria nos olhos, capazes de corta o aço de tão penetrantes que estavam.

Bakugou apenas se deixou levar pelo impacto, projetando o corpo para frente e seus braços protegendo seu rosto, aguentando as vibrações em seu corpo enquanto era arrastado pelas ondas até bater em uma rocha.

Katsuki não esperava que o ataque de Jirou pudesse doer muito, ele claramente estava enganado. A explosão sonora estava adormecendo seus membros e ele tomou a sábia decisão de fugir dali, já que a garota não parecia disposta a parar o ataque. Então, Bakugou esticou suas mãos e explodiu a rocha atrás de si, sendo levado para longe pelo som de Jirou. Quando ele saiu de seu alcance, Kyouka andou rapidamente e sem dizer uma palavra para continuar seu ataque.

Com um movimento rápido, Jirou segurou o punho direito com a mão esquerda, e disparando uma única onda de choque. Bakugou desviou para tomar fôlego e mentalmente se agradeceu de olhos arregalados por essa decisão, porque a rocha atingida por aquele tiro se desfez em mil pedaços.

Katsuki não teve tempo de pensar muito sobre isso, porque Kyouka lançou outro disparo em sua direção, depois outro, e outro, e mais outro. E então Bakugou percebeu que os tiros eram curtos pela intensidade do som. Jirou precisava fincar os pés e os braços com firmeza ou seria levada pelo ricochete de seus próprios punhos.

Ao mesmo tempo, aqueles que não estavam lutando estavam assistindo a luta na sala dos monitores.

— Mas o quê?! Jirou conseguiu pegar o Bakugou?! – Kaminari exclamou surpreso.

— Desde quando Jirou-san consegue disparar isso assim?! E Kachan está... se contendo? – Midoriya perguntou confusa.

— Bem, acho que no começo sim, - Kirishima concordou preocupado - Mas ele mal consegue respirar agora, cara! Olha aquelas rochas, e o gelo do Todoroki! Ela está tentando mata-lo?!

— Ele está fazendo isso errado – Momo suspirou deslizando em uma cadeira.

— Ei, Yaoyorozu-san, o que você quer dizer? – Iida perguntou.

— Bakugou está deixando Jirou ataca-lo. Talvez para apaziguar a briga deles – Ela continuou apertando as mãos próximas ao rosto – Mas ela não está brava com ele, ela está... decepcionada.

— Ela parece furiosa para mim – Kaminari comentou escondendo-se atrás de Sero e olhando para imagem de Jirou trocando de punho para continuar atirando em Bakugou.

— Bem, agora ela está – Yaoyorozu concordou – Mas só porque ele a está a subestimando. Quanto mais ele se contém, pior vai ser para eles fazerem as pazes. – Ela apoiou os cotovelos dos joelhos e enfiou o rosto nas mãos – E tudo o que ele tinha que fazer era pedir desculpas.

Infelizmente, Katsuki não podia ouvir a conversa de seus amigos na sala dos monitores. Agora que ele havia recuperado o fôlego, ele decidiu fazer uma aproximação e contornar a situação. Pela expressão de ódio puro no rosto de Kyouka, Bakugou entendeu que a garota estava ficando cada vez mais frustrada de não conseguir acertá-lo. Contudo, Bakugou não podia deixar um desses tiros pegá-lo, se faz aquilo com rochas, o que vai fazer com ele?!

Com duas explosões bem direcionadas, Katsuki conseguiu pular atrás de Jirou e destruir um de seus amplificadores. Ele bloqueou um soco da garota e deixou que ela acertasse outro em suas costelas. Ele não esperava que ela também lançasse uma onda de som de impacto direto depois do soco e envergou com a surpresa. Depois de deixar outro soco o atingir, Katsuki segurou Kyouka pelos braços e torceu-o para as costas da garota.

— É isso, já chega – Ele decidiu prendendo os dois pulsos da garota com a fita de captura – Você já chutou minha bunda, agora pare com essa merda e fale comigo!

Péssima escolha de palavras, elas tiveram efeito imediato em Jirou, que virou o rosto para encará-lo furiosa antes de espetá-lo com seus fones na clavícula de Katsuki e explodir seus batimentos cardíacos no garoto.

Bakugou gritou com a dor antes de direcionar sua mão instintivamente para as costelas de Kyouka e gerar uma explosão tão forte que jogou o corpo da menina a quase cinco metros de distância. Kyouka rolou duas vezes antes de parar no chão, de costas para Bakugou. Ela sentiu suas costelas arderem horrivelmente e se encolheu com um gemido, pondo a mão no machucado.

— Oh, merda. Eu não quis... – Bakugou arregalou os olhos desesperado e tentou andar até Kyouka. Entretanto, suas pernas falharam e ele caiu de joelhos – Que porra é essa?! – Ele olhou para si, confuso.

A explosão direta de Jirou ainda estava surtindo efeito, fazendo os músculos de Bakugou se contrair e travarem com as vibrações. Jirou, por outro lado, estava lentamente tentando se levantar.

Ela sentou-se no chão e se apoiou com uma das mãos no chão enquanto a outra segurava o local onde Bakugou havia atacado.

— Não. Fique aí! – Bakugou pediu rapidamente enquanto um sinal sonoro indicava a interrupção do treino – Porra, cadê aquela velha beijoqueira quando se precisa dela? – Ele tentou se levantar, as pernas ainda não obedecendo.

— Eu estou bem, Bakugou – Jirou rosnou cansada.

Kyouka afastou a mão para ver suas luvas vermelhas com seu sangue e arregalou os olhos surpresa.

— Você está sangrando, porra! – Bakugou finalmente conseguiu ficar de pé – Não se mexa, não sabe o que... – Ele desabou de novo – Malditas pernas!

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— Cala a boca – Ela gemeu irritada, levantando-se rapidamente – Você tem que alonga-las. É como uma câimbra – Jirou explicou sem olhar para ele enquanto tirava sua luva e analisava sua ferida – Só que dez vezes pior.

Fumikage, Todoroki, e Uraraka apareceram em um dos buracos abertos na parede de gelo. Eles ouviram os gritos e também o sinal lhes deu uma dica que algo aconteceu com os dois. Uraraka ajudou Kyouka enquanto Bakugou gritou com Todoroki e Fumikage por tentarem ajuda-lo.

Antes mesmo de saírem do campo de treino, os outros colegas de turma se aproximaram das duas garotas, alguns professores com eles.

— Kyou-chan, você está bem? – perguntou Yaomomo preocupada. A maioria não conseguiu falar ao ver o sangue na garota.

— Sim, - Ela respondeu se encolhendo ao ver a reação dos amigos - Dói um pouco, mas são só arranhões e queimaduras. Não foi muita coisa – Ela apaziguou-os deixando Yaoyorozu olhar mais de perto.

— Você consegue ir sozinha para a enfermaria? – Aizawa perguntou.

— Sim. Mas alguém precisa levantar o Bakugou – Ela confirmou com a cabeça baixa e os fones inquietos.

— Eu vou ver como ele está – Kirishima se ofereceu já passando por eles.

— Kiri – Jirou pegou-o pelo braço e fazendo um careta de dor pelo movimento – Cuidado, eu... eu exagerei um pouco, posso ter quebrado alguma coisa nele – Ela mordeu o lábio aflita.

Jirou havia deixado a raiva falar mais alto e exagerou na intensidade do som, ela sabia disso, e não culpava Bakugou pela explosão violenta em seu abdômen. Na verdade, quase agradeceu por isso, quem sabe o efeito que mais alguns segundos com seus batimentos reverberando no corpo dele poderia fazer?

Depois de passar na enfermaria, Kyouka voltou para o dormitório e se trancou no quarto. Ela não quis jantar, estava muito cansada. E não tinha nada a ver com a aceleração de cura da Recovery Girl.