Despedida de Solteira

Capítulo Único – Socorro


O nervosismo passava pelo meu corpo a todo segundo. Oh, droga, eu vou me casar amanhã!

— Eu sei sobre o que está pensando, não entre em crise agora, é sua despedida de solteira! — Natasha falou, estourando confete em mim.

— O que diabos está fazendo com isso? — perguntei, me assustando quando percebi que havia mais.

— É para animar, não seja uma chata. Anny está nos esperando lá fora. — Ela falou, praticamente me arrastando para fora.

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Mal saímos e já a vi, dando saltinhos enquanto digitava algo.

— Hum, alguém está conversando com o namorado. — falei, fazendo ela se assustar.

— Amanda, eu te mato na próxima vez que me assustar assim. — Ela falou, seus olhos quase faiscando de raiva, apenas dei de ombros, rindo dela.

— O uber que eu pedi deve estar chegando. — Natasha falou.

— E por que não vamos no carro da Anny? — perguntei, confusa.

— Há tanto para te ensinar. — Anny falou, dando batidinhas nas minhas costas. — Quando se vai a uma despedida de solteiro você só sai quando é carregada, Mandita. Está quase fazendo parte da Constituição.

— Luiz vai sair carregado também? — perguntei, já preocupada.

Oh meu Deus, e se ele não for para o casamento?

— Não é tão literal. — Natasha falou, rolando os olhos. — Mas provavelmente, sim. Mas não se preocupe porque todos vamos nos assegurar de que ele esteja na igreja amanhã te esperando no altar. Agora vamos curtir a sua última noite de solteira! — Ela exclamou, levantando os braços animadamente e correu para um carro que acabava de estacionar, sendo seguida por Anny.

Nada pude faze além de suspirar e as seguir. Algo me diz que não é uma boa ideia.

(...)

O carro parou em uma rua cheia de estabelecimentos que mais me pareciam bares.

— Olá, olá. Aqui está o Delicious. — Anny falou, apontando para uma boate com um letreiro luminoso.

— E o que exatamente vamos fazer aí? — perguntei, com medo da resposta.

— Deixa de ser acanhada, Amanda! Nós viemos nos divertir. — Natasha falou, me empurrando para a fila.

Quando entramos fomos saudadas pelo clima sensual que exalava por ali, diversos garçons de sunga e gravata passeavam por ali, carregando bandejas.

— Isso é o paraíso. — Anny cantarolou, me fazendo rir.

— As garotas estão perdidas? Por acaso aceitam uma mesa? — Um dos garçons perguntou, abrindo um sorriso malicioso.

— Me leve para onde quiser. — Natasha falou, eu chutei sua perna. — Qualquer mesa. — Ela adicionou e eu prendi o riso.

— Me sigam. — Ele falou, andando à minha frente.

Eu posso dizer com toda certeza do mundo que eu amo meu noivo, mas eu ainda posso apreciar a vista, certo? E aquele cara era uma visão...

— Não era você que estava toda com o pé atrás? — Anny perguntou, me empurrando de brincadeira.

— Ainda estou, mas já que estou na chuva é para me molhar. — falei, dando de ombros.

O mesmo garçom – às vezes um outro moreno muito gostoso também, diga-se de passagem – veio nos trazer bebidas. Enquanto eu enrolava com um copo as minhas amigas viravam de uma vez só, o que estava me preocupando, então resolvi que seria a sóbria da noite e só pedi uns drinks de fruta.

Vários rapazes se apresentaram ao longo da noite, vários tipos de fantasia diferente, e nós fazíamos questão de deixar dinheiro em suas cuecas – as meninas aproveitavam para apalpar os desavisados –.

— Eu amo esse lugar, eu quero morar aqui! — Natasha praticamente gritou, o que me fez chutá-la por baixo da mesa.

— Vê se não faz um escândalo. — falei para ela, que fez biquinho.

— O seu amor me machuca. — Ela falou.

— Hey, meninas, ali parece ser ótimo também. — Anny falou, apontando para o outro lado, onde eu podia ver que havia um salão parecido com esse.

— Acho que deve ser para pessoas vips ou algo assim. — comentei.

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— Não tô vendo nenhum segurança. Vamos. — Natasha falou, arrastando Anny.

Não me restou nada além de segui-las.

— Vocês não acham que tem mais homens do que mulheres aqui? — perguntei, me atentando ao fato.

— Nah, isso é coisa sua. Aquela silhueta ali não me engana. — Natasha falou, apontando para a cortina onde aparecia apenas a sombra do dançarino.

Ainda achando estranho fiquei bebericando minha bebida, enquanto a cortina se abria e o show começava.

The Hills tocava ao fundo e ele rebolava e fazia uma coreografia sensual, eu alternava olhares entre ele e minhas amigas que estavam babando por ele. Felizmente não estavam bebendo, o que evitava um engasgo.

O homem fez stripper e dançou pelo palco, e deu algumas rodadas no poste que tinha bem no meio do palco.

Pouco depois ele desceu e se sentou no colo de um cara, começando a rebolar. Eu simplesmente me engasguei com o meu drink, surpresa demais com o ato.

— Eu disse que tinha algo estranho, essa é a parte das apresentações gays. — falei, virando para minhas amigas.

— Que destino cruel, não posso tirar uma casquinha. — Anny resmungou.

— Mas é muito sensual ver dois homens, está tão quente. — Natasha falou, ainda observando o dançarino que já estava no colo de outro homem.

— Senhoritas, creio que estejam no lado errado. — Um cara falou, olhando para nós de braços cruzados.

— Aqui é um país livre e eu exijo assistir esse show. — Natasha falou, botando as mãos na cintura.

— Mas essa parte é apenas para os homens, a sua é a do lado.

— Você agora quer ensinar ela? — Anny perguntou, cruzando os braços.

— Meninas, vamos para o outro lado, sem problemas. — falei, tentando levá-las, mas sem sucesso.

— Não. Eu exijo ver o show desse cara aqui. — Natasha falou.

— Se vocês gostarem, tem as apresentações para mulheres em outra ala também, mas essa aqui é para gays. — Ele explicou.

— Sim, eu entendo e nós já vamos...

— Eu disse um país livre, onde todos podem fazer suas escolhas! — Natasha exclamou animadamente, em cima de uma das mesas.

— Desce daí agora. — falei para ela, que me ignorou.

— Um país livre! — Dessa vez foi Anny que disse, se juntando a ela e as atenções estavam nas duas malucas em cima da mesa.

— Desçam daí, agora. — O cara falou para elas, que fingiram nem ouvir.

— Você é um arraso! — Elas gritaram para o stripper, que acenou para elas, rindo.

— Vamos logo. — pedi, vendo que seguranças se aproximavam de onde estávamos.

— Eu quero é curtir! — Anny respondeu, Natasha concordou.

— Desculpem, mas temos ordens para expulsá-las. — Eles falaram e eu gemi internamente, ótimo.

Eles pegaram as meninas e a carregaram apesar dos protestos que faziam, aproveite para pedir um uber.

(...)

Assim que o carro parou, eu as empurrei para dentro e entrei, com medo de entrar primeiro e alguma delas fugir.

— Moço, você é daqui? — Anny perguntou, o motorista olhou para ela e depois para mim, dei de ombros querendo mostrar que não tinha entendido.

— Não, senhorita.

— Ah, eu também não. Só vim pro casamento dessa vaca. — Natasha falou, apontando para mim.

— Sério? — perguntei, arqueando a sobrancelha.

— Mas uma vaca amorosa. Te amo, amiga. — Ela falou, me abraçando.

— Também te amo. — respondi, empurrando ela, que logo voltou sua atenção para o motorista.

— Sabe, eu não achei aqui muito legal. Já que nós não somos daqui, vamos mandar todo mundo se ferrar! — Ela falou, animadamente.

— Sim. É uma ótima ideia. — Anny falou, também animada.

— Você mora aqui, não faça nada. — falei para Anny, que me ignorou.

— O que você acha, a gente manda todo mundo e se ferrar? — Natasha perguntou para o motorista, que só riu sem graça.

— Melhor não, está tarde. — Ele respondeu.

— Mas eu queria tanto mandar todo mundo se ferrar. — Natasha falou, fazendo bico.

— Eu também. — Anny concordou.

— Amanhã eu deixo vocês subirem no telhado e gritar para todo mundo se ferrar. — falei.

— Promete? — Elas perguntaram.

— Prometo. — concordei, elas ficaram mais animadas depois disso.

Logo chegamos na minha casa e eu as levei para dentro – depois de pagar o rapaz – direto para o chuveiro a fim de fazer elas tomarem um banho gelado.

Não pode ter sido a despedida de solteira dos sonhos, mas o importante é que amanhã vou casar com Luiz e o principal: Tenho mais motivos para aporrinhar as minhas duas melhores amigas!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.