Apenas Uma Mentira?

Compras Com Um Modelo


No dia seguinte...

7 de Fevereiro, Quinta-feira, 2019.

P.O.V Da Jade

— Você não tem outro carro mais discreto, não? Esse é muito chamativo. - Apontei para o conversível vermelho.

— Sério? Essa bela máquina é uma McLaren SRL 722 Roadster. Todas as garotas piram quando olham para essa belezura aqui. - Se gabou todo orgulhoso alisando a lataria brilhante e impecável.

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Revirei os olhos e cruzei os braços, nem um pouco impressionada.

— Achei chamativa demais para o meu gosto, prefiro um carro mais convencional ou claro, uma moto, é mais irada! - Dei minha opinião.

— Claro! Você faz bem o estilo motoqueira. - Comentou.

— Eu amo adrenalina. Já participei de muitas corridas e ganhei a maioria, é claro. - Tive que me gabar também.

— Uau! Por quê não estou surpreso? - Sorriu, irônico.

— Não vou nem te responder... E aí? Vamos ou não vamos às compras? - Perguntei.

— Você sabe a resposta. - Abriu a porta do carro para mim.

— Poderia abaixar a capota? - Me acomodei no confortável banco de couro preto e coloquei o cinto de segurança.

— Qual é a graça de ter um belo conversível e dirigir ele com a capota abaixada num dia tão ensolarado e lindo como esse? - Colocou os estilosos óculos escuros e deu a volta para entrar no carro.

— Mas que exibido! - Resmunguei.

— Curte Imagine Dragons? - Revirou o porta-CD's.

— Não! - Respondi.

— Que pena, azar é o seu... - Inseriu o CD no micro-som preto.

A música preencheu o carro quando ele deu 'play', e o Oliver deu partida, nos guiando pelas ruas movimentadas de L.A.

[...]

Assim que chegamos no shopping, o Oliver foi reconhecido. Algumas fãs o cercaram pedindo fotos e autógrafos. Claro, ele parava e atendia a todas, sempre sorridente e simpático...

Algumas funcionárias disputaram entre si para atendê-lo, por onde ele passávamos, Oliver chamava atenção da mulherada.

— Essa calça não, escolha outro modelo. - Disse tomando a peça das minhas mãos.

— O quê? Essa calça é irada! Eu gostei muito dela. - Protestei.

— Olha, Jade, o que acha que minha família vai pensar te vendo usar essa calça cheia de rasgos, toda desfiada e com essas tachinhas pontudas? - Ergueu a calça mais maneira que tinha naquela loja.

— Eles vão ter certeza que tenho estilo. - Me limitei a dar um sorriso, convencida.

— Não, Jade! Eles não vão aprovar! - Avisou.

— Okay... - Suspirei. - Mas vou levar mesmo assim, inclua essa como parte do pagamento... - Já que ele ia bancar tudo, eu tinha que aproveitar, não é mesmo?

Ele chamou uma das atendentes e pediu para ela pegar algumas peças mais refinadas e comportadas.

— Essas chegaram ontem, da melhor marca que temos. - A mulher de cabelos acobreados mostrou 5 calças jeans que só modelos de passarela usam nos desfiles.

Peguei uma só para ver o nome da marca e o preço.

— 750 dólares? - Perguntei chocada.

— Estão em liquidação, senhorita! - A mulher de nariz empinado contou. - O preço varia de 1.000 à 1.600 dólares. - Disse com naturalidade.

— O quê? - Olhei para o Beck e balancei a cabeça, me recusando a levar qualquer uma delas.

— Gostou de alguma? - Perguntou me ignorando.

— Custam o olho da cara. Tem umas ali que custam 80 pratas, são bem mais bonitas e baratas. - Avisei o puxando.

Minutos depois...

— Olha que blusa linda, combina com o tom dos seus olhos. - Ele mostrou uma blusa bonita, era azul-cinzenta com um decote discreto.

— Gostei. - Peguei a peça, analisando-a.

— Tem essa outra. - Pegou uma verde-escura com o tecido sedoso.

Coloquei ela na cestinha rosa junto com as outras blusas.

— Procure uma preta e uma cor de vinho. Agora vou escolher alguns vestidos. - Avisei.

[...]

P.O.V Do Beck

— Ei, psiu, ei, Oliver! - Jade colocou só a cabeça para fora do provador.

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Eu estava a esperando, sentado numa cadeira acolchoada confortável, ela estava experimentando alguns vestidos.

— Rápido, vem aqui! - Me chamou como se não quisesse chamar atenção das outras pessoas.

Levantei e fui até ela, parando de frente para a porta. A morena olhou para os lados, sem jeito.

— Algum problema? - Perguntei em voz baixa, sendo discreto também.

— Sim. Me ajuda, fiquei presa. - Disse apressada.

— Como? Quer eu vá chamar alguma atendente para...

— Não! Apenas me ajuda aqui. - Abriu a porta e me puxou para dentro do provador.

— Oh... - Prendi o riso.

Nem sei como ela conseguiu se enfiar naquele vestido marrom super justo. Ela estava com o cabelo bagunçado e com o rosto vermelho, não sei se era de raiva ou de vergonha...

— Nossa! - Exclamei ainda prendendo o riso.

— Estou sufocada nesse maldito vestido apertado. Mal consigo respirar. Anda, Oliver. Esse zíper emperrou... Mas que droga! - Se virou tentando puxar o zíper.

— Uou! Calminha aí! Tenta ficar paradinha... - Afastei seus cabelos. - Vai, coloque a barriga para dentro, prenda a respiração... - Comecei a puxar o zíper.

Ela resmungou entre dentes. Não entendi nada.

Dei um puxão, o zíper desceu com tudo e o vestido se abriu revelando as costas alvas com algumas pintinhas espalhadas naquela pele branquinha... Ela estava sem sutiã.

Ouvi a morena suspirar aliviada.

Me afastei olhando as suas generosas curvas, a cintura fina e os quadris levemente largos. Aquela bela silhueta feminina bem na minha frente.

— Valeu pela ajuda. Agora pode se retirar, Oliver! - Disse ainda de costas para mim.

— Oh, certo... Disponha. Se precisar de mais alguma coisa, estarei aqui fora... - Falei antes de sair do provador.

— A sua namorada deseja provar mais vestidos? - Uma loira trajando um uniforme rosa-claro perguntou prestativa.

— Ela não é minha namorada... É minha noiva. - Menti. - Traga alguns modelos menos casuais, por favor! - Pedi.

— O senhor deseja algo mais sexy? - Sorriu indiscreta.

— Claro! - Assenti gostando da ideia.

[...]

— Você acha que eu tenho cara de quem sabe andar de salto? - Ela me olhou incrédula quando entramos em mais uma loja.

— Você é mulher. - Falei o óbvio.

— Nem toda mulher usa saltos. - Retrucou.

— Aprenda, não acho que seja um Bicho De Sete Cabeças. - Rebati.

— Oh, eu aprendo, sim, eu aprendo... - Disse mal-humorada.

— Maravilha! Vamos lá, Jade! - A puxei.

Minutos depois...

— Eu calço 38. Você é surda ou quê? - Jade perguntou para a atendente.

— Esse 36 é aberto na frente e ficaria...

— 38! Qual é o seu problema? - A morena disse num tom alto.

— Jade! - A repreendi.

— Não me repreenda, caramba! Essa mulher quer me empurrar um número menor. Meus pés não encolhem em passe de mágica, não! - Disse alterada.

— Me desculpe. - Olhei para o moça que estava vermelhinha de vergonha. - Mas ela tem razão. Traga alguns pares tamanho 38, por favor. - Pedi.

— Sim, senhor! - A atendente assentiu e foi pegar os sapatos.

— O que custa ser educada? - Indaguei a Jade.

— Ela não estava sendo educada comigo. - Rebateu.

Fechei os olhos e massageei as têmporas.

— Dê-me paciência, Senhor... - Sussurrei.

Minutos depois...

Comecei a rir quando a morena tentou andar com aqueles saltos. Ela deu alguns passos vacilantes, andando torta e tropeçou, quase caindo. A moça que estava nos atendendo prendeu o riso.

— Pare de rir, não tem graça! - Me olhou irritada.

— Você parece uma palhaça de saltos. - Falei risonho.

— Oras, seu... - Se abaixou retirando os Scarpins e arremessou um dos sapatos em mim. - Idiota! - Gruniu me jogando o outro.

— Sua namorada deve estar de TPM. - A moça acabou rindo.

— Ele não é meu namorado. - Jade disse emburrada.

— Sou o noivo dela. - Falei fazendo-a ficar vermelhinha.

Aquela era apenas uma mentirinha sem maldade.

— Tem como você dar umas aulinhas para ela aprender a andar de salto? - Perguntei a atendente simpática.

Jade me fuzilou.

— Claro, se ela quiser. - Respondeu a moça.

— Eu adoraria... - A morena disse com sarcasmo.

[...]

P.O.V Da Jade

— Eu não preciso de lingeries novas. - Me recusei a entrar naquela loja de roupa íntima.

— Por quê não quer comprar lingeries? - Ele perguntou.

— Porque eu não preciso ficar só de lingerie na frente da sua família, certo? - Falei o óbvio

— Certo. Mas eu estou pagando, escolha algumas para usar com as roupas novas. - Oliver insistiu.

— É sério, cara, eu não preciso de...

— Aceite como presente. - Me interrompeu.

— Pior ainda, você não é meu namorado, nem meu noivo, muito menos meu marido para me dar lingeries de presente. - Avisei.

— Não vejo problema algum nisso. São apenas lingeries. - Deu de ombros.

— É, pode ser, tanto faz, se eu aceitar você me leva para almoçar depois? - Perguntei.

— Claro. Também estou com fome. - Disse sorrindo.

— Quero uma sobremesa feita de café. - Falei.

— Eu compro a mais cara, o que você quiser. - Ele não cansava de jogar na cara que tinha grana?

— Eu só quero uma sobremesa gostosa, estou pouco me lixando se você pode comprar ou não pode! - Deixei bem claro.

— Depois que almoçarmos, vamos ao salão. - Falou.

— Claro que vamos... - Assenti. - Estou muito ansiosa por isso! Uhuuuul! - Bati palminhas, fingindo empolgação.

Ele apenas revirou os olhos e sorriu exibindo os dentes alinhados e perfeitos, parecia um modelo da Vogue Americana com sua roupa cara e estilosa.

Mas ele na verdade era um modelo canadense, metido e muito exibido.