The Last A: O Último Anis

Capítulo 4 - "Prazer em conhecer" não é uma opção.


Jason estava mesmo disposto a golpear o canino, que nada fazia a não ser observar seu movimento ofensivo. Ele, então, indaga:

— Muito bom, você não teme a morte. Você é tolo, mas não é um covarde... Sua morte é iminente, mas não a encontrará hoje...

E um imenso clarão emana do canino, iluminando todo o quarto, cegando totalmente Jason que, surpreso, protege seus olhos:

— Mas o que está acontecendo? Essa luz...

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E de forma inesperada, Jason acorda em sua cama, com um grito:

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Imediatamente sua tia e prima aparecem em seu quarto, todas assustadas. Iamiko diz:

— Tá maluco, seu demente? O que houve?

Jason olhava atônito, tentando raciocinar o que de fato havia ocorrido. Com uma das mãos tapando sua boca, pensa:

*Então... foi um pesadelo... ou não. Se eu insistir que não foi um pesadelo na certa vão falar que estou com algum problema e irão se preocupar e com certeza terei de voltar ao hospital... Bem, então vamos...*

Ele, tentando disfarçar, diz:

— Eh... Bem... tive um pesadelo horrível. Pensei que meu quarto estava sendo atacado por raios e tal... Mas agora estou bem, não se preocupem. E desculpem por isso.

Sua tia, já mais aliviada, diz:

— Ufa. Ainda bem. As vezes acontece mesmo...

— Mas mãe, esse demente tá agindo estranho. Melhor levar ele ao médico.

— Calma, Iamiko. Esse tipo de coisa costuma acontecer. Jason está se adaptando ainda...

Com Jason sentado a cama, as duas deixam seu quarto. O jovem, reflexivo, pensa:

*Fato... Aquilo não foi um pesadelo...*

Mais tarde...

Colégio de Aplicação de Yutsuka – 12:00 am

Durante o intervalo, Jason caminhava em direção ao ginásio. Estava ocorrendo um jogo amistoso entre a equipe de basquete de Yutsuka contra a equipe de uma cidade vizinha. Logo o jovem encontra Kazu, que estava sentado em uma das cadeiras da arquibancada no ginásio. Ele se aproxima e se senta ao lado do rapaz.

— Olá Kazu.

— E aí, tudo bem?

— Mais ou menos...

— O que houve?

— Kazu, a quanto tempo você se mudou para esta cidade?

— Hum... Fazem uns três anos, porque?

— Tenho algumas perguntas a fazer.

— E quais seriam?

— Soube que aconteceu certas coisas na floresta. O que sabe sobre?

— Bem, dizem que houve um tipo de virose por lá... mas faz tempo.

— Isso tem a ver com o que aconteceu a Hakiro?

— Não... bem, soube somente que ele sofreu um acidente. Ele estava machucado quando o encontraram.

— Então ele lutou.

— Hã? Como disse?

— Esqueça. Ele sofreu algum ferimento que chamou a atenção?

— Hã? Como assim?

— Algum ferimento gerado por raios, luz, sei lá...

— Não sei de nada disso, mas porque você está me perguntando isso?

— Por nada... Estou somente investigando.

— Investigando o que?

— Desconfio que Hakiro foi atacado por alguém... ou alguma coisa.

— O que? Mas... como assim? E porque pensa isso? Já investigaram até, não houve nada disso. Pelo que soube, a polícia investigou por mais de um mês.

— Podem estar errados...

— Pega leve com nisso, Jason. Seu amigo está bem.

— Eu não aceito a condição dele. Ele merecia mais, muito mais nessa vida. Eu vou investigar. Tem coisas muitos estranhas acontecendo por aqui.

— Mas porquê quer tanto investigar? E que coisas são essas?

— Hakiro é um cara forte. Nós não treinávamos só basquete. Também éramos bons alunos de karatê. E ele lutava melhor do que eu. Eu sei que ele tinha parado de treinar, porque se empenhou mais no basquete, mas...

— Mas?

— O que não encaixa é porque ele foi encontrado na floresta. E como ele perdeu a memória? Como uma virose poderia causar isso?

— Eu não sei. Mas acho melhor você pegar leve, cara. Investigaram sobre tudo e pouco descobriram.

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— Ainda assim, eu vou investigar.

— Bem, mudando de assunto... Lembra da Shizuka?

— Quem?

— Aquela garota que você esbarrou na cant...

— Ah sim, Sei. O que tem?

— O irmão dela ficou sabendo o que aconteceu.

— E daí?

Kazu, mudando completamente seu semblante, diz:

— Fique longe dele.

— Porque?

— Para evitar problemas.

— Você acha que eu sou de fugir de problemas? Não me conhece direito, Kazu.

— Falo sério. Não se meta com ele. Peça novamente desculpas e o esqueça.

— E porque eu deveria pedir desculpas novamente? Eu me desculpei com a irmã dele, então já fiz minha parte.

— Você não entende. Somente peça desculpas e tudo vai ficar bem.

— Tô pouco me importando com isso. Nem conheço o mané e já acho ele um "péla saco"...

E surpeendendo Kazu, duas mãos aparecem sobre os ombros de Jason, que fica sem ação. Jason se vira rapidamente a fim de olhar quem era. Com um sorriso suspeito no rosto, era um jovem com cabelo longos de cor azul, com olhos da mesma cor e com estatura alta, trajando o uniforme escolar como os demais. Jason de forma violenta, retira as mãos de sobre seus ombros e diz:

— Tu deve estar me estranhando, né cara? Não pertenço a essa turma, tá sabendo? Nada contra, mas comigo você não vai conseguir nada.

O rapaz, ainda com as mãos suspensas, diz:

— Então você é o Jason. Esperava alguém mais educado.

— Vá a m*rda com isso! Tu vir assim do nada é ser educado? E como me conhece?

Kazu ainda estava atônito, fora de si. Observava a conversa dos dois daquela mesma forma. O rapaz de cabelos azuis diz:

— Muito bem Kazu... Diga a ele quem sou, e eu sei que você quer fazer isso.

Jason, ficando ainda mais irritado, diz:

— Deixa o Kazu fora disso. O lance aqui é entre eu e você!

Kazu, com o semblante mais baixo, segura no braço de Jason e diz:

— Jason, ele é Kuon. Ele é o irmão de Shizuka. E pare de agir assim, por favor.

— Ah então esse é aquele que você disse que era problema, é?

Kuon, olhando para Kazu, diz:

— Problema? Kazu e sua mania de querer ajudar a todos. Pelo visto Jason não vai te dar ouvidos, Infelizmente.

Jason estava ainda mais irritado. Era possível ver isso em seus olhos.

— Qual é a sua, cara? Já estou de saco cheio desse seu jeito de falar, sabia?

— Prazer em conhecê-lo. Me chamo Kuon.

— Mas pode ter certeza que eu não digo o mesmo.

Kazu, mostrando estar irritado com as palavras de Jason, diz:

— JASON, PARE DE AGIR ASSIM!

Kuon, mostrando a mesma calma de antes, diz:

— Quer que eu conte como seu amigo ficou daquela forma?

Jason se surpreende ao ouvir o que Kuon disse.

— Como é, cara? Você sabe?

— Sei sim...

— Beleza, então. Tem minha atenção agora. Fale.

Kuon, demonstrando ironia em seu rosto e na forma de falar, diz:

— Ele não passava de um curioso que não soube se segurar. Nós avisamos para que não entrasse naquela floresta, mas ele sempre foi cabeça dura.

— COMO É QUE TU FALA ASSIM DO HAKIRO NA MINHA CARA DESSA FORMA, SEU DESGRAÇADO?

— Só estou falando a verdade. Ele surtou, deixou a quadra, o time, seus amigos e do nada foi para aquela floresta de noite. Ninguém aqui sabe o que aconteceu por lá, mas seu amigo foi um idiota em ter feito isso.

— CALA A BOCA, P**RA!

Jason, ao ouvir as palavras de Kuon, estava quase explodindo de tanta raiva que sentia. Ele iria partir para cima de Kuon, mas Kazu o impede e o segura. Jason diz:

— Kazu, me largue. Eu vou esfolar esse desgraçado!

— Pare com isso, Jason. Não faça nada que vá ser arrepender depois.

— Ele que vai ser arrepender por ter falado assim do Hakiro!

Kuon continuava dizendo:

— Seu amigo foi o principal culpado. Nós avisamos... Ele foi naquela floresta sozinho e... simplesmente surtou. Ficou batendo a cabeça contra uma árvore e depois se jogou em um buraco.

Jason estava transtornado. Kazu mal conseguia segurá-lo:

— Jason, controle-se! Todos estão olhando pra nós!

— MENTIRA! HAKIRO NUNCA FARIA ISSO! ALGUNS COISA ACONTECEU ALÉM DISSO!

Kuon termina seu relato:

— Eu estava lá. Eu vi seu amigo surtar, do nada. A polícia investigou. Seu amigo foi mais uma vítima da Virose Maldita. Aquela área estava isolada de noite e ele a invadiu, mesmo sabendo disso. Seu amigo foi imprudente e pagou caro por isso. Aceite esse fato.

Jason, refletindo com o pouco de consciência que tinha no momento, pergunta a Kazu:

— É verdade, Kazu?

— Sim. Queria poupá-lo disso.

— Deveria ter me contado.

— Isso não importa mais. Mas mesmo assim peço desculpas.

Kazu, percebendo que Jason estava mais calmo, o solta. Kuon, se aproximando do rapaz, diz:

— Sinto muito pelo seu amigo.

— Eu não quero falar com você...

— Mas eu quero... Eu ainda não terminei.

— Não me importo.

— Não se importa... Hum... Sua educação é um exemplo, sabia?

— Vá a m*rda!

Kuon se aproxima lentamente de Jason e, fitando-o nos olhos, diz, com uma voz ameaçadora:

— Seu comportamento não poderia ser mais insuportável, mas irei relevar pela minha irmã. Ela me disse o que você fez e eu vim agradecê-lo pelo que fez. Mas creio que não deva fazer isso, principalmente depois desse seu comportamento. Você é um problema, e eu odeio problemas...

Kuon fitava Jason de forma ameaçadora. Tanto que até mesmo Kazu temia, pensando pelo pior.

*Droga... Primeiro a Shizuka e agora Kuon... Essa situação não é adequada, preciso mesmo fazer alguma coisa pra evitar o pior.*

Jason, naquele momento, sentia-se como daquela última vez com a irmã de Kuon.

*Essa sensação outra vez... Ele está falando sério... Eu... Eu não sei o que dizer... Eu não... Essa sensação... Me incomoda...*

Kuon continuava, já com um semblante ainda mais ameaçador que sua voz:

— Quero que fique longe dela. Para sempre.

Kazu, mostrando desespero em seu olhar, só observava os dois. E Kuon, mostrando ainda mais seriedade em suas palavras, conclui:

— E fique longe dos meus amigos. Melhor, quero que fique longe de tudo que me envolva. Caso desobedeça, você vai lamentar muito com o que vai acontecer com você, humano...

Continua.