Às estrelas e além

Capítulo 2


São Paulo, 9 de dezembro de 2016

Não sei ao certo como marcar o dia de hoje ( ou ontem, considerando que são 3 da manhã do dia 10). Mas vou marcar como sendo o dia 9, afinal, foi um dia incrível e aconteceram tantas coisas que nem tive tempo de escrever neste diário. Então aí vai.

Acordei e fiz meu habitual bolo de caneca. Ao sentir o cheirinho de chocolate, escuto, vindo da sala:

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— Que bom presságio!

— Do que você está falando, Bel?

— A mestre cuca está de parabéns! Pelo menos hoje conseguiu não queimar o bolinho!- disse minha irmã mais velha, com seu sorriso irônico.

— Isabel, eu sei que hoje é o seu baile de formatura, mas pare de ser tão má com sua irmã. E outra:não se atrase para o ensaio!

— Pode deixar, mãe! - e saiu rápida como um raio pela porta da frente.

Na escola, minha turma ( o primeiro ano do Ensino Médio) teve sua última avaliação: a temida prova de Física.

Depois do intervalo, todas as turmas já tinham feito a última atividade avaliativa, e, assim, deu-se início aos jogos interclasse.

Como a turma dos formandos era a queridinha dos professores devido às suas excelentes médias em todas as avaliações da rede de escolas, todos os professores do Ensino Médio foram até o auditório numa espécie de "festinha de despedida".

Pela minha surpresa, Isabel também me convidou: "Estamos convidando os irmãos de alunos, além dos professores. Se não quiser vir não precisa." Mesmo diante desse tom "só estou chamando para não levar bronca da mamãe", resolvi ir.

Fui com minha companhia mais preciosa depois da Julieta (minha melhor amiga que está fazendo intercâmbio na Alemanha): um livro.

Sou estranha, eu sei. Quem em sã consciência leva um livro para uma confraternização!? Pois é, eu. Minhas memórias mais antigas são de passar o recreio na biblioteca, lendo. Nunca fui muito sociável, e um livro, além de uma ótima companhia, é também uma ótima estratégia para não precisar interagir. Lendo eu encontro meu conforto e não passo vergonha diante de ninguém.

A única pessoa que conseguiu "abrir uma brecha" em meio a todos os livros foi a Julieta. Ela, que com aquele jeito todo expansivo tem amizades em todas as turmas da escola. Não duvido nada ter feito amizade com algum alemão logo no primeiro dia em Frankfurt!

Mas voltando à "festinha"...

Saindo das caixas de som, era possível identificar os maiores sucessos do Pop na atualidade. Enquanto isso, as pessoas pareciam querer sobrepor os volumes de suas vozes à música, e cada um falava mais alto que o outro. Esse tipo de cacofonia me atrapalha um pouco, mas não me impede de ler. Assim, logo tirei meu volume de "Crime e castigo" da mochila.

Mal tinha começado a ler e fui logo interrompida...

(Continua)