Não tenho escolhas

Alice ficou perplexa encarando Zabini que sorria largamente esperando qualquer reação da garota.

- O que está acontecendo aqui?

- Eu planejei essa noite romântica...- Ele parou olhando o semblante da garota desconfiada. - Está bem, Dylan me ajudou a organizar tudo.

- Foi o que eu pensei. - Ela balançou a cabeça negativamente conhecendo o garoto o suficiente tendo certeza que não teria capacidade sozinho.

- O que eu sinto por você é forte demais para deixar acabar assim. - Disse estendendo o buquê para ela que aceitou relutante. - Me desculpa pela minha burrada, eu nunca deveria ter mencionado dinheiro. Na verdade eu acho toda essa riqueza uma maldição. - Pronunciou sombrio. - Sabe porquê sou tão rico?

Alice balançou a cabeça em negativo.

- Porque minha mãe vive casando e todos acabam morrendo só restando a fortuna de cada um. É deprimente vê-la triste, chorando pelos cantos por mais uma perda e quando conhece outra pessoa fica feliz e esperançosa acreditando ter outra oportunidade para ser feliz, mas a trágica história se repete, se repete e não aguento mais vê-la sofrer e sempre sou eu que ajudo juntar seus cacos. Ela se casou sete vezes, Alice e todos morreram e eu sou a única pessoa que ela tem.

- Eu sinto muito. - Alice disse entristecida colocando a mão no ombro dele.

- Eu sei que sou idiota, que faço merda e falo besteiras e que nunca consigo expressar meus sentimentos, mas só quero que saiba que eu te amo.

- Eu também te amo mesmo ouvindo suas cantadas patéticas, mesmo com nossas brigas constantes e meu ódio mortal por você diariamente. Tudo isso me fez pensar em você a maior parte do tempo pode parecer clichê, mas foi todo esse ódio que fez me apaixonar por você.

Zabini a beijou profundamente tentando demostrar todo o amor contido por tanto tempo e finalmente tinha conseguido a chance que tanto sonhava.

~~~

A aula havia terminado, professor Snape observava atentamente cada movimento dos alunos na esperança de descontar pontos da grifinória. Hermione perdeu cinqüenta pontos por responder a maioria das perguntas e Snape tirou todos esses pontos alegando que era exibicionista a deixando constrangida.

Ela pego a mochila jogando num ombro só e carregou consigo cinco livros pesados que dificultavam sua visão.

Mas parou a caminhada quando sentiu alguém segurar seu braço. Virou-se rapidamente encontrando Dylan que parecia apreensivo.

- Oi. - Ele cumprimentou envergonhado.

Havia dias que não trocavam nenhuma palavra e isso acabou afastando os dois.

- Oi. - Respondeu olhando o garoto reparando o quanto estava ficando mais lindo a cada dia. Ela balançou a cabeça tentando evitar esses pensamentos.

- Eu só quero saber se...- Dylan se interrompeu talvez temendo a resposta dela, se fosse positivo iria desistir definitivamente dela.

- O que? - Perguntou impaciente pela demora.

- Você gosta do Malfoy? Está afim dele? - Indagou no fio de voz.

- Eu não estou afim do Malfoy. - Ela falou convicta.

- Então você não quer Malfoy? - Perguntou sorrindo aliviado.

- Não. - Repondeu sendo sincera. - No máximo somos amigos. Ele está muito diferente esse ano e estou conhecendo um lado novo dele.

- Então você aceita me encontrar hoje na torre de astronomia? - Disse esperançoso.

- Pode ser. - Respondeu concordando que não poderia mais adiar aquela conversa.

~~~

Dylan estava debruçado sobre as grades da torre sentindo um vendo fresco passar sobre seu rosto o refrescando. Havia feito os últimos detalhes com os gêmeos tendo certeza que estivesse tudo pronto para o momento. Havia esperado dez minutos quando Hermione apareceu estava ofegante pela pequena corrida que tinha feito.

- Me desculpa a demora, eu estava na ronda. - Justificou se aproximando dele.

- Ou seja estava com Malfoy.

- Não vai começar com seus ciúmes. - Disse brava.

- Só estou pensando alto. - Virou-se para ela sorrindo. - Esquece o que eu disse.

- Por que me chamou aqui? - Perguntou cruzando os braços.

- Porque eu te amo e já pedi desculpas tantas vezes. Eu decidi me afastar de você pois não tinha coragem suficiente para me aproximar depois de todo o sofrimento que fiz você passar. Sei que vou ter que passar minha vida toda compensando você pelo meu erro, mas eu decidi não desistir de você, pois é o amor da minha vida, que eu faria qualquer coisa para que ficasse bem e que se eu pudesse morreria para salvar você sem pensar duas vezes. Eu nunca imaginei sentir tanto amor por alguém como sinto por você. - Ele conjurou um buquê de rosas a entregando. - Volta para mim? Eu te juro que dessa vez vai ser diferente e que vou compensar você por tudo.

- Eu...

- Não, não responda agora. - Falou apontando para o céu onde houve uma explosão de fogos escrito.

" Eu não sabia o que era amor antes de conhecer você. O seu sorriso me fascina, você é encantadora, brilhante e uma garota extraordinária. Eu sei que errei, mas se me der outra oportunidade a farei a garota mais feliz do mundo.

Me perdoa?

Volta para mim?

- Tive ajuda do Fred e J...- Dylan fora interrompido pelos lábios de Hermione que o beijava intensamente o beijo era molhado por conta das lágrimas que ela havia soltado segundos atrás.

- Então estou perdoado? - Perguntou ofegante pelo beijo e escorou sua testa na dela.

- Acho que sim. - Respondeu voltando a beijá-lo novamente era muitas saudades contidas.

Ela percebeu que precisava dele tanto quanto o ar que respira e desejou que o tempo congelasse só para permanecer o resto da vida ali nos seus braços.

***

Os dias foram passando e Hermione e Dylan ficaram mais felizes que nunca e passavam a maior parte do tempo juntos.

Ambos estavam sentados num lençol nos jardins de tarde depois da longa carga de aulas.

- Eu te amo. - Selinho. - Amo. - Selinho. - Dylan dera selinhos em Hermione várias vezes e repetiu o quanto a amava.

- Eu também te amo muito. - Ela respondeu sorrindo largamente.

- Imagina nós dois casados. - Dylan falou empolgado.

- Casados? Mas ainda estamos no quinto ano.

- Não é agora, Hermione. - A tranquizou. - Embora se quisesse poderíamos casar agora mesmo.

- Não. Acho melhor esperarmos um pouco mais. - Respondeu pegando um morango e mordendo o mesmo.

- Nós dois morando juntos com três filhos.

- Três? - Ela falou se esgasgando com a fruta.

- Sim. - Falou alegre mordendo uma maçã. - Eu quero ter três filhos. Dois meninos e uma menina.

- Interessante. - Falou o observando que tinha olhos brilhantes só imaginando a cena. - Não sabia que tinha vontade de ser pai.

- Eu sempre tive. - Confessou sonhador. - Você não?

- Sim, algum dia.

- Eu ensinaria tudo que sei sobre quadribol para eles e ela seria minha princesinha.

- Imagina nossos netos.

- Sim, dos nossos filhos homens.

- E nossa filha também vai casar.

- Sim. - Respondeu sério. - Quando tiver trinta anos e sair de casa.

- Não pode prender a menina até trinta anos em casa, Dylan. - Hermione o repreendeu com indignação.

- Eu mato o cara que encostar nela. - Falou furioso.

- Eu não acredito que você vai ter toda essa proteção com a garota.

- Acredite, eu vou. - Repondeu sério a fazendo balançar a cabeça negativamente ficando com pena da futura criança.

~~~

Humbridge havia passado dos limites virando diretora de hogwarts, após inventar que Dumbledore estava exércitando um grupo de estudantes contra o ministério pela armada de Dumbledore, grupo feito algumas semanas atrás tendo Harry como professor para que aprendessem alguma magia aquele ano.

Dumbledore sumiu inesperadamente utilizando Fawkes seu bichinho de estimação deixando a escola totalmente a mercê da megera que decretou várias regrinhas absurdas.

Os estudantes estavam almoçando dali a poucos minutos a grifinória teria aula sobre aquela matéria que todos odiavam tanto.

— A culpa foi minha. - Harry desabafou. - Se eu não tivesse concordado em dar aulas Dumbledore não teria sido expulso do cargo dele.

— Não, Harry. - Hermione o consolou. - O ministro queria expulsar Dumbledore há tempos e só usou a AD como desculpa.

Hermione o encarou pesarosa tinha absoluta certeza que nada poderia o consolar. Harry estava se afundando nos próprios pensamentos, ele tinha perdido uma parte da própria essência e era horrível observar isso tudo sem pôde fazer nada.

~~~

Hermione estava aproveitando a hora vaga para tricotar meias. Havia passado tempo demais preocupada sobre os elfos domésticos imaginando como eram tratados de forma desumana. Então resolveu criar F.A.L.E uma causa com propósito de libertar elfos domésticos ou que pelo menos conseguissem seus direitos tendo pagamento e dia de folga.

Ela estava tricotando na sala comunal, havia pedido Harry e Rony para ajudar na causa, porém negaram a deixando sozinha nisso.

Tinha terminado de tricotar cinco meias e guardou dentro da mochila resolvendo que entregaria aos elfos pessoalmente na cozinha.

Saiu do salão comunal caminhando pelos corredores quando sentiu alguém tampar sua boca carregando ela para uma sala vazia. Assustada começou a gritar, mas o som saia abafado e se debateu utilizando toda força falhando, pois a pessoa era mais forte.

- Sou eu, Granger. - Draco falou a fazendo acalmar um pouco. - Tenho um aviso importante e estou arriscando minha pele contando sobre isso. - Falou a largando finalmente que respirou profundamente recuperando o ar.

- Você enlouqueceu? Me agarrar assim de repente? Eu quase tive um ataque do coração. - Ela falou furiosa.

- Vai querer ouvir o que tenho a dizer ou não?

- O que tem a dizer? - Perguntou ainda furiosa cruzando os braços.

- Como sabe meu pai é comensal. - Começou olhando seus próprios pés. - Você sabe quem deu uma missão importante para ele...é uma coisa que envolve seus pais.

- O quê? - Gritou perplexa sentindo um nó formando na garganta a deixando completamente sem ar.

- Você sabe quem descobriu que você é quem ajuda o Potter e foi graças a você que Potter não morreu durante todo esse tempo e ele quis atingir você de algum modo e está mantendo seus pais em cativeiro no porão da minha casa.

- Não, não pode ser. - Disse extremamente abalada as lágrimas caindo pelo seu rosto. - Porque está me contando isso?

- Porque eu comecei a gostar de você. - Admitiu sendo sincero e pela primeira vez encarou os olhos castanhos dela. - Passar tempo com você nas rondas me fez conhecer você melhor e percebi que apesar de ter cabelo de vassoura e ser sangue ruim é uma boa pessoa e não merece...me desculpa Granger. - Falou a abraçando apertado que não entendeu essa reação dele, mas não questionou, realmente precisava do abraço naquele momento.

- Eu preciso ir atrás deles. - Choramingou molhando a gravata dele. - Eu preciso resgatar meus pais, por favor me ajuda Draco. - Disse desesperada.

- Não é uma boa ideia, Hermione. Eles podem matar você...não sabe o tanto de pessoas que vi falecendo na minha frente, o quanto torturam...passei as piores férias de verão da minha vida tendo você sabe quem morando na minha casa, se eu pudesse...se eu tivesse escolhas...

- Você tem Draco, todos nós temos uma escolha.

- Todos tem menos eu, Granger. - Admitiu tendo seus olhos azuis acinzentados com brilho demais perante as lágrimas que se acumulavam. - Eu estou gostando mesmo de você e se descobrem estou morto.

- Você pode vim para ordem, tenho certeza que ninguém vai julgar você, todos vão acolher você.

- O problema Hermione é que se eu passar para outro lado, eles matam minha mãe.

Hermione o abraçou que naquele momento chorou no ombro dela parecendo uma criança.

- Eu não tenho escolhas. - Admitiu chorando mais.

- Precisamos encontrar uma maneira de tirar meus pais da sua casa e depois poderemos pensar numa maneira de tirar você e sua mãe.

- Vamos hoje a noite depois da ronda, poderemos usar a passagem da bruxa do olho só que dar para dedos de mel e depois voamos juntos na minha vassoura até minha mansão.

- Você disse voar? - Ela perguntou empalidecendo.-

- Sim, algum problema? - Perguntou confuso.

- Eu tenho medo, mas meus pais são mais importantes. - Disse decidida. - Nós vamos hoje a noite.