Chat ficou parado me encarando em silêncio e a primeira coisa que eu fiz foi dar um forte abraço nele, o que o pegou de surpresa.

— Eu achei que você tivesse ido embora por causa das coisas que eu disse aquele dia. – o loiro colocou seus braços ao redor do meu corpo e retribuiu o abraço.

— Disse a você que estou aqui e não vou a lugar nenhum.

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— Eu sei, só que... Eu... Sinto muito.

— Tudo bem. – nos separamos e ficamos nos encarando, como se nada mais existisse além de nós dois. – Hã... Eu vim aqui porque... Porque acho que precisamos conversar. – Chat falou quebrando o contato visual e olhando para o chão.

— Também acho.

— Olha, eu entendo que você é apaixonada pelo Adrien e que eu não devia ter me metido e dito pra você tomar cuidado com seus sentimentos. – o garoto respirou fundo e sentou novamente na minha cama – Se você disse que pode controla-los, eu devia ter confiado na sua palavra, mesmo você tendo um conjunto de sutiã e calcinha com estampa de joaninha. – senti minhas bochechas queimarem – A verdade é que eu sempre atrapalho você, mas eu não quero que pense que é por querer.

— Eu não penso isso, não se preocupe. – sentei ao lado dele, fazendo com que seu olhar se voltasse para mim. – De um jeito bem esquisito, você tem sido um grande amigo. E quando eu digo esquisito, quero dizer bem esquisito. – ele riu e encarou o chão novamente.

— Você é incrível, Marinette. É impressionante como sempre consegue enxergar o melhor lado de todo mundo. Por isso é tão especial. – corei novamente – Quero dizer, não só por isso.

— Às vezes, certas pessoas podem te fazer uma boa pessoa.

— Tem razão, mas não acho que precise de alguém. Você tem seu próprio brilho, é totalmente única. – sorri e encarei o chão, completamente envergonhada, mas muito contente em ouvir aquilo.

— Você também tem seu próprio brilho.

— Obrigado.

— E devo dizer que estou impressionada que esteja elogiando alguém que não seja você mesmo. – ele riu.

— Você quer que eu comece a me elogiar? Porque eu posso fazer isso, mas provavelmente vamos ficar aqui por muito tempo, já que eu tenho incontáveis qualidades. – Chat fez uma expressão convencida e eu dei um soquinho amigável em seu braço. – Ai!

— Não seria você se não falasse algo do tipo, não é mesmo?

— Claro. Se eu não me enaltecer, pode saber que me sequestraram e fizeram um clone, porque certamente não sou eu. – nós rimos. – De qualquer maneira, me desculpe por sempre fazer confusão na sua vida.

— Bem, também não seria você se não causasse confusão na minha vida.

— Wow! Reviravolta.

— Minha vida é cheia delas, você nem imagina! – Chat olhou para mim e deu um sorriso amigável.

— Espero que a maioria delas tenham sido boas.

— Foram sim. – retribuí o sorriso. – Eu posso te perguntar uma coisa?

— É claro. – voltou sua atenção para mim.

— Lembra quando você me perguntou se eu acreditava em destino? – ele assentiu – Eu respondi a pergunta, mas eu queria saber... Você acredita no destino? – o loiro respirou fundo e olhou para frente.

Chat ficou alguns segundos em silêncio e eu presumi que estava pensando sobre sua resposta, já que era uma pergunta complexa. O que me deu tempo para refletir um pouco também.

Muita coisa tinha acontecido na minha vida depois que Chat Noir apareceu nela, muita coisa mesmo. Eu vivi a mesma rotina durante toda a minha vida, e foi só o loiro aparecer que eu fiz inúmeras coisas que, por mais que não sejam tão extraordinárias assim, eu não imaginei que faria um dia.

E mesmo depois que ele sumiu, não voltei a ser a Marinette parada de antes. As coisas tinham mudado e para melhor.

Obviamente eu sentia muito a falta de Chat, mas levava comigo todos os momentos que tínhamos – ou não – vivido juntos e tudo que “aprendi” com ele. Não ter medo, agir, viver os momentos. Novamente, coisas simples, no entanto, coisas que eu não fazia antes.

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É difícil mensurar de fato o impacto que Chat Noir teve na minha vida, porém eu poderia afirmar com toda certeza que ele foi grande. A única parte ruim de tudo isso, foi que quando eu entendi o verdadeiro significado de “fazer as coisas acontecerem”, Chat sumiu e eu não sabia como traze-lo de volta.

Só que agora ele estava aqui novamente. E agora a parte ruim, é que eu não sei como faze-lo ficar.

— Como você disse, eu acho que a vida é imprevisível. – falou depois do tempo em silêncio – Acho que você precisa sim se preocupar com o futuro, mas não só um.

— Como assim? – encarei o garoto loiro com atenção.

— Bem, se a vida é imprevisível, você deve se preocupar com qualquer tipo de futuro que possa se tornar realidade.

— Entendi.

— Acredito que seja importante você estar bem no momento, afinal, ele é o futuro de algo. Por exemplo, hoje é o futuro de ontem. Talvez seja mais fácil enxergar o futuro como um tempo mais curto já que ninguém consegue ver muito longe.

— Mas é bom que esteja preparado.

— É. E o que você disse sobre algumas coisas são feitas para acontecer e que as nossas escolhas de certa forma nos conduzem a elas de maneira diferente, concordo com você.

— E você acha que nós... – hesitei por alguns segundos, recebendo o olhar atento de Chat. Pensei eu não seguir com o que eu ia dizer, mas acho que agora é o momento perfeito – Acha que estamos destinados ou somos apenas a consequência de uma ação, algo que temos que passar?

— O que quer dizer? – respirei fundo.

— Você acha que nós dois... Eu e você, somos destinados ou apenas um momento, tipo aqueles que a gente precisa passar pra tirar uma lição disso? – olhei para os meus sapatos – Porque bem, eu achava que era a segunda opção, só que... Eu já não sei mais. – encarei Chat, olhando em seus olhos. – O que nós somos?

O loiro soltou uma risada leve.

— O que você quer que nós sejamos?