A Agenda

Capítulo 25- O Dia de Lee-na


À meia noite, Jin e JHope renderam os três BTS do primeiro turno, enquanto Namjoon trazia café para eles. Sentaram-se no chão e permaneceram conversando baixo sobre qualquer coisa. Por volta das duas horas da madrugada, a porta do estúdio se abriu e Suga saiu, vendo os três amigos ali, sentados. Balançou a cabeça e seguiu, ignorando-os.

Jin levantou-se e seguiu o amigo pelo corredor, vendo que ia para o banheiro. Pouco depois, escutou a descarga e suspirou, relaxando a mente. Suga saiu e encarou-o, fechou a cara e voltou para o estúdio. Namjoon olhou para JHope e este comentou:

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—Viu o semblante dele?

—Aquela neutralidade é mais preocupante do que quando está triste ou zangado.

JHope concordou:

—É quase como se ele fosse outra pessoa!

Jin encara os amigos:

—Agust D?

—Sem essa cara!

JHope se levanta:

—Vou ao banheiro!

Nisso as luzes do estúdio de Suga se apagam e eles escutam o som do pequeno sofá ranger sob o peso do rapper. Namjoon coloca o indicador sobre os lábios, pedindo silêncio e os outros esperam. Pouco depois o ressonar de Yoongi ecoa no cômodo e seus amigos ficam mais tranquilos.

O líder BTS coça a nuca:

—Vão dormir... Vou ficar de campana. Se eu me cansar, chamo um de vocês, ok?

Exaustos, os amigos voltam para o salão de treino e se acomodam nos tatames e sacos de dormir. Namjoon apanha outra caneca de café e seleciona um livro em seu celular. Ainda tinha algumas horas até o amanhecer.

Jin apareceu por volta das 5 horas da manhã e encontrou Namjoon cochilando, recostado à porta do estúdio. Toca seu ombro:

—Namjoon?

O líder despertou e esfregou o rosto:

—Oh, man! Acho que caí no sono! Agora a pouco eu lia um livro e...

—Vá dormir direito. Eu fico por aqui. Daqui a pouco amanhece...

—Certo! Valeu...

—Alguma novidade?

—Yoongi ainda tá dormindo.

—Melhor assim.

Enquanto Namjoon vai se acomodar no salão de treino, Jin sentou-se no chão. Em sua mente, imaginou como seria o encontro de Suga e Lee-na. Ficou com medo que o BTS voltasse ao humor inicial de quando a conheceu, magoando-a ainda mais e aumentando o sofrimento de ambos.

As luzes do estúdio se acenderam e Suga saiu de lá com um nécessaire e toalha de rosto. Ele ignorou Jin e seguiu para o banheiro, voltando algum tempo depois de cara lavada e cabelos penteados. Já de pé, Jin falou:

—Suga. A gente precisa conversar...

O rapper olhou-o:

—Precisamos?

—Pare com isso. Não vai melhorar se você...

Suga fecha os olhos, contraindo as sobrancelhas:

—É... Não vai melhorar. Então eu posso escolher com que humor começar o meu dia, não?

Suga vai até a porta e Jin comenta:

—Ela virá hoje.

O rapper para de andar, mas não se vira:

—E daí? Isso vai mudar alguma coisa?

E entra no estúdio, fechando a porta. Jin suspira, derrotado, e vai para o salão onde os amigos dormiam profundamente. Resolveu imitá-los e acomodou-se num canto. Precisava de suas forças para o que estava por vir.

A mãe de Lee-na acompanhou-a até o ponto de ônibus, beija o rosto da filha e diz:

—Tem certeza que quer ir até lá?

Lee-na acenou com a cabeça e entrou no veículo. Sentou-se e colocou os fones de ouvido e até o final de seu trajeto não pensou em nada, enquanto escutava uma música, Inventionem-IV Harmonie, de Yun Isang, um compositor coreano que viveu e faleceu exilado em Berlim.

Parou frente à BigHit e ergueu o olhar para o prédio. O peito estava oprimido e sentia as pernas trêmulas. Conhecendo Suga, ela prevê que ele não estaria no seu melhor humor. Respirou fundo e entrou no prédio. No corredor, olhou ao redor. A empresa ainda estava deserta da maioria dos funcionários e ela segue para a sala do manager, esperando-o chegar.

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Abriu o computador e leu a agenda, onde muitos compromissos do BTS estavam remarcados e outros cancelados. Lamentou o transtorno causado ao grupo e baixou a cabeça, debruçando-se sobre a mesa. Pouco depois os estagiários saíram do elevador e tomaram o corredor com suas vozes e risadas.

Eun Ja viu a luz da sala do manager acesa e correu até lá, dando gritinhos eufóricos ao ver Lee-na:

—Kyun Lee-na! Você veio!

Os outros estagiários entraram logo atrás da colega e exclamaram, falando todos ao mesmo tempo sobre a radical mudança da colega de estágio. Lee-na foi abraçada pelas colegas e afagada nos ombros pelos rapazes. Kim Dan sorria:

—Vai poder exercitar seu inglês, hein?

Todos riem e Lee-na sorri, mas não tão animada quanto o grupo. O único motivo que não a fazia fraquejar era pensar que sua família estaria unida novamente e sua mãe voltaria a sorrir como antes. Após a recepção acalorada, os estagiários se dispersam e a jovem fica sozinha de novo. Sabia que os BTS estavam no salão de treino, com certeza dormindo, e que Suga estava a poucos passos de distância dela.

Ela não quer chorar de novo. Certamente não ia conseguir parar tão cedo. Queria estar firme para quando visse seus amigos. Queria estar firme quando visse Yoongi.

O primeiro a ver Lee-na foi Jungkook. Ela abraçou-o e afagou suas costas, tentando acalmá-lo. Ele chora em silêncio, envergonhado e ela falou com carinho:

—Tudo bem, JK...

Jimin apareceu em seguida e tentou sorrir, mas as lágrimas tomaram conta de seus olhos e ele falou:

—Eu disse que não ia chorar na sua frente...

Ela sorriu:

—Ainda sou a mesma estagiária, esqueceu?

Jungkook enxugou o rosto:

—Vou chamar os outros...

Ele saiu cabisbaixo e Jimin abraçou Lee-na:

—Não é justo... Sei que é para o bem de sua família, mas ainda assim...

—Vai ficar tudo bem, Jimin.

V entrou na sala enxugando os olhos e o rosto corado. Ao ver Lee-na, desatou a chorar e ela segurou-o pelo rosto:

—TaeTae...

—Nenhuma chance de você ficar?

Ela ri com lágrimas nos olhos:

—Não... Também vou sentir falta de vocês, mas preciso estar com minha família, concorda?

—Sim...

Jin e Namjoon chegaram em seguida e o líder BTS abraçou a garota de uma vez:

—Ah, Kyun Lee-na! Que notícia, hein?

—Namjoon...

Jin se aproxima e empurra o amigo, tirando Lee-na dos braços dele:

—Como ousam abraçar a estagiária antes do hyung mais velho e mais bonito?

Ela ri e apoia a cabeça no peito dele. Escuta o coração do amigo batendo rápido e fica emocionada. Jin afagou a cabeça dela:

—E agora, sua nanica? Como vai ser?

—Vamos embora no domingo. Boa parte das coisas já foi despachada para Portland por uma empresa de mudanças que esteve lá em casa e embalou tudo. Como não vamos levar móveis, restou só a bagagem de mão. Papai colocou o apartamento à venda e agora vamos ter uma casa com quintal outra vez.

Eles sorriem, afagando as costas da jovem. Jin libertou-a de seu abraço, apoiou as mãos nos ombros dela e encarou-a:

—Seja paciente... Suga passou a noite toda e parte da madrugada acordado. Acho que trabalhou em alguma coisa de música, mas não está interessado em conversar...

JHope comenta:

—Ele está com “aquele” semblante...

Ela balança a cabeça e sai dali rumo ao estúdio do rapper. JHope a observa:

—Lá vai uma garota de coragem!

—Vamos sair daqui. Eles vão precisar de privacidade.

Assim, retornam ao salão de treino para arrumar o material que usaram para dormir.

Lee-na está parada frente a porta do estúdio de Yoongi. Respira fundo e toca a campainha. Pouco depois, a porta se abre um pouco e ela vê parte do rosto de Suga. Ele a encara por um tempo e quando tenciona fechar, ela fala:

—Vai me deixar parada aqui fora?

Ele vira o rosto, escolhendo se falava com ela ou a ignorava e a jovem passa os dedos entre as mechas do longo cabelo:

—Yoongi. Podemos resolver isso de uma vez?

Ele volta-se para ela:

—Quer terminar? Ok! Terminamos! Adeus!

E fecha a porta com força.

Tomada por uma raiva crescente, ela decide apelar para a fúria dele e chuta a porta. Ele abre, surpreso, e ela mantém os olhos fixos nos dele, zangada:

—Seu... Babaca covarde!

Uma centelha brilha nos olhos do rapper e ele escancara a porta do estúdio:

—Do que me chamou?

Ela o enfrenta:

—Você ouviu!

Ele riu no canto da boca:

—Oh! Uma Kyun Lee-na feroz! Devia ter se apresentado assim no início... Eu ia gostar muito...

Ela não recua:

—Não finja comigo!

—O quê? Do que está falando?

—Sua fachada, seu alter-ego... Agust D.

Suga estacou. Ela o enfrentava, provocava e isso o deixava ainda mais furioso. Aborrecido, ele fecha os olhos:

—Ah! Não vou perder meu tempo com isso e...

Ela fala com voz calma, por fim:

—Não finja comigo... Não finja que não sente nada. Que não está doendo e que não se importa...

Ele passa a mão nos cabelos e se vira:

—Eu... Escolhi não me importar...

Ela o vê se afastar devagar e fechar a porta atrás de si. Sente o rosto queimar e a garganta doer. Se aproxima, toca na porta e encosta a testa nela. Não sabia dizer se ele podia ouvi-la, mas falou:

—Quando cheguei aqui, fiquei assustada de ter que lidar com sete rapazes tão diferentes entre si e tão talentosos. Mas eles me ensinaram muito sobre amizade e cumplicidade, sobre dividir e aceitar... Então conheci Min Yoongi e ele me ensinou sobre lutar, esperar e lutar de novo. Ele me assustou no começo, mas depois me trouxe pra perto e mostrou seu lado mais doce, seu coração...

Ela respira fundo. Os olhos cheios de lágrimas:

—Eu conheci outra Lee-na ao seu lado. Eu queria me tornar cada vez mais assim...

A voz dela começa a falhar:

—E-eu conheci o desejo... Eu queria sentir isso cada vez mais... Com você.

Lee-na cobre o rosto com as mãos e seu corpo estremece a cada soluço. Afastou-se do estúdio e seguiu para o banheiro, onde lavou o rosto na tentativa de se recompor. Quando retornou à sala do manager, Jin apareceu logo em seguida:

—Estagiária Kyun Lee-na? Venha comigo.

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Saiu dali com ele para as escadas até o estacionamento. Lá, esperavam os outros cinco amigos, que abriram a porta da van para que ela entrasse. Sem entender, ela se acomoda entre V e JHope e Jin assume o volante. A estagiária perguntou:

—Onde estamos indo?

O grupo sorri ao mesmo tempo e Namjoon fala:

—Estaremos lá em breve.

Lee-na se cala e fica a olhar a paisagem urbana. Nisso a van para frente ao Spa conhecido por ela:

—Oh! Foi agendado hoje para o grupo?

Jin sorri:

—Hoje teremos o “Dia da Lee-na”!

Ela cobre a boca e ri:

—Mas o que...

Ele a conduzem até a recepção do estabelecimento e a gerente cumprimenta a todos:

—Bem vindos!

Namjoon ergue o polegar:

—Ela é toda de vocês!

Lee-na é conduzida por uma atendente, enquanto os BTS seguem para uma sala de descanso, ondem permanecem jogando cartas. Por algum tempo, a estagiária recebe vários cuidados estéticos e por fim, é apresentada ao cabeleireiro. Ele sorri:

—Olá, querida. Deseja algo especial?

Ela se olha no espelho e fala:

—Meu cabelo... Eu quero cortá-lo.

—Sério? Mas ele é lindo! E esse tamanho todo!

—Estou de mudança para os Estados Unidos. Acho que preciso de um visual diferente.

—Entendo. Vida nova, então!

—Faça como achar melhor, ok?

Ele sorri e começa a trabalhar.

Os BTS estavam distraídos, quando Lee-na entra na sala. Eles ficam ao redor dela, surpresos com o visual da amiga:

—Lee-na! É mesmo você?

A garota estava maquiada, realçando os olhos amendoados e a boca bem desenhada dela. Tinha os cabelos cortados até a altura das orelhas, levemente cacheados, dando forma a seu rosto, deixando a jovem mais atraente. Eles aplaudiram, tiraram uma foto de grupo e ela fica corada:

—Pra onde vamos agora?

Jimin ergue o polegar:

—Essa é a parte que eu e o V mais gostamos!

Pouco depois, numa loja de departamento, Lee-na é levada a uma sessão de roupas e experimenta modelo após modelo, brincando de desfilar para os amigos. Escolhidas as roupas, ela decide sair dali vestida com algo mais esportivo, ao estilo do BTS.

O próximo ponto era uma pizzaria, cuja reserva tinha sido feita por Jin. Comeram, conversaram e brindaram, mas faltava Suga entre eles e era visível o desapontamento da estagiária. Preferindo não comentar o fato, os cantores fizeram do momento uma comemoração pela nova jornada da amiga. Namjoon ergueu a caneca de cerveja e falou:

—Vamos brindar! Nossa amiga querida vai conhecer outros costumes, outras pessoas, outros desafios, mas sempre estará em nossos corações. Essas são as memórias que queremos que ela leve consigo!

Todos erguem seus copos e brindam. Pouco mais tarde, alegres e satisfeitos, eles voltam para o carro e Jin pergunta:

—Lee-na? Aonde quer ir agora?

Ela olha o céu. Estava entardecendo e a jovem lembrou-se que apenas dois dos BTS conheciam o lugar preferido dela. Abriu um aplicativo do celular e mostrou o local para Jin. Ele analisou por alguns segundos e balançou a cabeça. Guiou pela cidade até sair do centro e ganhar a rodovia.

Algum tempo depois, estavam estacionando no acostamento do mirante e Namjoon exclamou:

—Uau! Hoje o céu está fantástico!

Os seis cantores seguiram a garota até o mirante de madeira e metal e ficaram espantados. V inclinou-se para o abismo abaixo deles:

—Cara! Eu não sabia que tinha um lugar como esse tão perto do centro! Preciso tirar muitas fotos daqui!

JHope não curtia altura e evitou se aproximar, ficando parado no meio da estrutura. Lee-na aproximou-se e tomou-o pela mão:

—Hoseok... Se não experimentar, nunca saberá como os outros se sentem agora. Eu também não gosto de lugares muito altos, mas meus pés estão no chão firme. Sou eu quem escolhe cair ou não.

Ele encarou-a. Havia muito mais naquelas palavras ditas e ele segue com ela devagar até a beira protegida e respira fundo, tomando coragem. Ela segurava firme a mão dele enquanto ele se inclinava para frente e para baixo.

No começo, JHope sentiu uma forte vertigem. A sensação de queda quase o fez desmaiar, mas o BTS respirou várias vezes, fechando os olhos em busca de equilíbrio e voltou-se de novo para o precipício, erguendo o olhar até o horizonte, onde pode vislumbrar a beleza da cidade ao longe e o ocaso que coloria o céu.

Permaneceram todos ali, imóveis e imersos na paisagem terrível e maravilhosa que se abria para eles. Lee-na queria que Yoongi estivesse ali no último passeio que faria com seus amigos, em sua cidade, seu país.

O vento forte trouxe o frio e os últimos raios de sol se esconderam nas montanhas ao longe. O grupo respirou o ar puro e um por um se afastou devagar, rumo ao carro. Lee-na foi a última a deixar o mirante e no veículo ninguém disse uma palavra até chegarem ao centro da cidade. Por fim, Lee-na pediu:

—Quero voltar para a BigHit.

Suga estava deitado no sofá de seu estúdio. As palavras de Lee-na ecoavam em sua mente e ele não conseguia apagá-las. Ele sabia que não adiantava usar Agust D contra a estagiária. Ela não se deixava intimidar pelo seu lado rebelde herdado das ruas de Daegu.

A raiva e a dor que sentia não eram culpa dela. Também ele a machucaria em breve, com uma turnê que tomaria todo o tempo dos BTS e o levaria pra longe dela por um tempo considerável. A diferença é que ele voltaria para Seoul e ela não. Soltou um palavrão baixo ao se recordar que tinha sido ele a ir atrás dela na noite da apresentação no auditório da empresa. Ele procurou o contato físico, o namoro e agora estavam presos a uma rede de sentimentos difícil de desvencilhar.

Escutou as vozes dos amigos e pensou em ir até eles, mas teria que ver a estagiária. Nisso, alguém tocou a campainha e tenso, ele abriu uma fresta. Jin sorriu e falou:

—Está ocupado?

—Não. Entre.

Jin passou e sentou-se. Suga esperou e o hyung falou:

—Eu... Entendo sua recusa em procurar a Lee-na. Hoje nós tivemos uma tarde incrível com ela e todos te queriam lá também, mas o momento passou e não há volta... O que quero dizer é que quando ela não estiver mais aqui, você não terá outra chance de falar, se despedir ou o que estiver pensando em fazer sobre vocês dois... Nós somos seus amigos, mas não vamos insistir sobre esse assunto. A decisão é sua, Yoongi...

Jin abraça o rapper e sai dali. Suga fecha os olhos e fica de pé no meio da sala, sem ação.

Lee-na passou pelo setor de RH e acertou os dias trabalhados, a avaliação de estágio até aquela data e o encerramento do mesmo. Decidiu não estender mais sua presença na BigHit, pois precisava ajudar a mãe com o final da mudança e as coisas que seriam doadas.

A última visita de Lee-na foi à sala do PD nin, que falou, pesaroso:

—Estagiária Kyun Lee-na... O que mais posso dizer?

O manager Sejin estava com eles e começaram a rir. O produtor balançou a cabeça:

—Foram muitos sustos, mas muitos momentos importantes para todos nós. Nossos rapazes vão sentir sua falta e garanto que estão mais maduros por sua causa.

—Eles são os melhores, Senhor Bang. Nunca vou esquecê-los!

Sejin entrega um envelope à jovem:

—Finalizei seu relatório de estágio. Na minha avaliação como supervisor, você alcançou a nota total!

Surpresa, ela recebe o documento:

—Mas foi tão pouco tempo!

—Não importa. O que você fez aqui é o que conta.

Ela se inclina, agradecida:

—Foi uma honra trabalhar na BigHit. Adeus.

Eles se inclinam:

—Se precisar de alguma coisa, Lee-na, estaremos aqui.

Quando ela saia pela porta, PD nin falou:

—Posso sugerir que faça Psicologia?

—Vou pensar nisso! Obrigada!

A jovem seguiu pelo corredor e passou no salão de prática. Os cantores estavam sentados no chão, numa das poucas pausas dos treinos. Ela acenou:

—Vou pra casa. Não sei se vou vê-los antes de domingo, então até lá!

—Pode contar com a gente!

Ela sorri e sai para o elevador. Seu último olhar é para o estúdio de Suga, então a porta se fecha e ela suspira. Era assim que terminava sua história com o gênio BTS.

A noite tomou conta da cidade e Lee-na caminhava devagar, analisando tudo que tinha vivido no tempo de estágio. Ainda não estava decidida se tomaria um táxi ou ia pra casa de ônibus e, distraída, não percebeu um carro se aproximando lentamente do meio-fio, emparelhado com ela.

Lee-na foi tirada de seus pensamentos ao ouvir uma voz chamar seu nome. Ela voltou seu olhar e viu o carro parado, a janela do carona descida até a metade e o rosto de Suga mergulhado na semi-escuridão do veículo. Ela tocou o peito, sentindo o coração bater mais rápido.

Recuou um passo. O vidro da janela desceu totalmente e ela pode ver o semblante fechado e abatido de Yoongi. Ela não estava disposta a conflitos naquele momento, mas a voz dele saiu mais grave do que estava habituada a ouvir:

—Entre.

Continua...