Incompréhensible

Incroyablement Fastidieux


Incroyablement Fastidieux.
Mais tarde naquela noite.

Camille ajeitou-se no banco outra vez. O discourso de Dumbledore nunca pareceu tão cansativo.
Ela se remexia sem parar, enquanto encarava a mesa da Lufa-lufa e da Sonserina.
Seus ombros pesavam para baixo, a culpa embolava seus pensamentos.
É claro que ela estava errada. Independente disso ou da aquilo, ela tinha que ficar ao lado dele, como ele sempre esteve.
Era revoltante, mas o fato era que ela havia sido idiota, e ela sabia um jeito de resolver. Era um regra deles. Tinha que dar certo.
Remexeu a comida em seu prato várias vezes, sem vontade de comer coisa alguma, sensação nova na vida da garota.
Se esforçou a tentar engolir as batatas e a coxa de frango em seu prato, enquanto tentava manter a conversa com Louise e Elisa.
— Sabe, tenho fé que esse ano conseguimos a taça das casas...- Lisa comentou animada, antes de beber um gole de seu suco.- Isso se, obviamente -revirou os olhos.- Camille não continuar a tirar pontos da Grifinória.
— Se eu fosse você, esperaria isso acontecer sentada.- riu, balançando os ombros.- Nunca que Cami deixará de tirar pontos da Grifinória, Ely.- Lou deu de ombros.
— Vocês deveriam parar de falar sobre mim em terceira pessoa, como se eu não estivesse do lado de vocês.- disse dando um leve empurrão na ruiva ao seu lado.
— Acham que o Levi está chateado?- Ely perguntou um pouco mais baixo.
— Claro.- Millie abaixou o olhar, sussurrando a última parte mais para si mesma.- E com razão...
— Não sei o que ele viu nela?- Mary Louise murmurou entediada, enquanto olhava em direção a mesa da Sonserina.
As três meninas olharam na direção da garota, Sophie. Ela riu de alguma coisa com seu "grupinho", o cabelo loiro caia e mexia conforme ela sorria, os olhos brilhavam mesmo de longe, e o sorriso escancarado no rosto.
— Eu sei.- Ely respondeu dando de ombros, as outras a encararam esperando uma continuação.- Ela é linda, inteligente, engraçada. Qualé, eu ficaria com ela! Acho que todo mundo ficaria, e sem pensar duas vezes.
A conversa oscilou entre vários assuntos, mas enfim o jantar acabou, depois do que pareceram horas.
Camille ziguezagueou entre a multidão de alunos que se amontoavam na entrada do salão, mas enfim conseguiu segurar o pulso de Levi, o puxando para trás.
— O que foi?- ele perguntou saindo de seu "transe".
— Preciso falar com você...
Quando os alunos, enfim, foram tomando o rumo de seus salões comunais, Millie caminhou sorrateira até a cozinha da escola trazendo o garoto junto a si.
Respirou aliviada quando finalmente fechou a porta atrás de si, e escorregou pela mesma, até sentar-se no chão. Ela bateu a mão sobre o espaço livre ao seu lado, convidando o amigo.
— Eu sinto muito.- foi sincera, temendo uma bronca ou um discurso, que o amigo sempre fazia.
— Eu sei.- suspirou pesado.
— Sabe?
— Sim. E, não te julgo.- virou para encará-la.- Eu sei o que você pensa, e inclusive agradeço a honestidade, mas... Você já gostou de alguém?- ela negou com a cabeça, abaixando os olhos.- Exatamente... Tem coisas tão mais complicado sobre isso, que não dá nem para explicar, e dói na maioria das vezes.
— Eu...- tentou falar, mas sua própria consciência a calou.
— Você sabe muito bem, que me dizer pra não fazer só me dá mais motivos pra fazer, certo? Você é minha melhor amiga, só esteja aqui para me apoiar, okay?
— Okay.- respirou fundo, olhando o amigo dos olhos.- como é amar alguém assim?
— Oi?- perguntou confuso.
— Como é amar alguém assim? Romanticamente falando.
— É incrível, de certo modo.- ele deu de ombros.- é passar a ver o mundo de outros olhos, é sempre priorizar a outra pessoa a você... É igual a amizade, eu acho, só que sem o romance. - riu de leve.- Mas é aterrorizante, porque passa a ser outra pessoa que pode sumir da sua vida, ir embora... Te machucar.
— As pessoas que mais nos machucam são as que mais amamos, não é?
— É...
— Se apaixonar me parece muito complicado, que foi o idiota que inventou isso?
— Eu não sei, crescer é complicado, gafanhota.
— Você fala como se fosse anos mais velho do que eu!- riu irônica.
— Posso ser só dois anos mais velho, mais sou muito mais sábio e genial que você. - debochou.
— Muito mais idiota e retardado, é o que quis dizer?- riu enquanto brincava com o amigo, que revidou mostrando a língua.- Posso te "pagar" um chocolate quente?
— Claro que pode. - ele sorriu, "pagar um chocolate quente" era o pedido de desculpas deles, o que mostrava que tudo ia dar certo, e se não desse, eles dariam errado juntos.
Eles ficaram lá, "escondidos" na cozinha pela maior parte da noite.
Quase de madrugada, Camille esgueirava-se pelos corredores tentando chegar a torre da Grifinória sem ser pega pelo Filch, ou vista pela Madame Nora, quando finalmente chegou em frente ao quadro da mulher gorda, sentiu uma mão pegar a sua. Ela no mesmo instante sacou a varinha da manga da blusa, e apontou para o "valentão".
— Está querendo me matar do coração, maluca?!- perguntou guardando a varinha e colocando a mão sobre o coração, tentando voltar a respirar normalmente.
— Eu acho que tem algo errado, Cami.- sussurrou Clarissa, enquanto se aproximava mais da irmã. Suas mãos tremiam e ela parecia mais pálida que o normal.
— O que é que tem de errado? E o que você está fazendo fora do salão comunal da Corvinal? Isso é coisa minha, não da Santa Clarissa.
— É sério, Camille. - respirou fundo.- Eu estou com um pressentimento ruim em relação a Cecília, tem algo errado.
— Veio até aqui, por um pressentimento? — ficou confusa.- Tá tudo bem, ela deve estar em casa agora, passando muito bem, inclusive.
— Estou falando sério. - murmurou apertando o pulsa da irmã, ela parecia sombria, principalmente chegando daquele modo perto da irmã.
Ai! Tá me machucando.- reclamou tentado se desvencilhar da irmã.- Clarissa. Clarissa. Clarissa, me solta por favor...

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Residência Morgenstern, mesma noite.

Cecília não fazia a menor ideia de onde estava, mas lembrava muito uma floresta.
Ela estava sozinha, mas conseguir ouvir passos próximos a ela. Sentia que alguém a chamava, sussurrava por seu nome tentando puxá-la para si. Era uma sensação entranha, que a consumia, como se estivesse presa a um buraco negro, ouvindo e sentido tudo, mas sem conseguir agir, ou reagir.
Uma mulher apareceu, e em segundos Ceci havia se "teletransportado" para a água, um pequeno lago, eu diria. A mulher continuava a se aproximar, a pele morena e brilhante, os cabelos negros e os olhos profundos que pareciam prender a garota neles. Ela ouviu um rosnado, que a princípio parecia distante, e que em segundos tornou-se alto, como se estivesse ao seu lado. Era como ver uma luta entre uma fera e uma fada, ela ouvia e observava, mas não conseguiu ajudar ou defender qualquer um dos dois. Em segundos a mulher foi "vencida", e Cecília pode ver a fera, aparentemente um lobo, aproximando-se de si, como se ela fosse a próxima vítima. A fera ficou frente a frente com ela, podia sentir sua respiração.

Ela acordou, respirando fundo e suando, exatamente como nas noites anteriores. O pesadelo continuava a se repetir, todos os dias.
Ela levantou, e foi em direção ao banheiro, lavar o rosto. Se abaixou na altura da pia, e quando voltou viu uma mulher atrás de si. Virou rápido, e não tinha mais nada. " Eu estou louca, ótimo", suspirou e saiu do quarto, por instinto pegou a varinha e desceu as escadas devagar.
Pegou um copo de água, junto de uma manta. Aconchegou- se na sala com uma folha em branco e um lápis meio desapontado, tentando rabiscar a mulher que a minutos parecia estar atrás de si no banheiro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.