Incompréhensible

Celui de la "rencontre".


Celui de la "rencontre".

Logo em seguida.

Eles continuaram andando pelas ruas mal iluminadas do Beco. Apesar de ainda estarem no final do verão, era uma noite fria, e tudo o que mantinha Cecília aquecida era seu casaco e seu chocolate quente, que esquentava suas mãos e língua.

Aos poucos a garota percebeu que um dos gêmeos estava se afastando com sua namorada, sendo seguido por outros dos dois colegas que andavam com eles.

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— É impressão minha, ou eles estão tentando nos deixar a sós?- a garota perguntou segurando o riso.

— É… se eu fosse você, ignoraria eles…- Fred respondeu coçando a nuca.

— Mas por quê?

— Por quê o que?

— Por que eles estão se afastando?

— Ah, meu irmão acha que eu gosto de você, por isso…- de repente seu rosto começou a ficar rubros como seus cabelos.

— E você gosta?- o encarou nos olhou, rindo ao ver a cara confusa do menino.- Não sabia nem meu nome…- gesticulou com uma das mãos.

— Foi o que eu disse para ele…-revirou os olhos olhando as costas do irmão.- Ué, uma menina bonita, é uma menina bonita…

— Okay…- sorriu.- o 'Três Vassouras’ não fica em Hogsmeade?- perguntou esfriando um pouco sua bebida.

— Fica, mais temos que fazer uma “parada” antes, eu acho, não sei na verdade…- balançou a cabeça tentando afastar algum pensamento.

— Certo…- suspirou quando um silêncio desconfortável pairou ao redor deles.- Eu vi sua irmã hoje, acho que é sua irmã…- começou sem jeito.- na estação.

— Ah, sim, vocês foi levar alguém ou com alguém?- colocou as mãos no bolso da jaqueta.- Não precisa responder… Hã…

— Não tudo bem,- bebeu outro gole.- fui levar minhas irmãs mais novas…- ele assentiu.- É impressão minha ou está nervoso?- o garoto riu da pergunta.

— Não sei dizer, quando estou nervoso eu costumo fazer muitas piadas, eu já faço muitas piadas, mas hoje, hoje foi meio exaustivo.- suspirou, sorrindo logo em seguida.

— Quantos, quantos irmãos você tem?- Ceci perguntou colocando uma mecha atrás da orelha.

— Seis irmãos, comigo são sete filhos…- riu da cara de choque da garota.

— Em casa somos três, estamos o tempo todo para se matar, e se salvar, para matar outra vez.- riram.

— É difícil, mais é legal crescer em uma casa cheia, mais do que parece…- sorriu, sua expressão aos poucos foi se modificando, e ele parecia se recordar de sua infância.– Tem o Bill, mais velho, orgulho da mamãe, trabalha para o Gringotes, Carlinhos, trabalha na Romênia cuidando de dragões, Percy…- disse meio ríspido.- Ministério da magia, eu e Jorge, os desordeiros.- deu risada, acompanhado de Cecília.- Rony e Ginny, estão estudando ainda.

— Em casa somos eu, que dispenso apresentação- riu.- Clarissa, a gênia da família, e a Camille, a peste.- riu gesticulando com as mãos e se lembrando das irmãs.

— Todas com “C”?

— Todos ruivos?

— Rebateu a pergunta muito bem.- levantou as mãos, em sinal de rendição, ao que a garota o empurrou de leve.

— Cadê eles?- Ceci perguntou olhando ao redor percebendo que os outros quatro haviam sumido.

— Será que já aparataram e não nos avisaram? - coçou a nuca girando o corpo para olhar em volta.

— Não sei…- murmurou em resposta.

— Vem?- o rapaz esticou a mão na direção dela.

— Olha, você muito legal, mas não me sinto pronta para andar de mãos dadas…- sorriu de forma engraçada.

— Não, -ele riu.- Eu quero aparatar, você pode ir sozinha mas…- ela riu da cara dele e apertou bem sua mão, e no instante seguinte ambos sentiram a sensação de serem puxados pelo umbigo, e apareceram em frente a uma estalagem, uma plaquinha pendia em duas correntes desiguais e levemente enferrujadas, “Três Vassouras”.

Pelo lado de fora, podia se ver pelas janelas as várias mesas rodeadas de pessoas e seus canecos de bebidas.

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Quando entraram, sentiram a rajada de ar quente que havia no local, estava até bem lotado. Andaram entre algumas mesas mas ainda assim não encontraram nenhum dos outros.

— É, eles não estão aqui…- Fred resmungou olhando ao redor.- E se formos procurar…

— E se ficarmos aqui?- Cecília disse enquanto retirava o casaco, o ar quente a estava sufocando dentro daquele monte de tecido.- Eles são grandinhos, tem varinhas e sabem se defender. Já estamos aqui e estou louco por um caneca de cerveja amanteigada… e você mesmo disse, eles não iam passar em alguma parada?

— É, iam…- Fred assentiu olhando mais um pouco em volta.- Okay.- cedeu por fim.

— Ótimo.- sorriu contente. Foi andando mais ao fundo da estalagem, pegando uma das últimas e mais afastadas mesas. Pendurou tanto o casaco, como a bolsa, no encosto da cadeira, escorregando pela cadeira encostada na parede. Fred fez o mesmo sentando-se à sua frente.

— Então, você estudou em Hogwarts?- perguntou enquanto batucava os dedos na mesa.

— Por dois anos, depois fui para Beauxbatons…- disse enquanto colocava outra grande mecha de cabelo atrás da orelha.

— E por que saiu?

— Eu gostava de Hogwarts, mas não gostava de estar lá, me sentia presa e sentia que não era meu lugar… sempre me disseram que isso era normal para os primeiranistas, então tentei ficar mais um ano, e adivinha… não deu certo…

— Okay…- preferiu ficar calado ao perceber que o assunto era um pouco desconfortável para ela.- Qual era sua casa em Hogwarts?

— Lufa-lufa!- responder alegre.

— Olha só se não é o maior encrenqueiros que Hogwarts já viu!- disse uma mulher se aproximando da mesa dos dois, seu colete de couro se remexeu grudado ao corpo dela.

— Madame Rosmerta! Não sabe como senti falta de você!- Fred deu um sorriso de lado, piscando os olhos várias vezes.

— Você finge que sentiu minha falta, que eu finjo que acredito, Weasley.- a mulher sorriu debochado olhando dele para ela.- o que vão querer?

— Duas cervejas amanteigadas, por favor.- Cecília murmurou olhando para Fred para confirmar se era o que ele queria. Madame assentiu e foi para uma outra mesa próxima, antes de ir para a parte de trás de um bar, com um enorme vidro que dava a impressão de aumentar o lugar.- “Maior encrenqueiro que Hogwarts já viu”, agora me sinto até honrada de estar em sua presença.- sorriu meio debochada.

— Não fala assim, não sou o pior exemplo de todos, eu animo as pessoas, mais ninguém vê isso…

— Pobre ruivinho mal incompreendido…- colocou a mão sobre o coração de forma teatral, fazendo o rapaz revirar os olhos segurando o riso.

— O que você faz?- Fred olhava para os dedos da mão de forma estranho, como se pensasse numa pergunta que não fosse idiota.

— O que eu faço?

— Sim, com o que você trabalha, ou quer trabalhar.- explicou, antes de Madame Rosmerta voltar com duas canecas de estanho, cheias até a borda de cerveja amanteigada.- Obrigada.- disseram em uníssono.

— Hã… eu quero trabalhar com zoologia, meu sonho desde pequena, eu mandei alguns “currículos” para tutores pelo mundo, na esperança de que alguém se dispusesse a me ensinar e me ter como aprendiz, mas ainda não me responderam, então…- deu de ombros bebendo um grande gole de sua caneca.

— Sei que vão te responder, você tem talento.

— Como sabe, mal me conhece!- semicerrou os olhos.

— Tenho uma intuição, e ela não erra.- piscou para ela que riu.

— Eu mereço…- revirou os olhos, quase rindo.- desde quando quis ter a loja? Era um sonho?

— Era, eu e Jorge sempre a quisemos, então, sonho realizado!- balançou as mãos no ar.



oOo



— Bom, foi divertido…- Fred disse quando saíram da estalagem, ele parecia querer falar mais alguma coisa.

— Quer repetir alguma hora?- ela se virou para ele, ajeitou o casaco no corpo, o vento estava leve, e estava menos frio do que antes.

— Claro…- ele pareceu surpreso.- Mas eu não sei como, como encontrar você…

— Eu sei onde te encontrar…- sorriu de canto e se aproximou do rapaz, ficando na ponta do pés, beijando a bochecha de Fred.- Até…

— Até logo?- sorriu meio esperançoso.

— Até.- suspirou.- Até o momento certo…

— Okay, até.

A garota girou os calcanhares e depois de dois passos aparatou, deixando o rapaz sorrindo para trás.