Capítulo 1- Peguem Ketny Agora!

Recife 2018.

Abdias de Carvalho, em cruzamento próximo ao aeroporto.

Engarrafamento, tudo o que Arlette detestava, ela quase deu um cavalo de pau em plena luz do dia na Abdias de Carvalho, em uma transversal estavam Inês e Wanderson quase na velocidade limite, todos agitados porque queriam impedir a fuga de Ketny que era uma criminosa procurada por fraudar prontuários de adoção.

Ele não vê o sinal da avenida abriu, há uma coalisão entre os veículos, em o vidro do carro de Arlette quebra e bate no cabelo dela, os airbags do outro carro sobem.

— Tá tudo bem, mozi? Pergunta Wanderson.

—Tá ok. Responde Inês.

— Não veí, a gente bateu em outro carro.

— Ferrô! Wanderson, eu sou assistente social, eu não posso ir presa.

Arlette esculhambava, não tinha sofrido ferimentos graves, Wanderson e Inês foram vê-la.

—Wanderson?! Reage Arlette, surpresa.

—Arlette?!

—Se conhecem?!

—Cuidado com ele, fatiador de pessoas. Diz ela com ódio.

—Oi?! Responde ele em tom de deboche.

—A sua atual adoraria saber algumas coisas...

—Wanderson?! Pergunta Inês, sem saber o que estava acontecendo.

—ela é minha ex, depois eu conheci você.

—eu tive uma filha dele. Solta Arlette com raiva.

—como? Reage Wanderson.

—oi? Reage Inês perplexa.

—tchau Wanderson, tenho mais o que fazer. Debocha ela.

—Arlette?!

—você sabia?

—claro que não Inês.

Arlette sai do local e deixa o casal atordoado.

Aeroporto do Recife.

Ketny desembarca em grande estilo, vestida com um tubinho rosa perolado e usando um óculos escuros redondos, Mag dá carona á prima.

Arquivo Público de Pernambuco (APEJE), Sede, rua do imperador.

Arlette estava furiosa, não conseguia esconder quando passou por Raquel e Amelie, nem olhou pras duas.

—Mih, vem cá! Chama a amiga que estava próxima a reserva técnica.

—bicha, a senhora tá péssima. Fala Michelle.

— eu bati no carro do Wanderson. Diz Arlette ainda chocada.

— oi?! Zoobie Walk? Pergunta ela perplexa.

—ele ainda tá com aquela boyzinha.

— qual? A da calourada?

—a própria, eu falei sobre a Erica.

—morta! Diz Michelle passada.

— a crente parece que não vai vir. Constata Arlette.

—para com isso, só porque o nome da menina é Hadassa.

—nome de crente, vou pedir pra Amelie recolocar o cartaz.

— a crente vem. Diz Michelle confiante.

Dois Unidos, naquele mesmo dia á noite.

Hadassa canta no coral Louvor Celeste e Suzy se orgulha.

—minha Hadassa é a melhor do coral! Diz Suzy alegre.

—mamãe...

—uma perola do rei, suzy! Uma pena que o Abel não tenha conhecido a filha. Comenta Naomi.

— não há um dia em que não lamente.

Hadassa a melhor das filhas, se empenhava nos estudos, lia a bíblia, cantava na igreja, mas não sabia que tinha um segredinho; Saul crente fervoroso, a “amava profundamente”, não concordava que ela estudasse, ela devia estar em casa com a mãe.

No outro dia Hadassa colocou sua melhor saia Jeans, pegou sua bíblia com harpa e saiu, Arlette pôs seu vestido vermelho, pegou o ônibus pro arquivo, pra variar brigou com Olavo por causa de seu enteado Alison.

Basílica do Carmo, Dantas Barreto.

Otávia a mãe de Wanderson e sua dama de companhia Isolda, tiveram que ouvir depois da missa que ele estava no Uber, vestida de preto em um calor de 45º graus, ela só via uma culpada para isso: Arlete Camargo.